Marriott expande aposta no luxo
Rede hoteleira planeja abertura de 208 propriedades em todo o mundo com ênfase na sofisticação e na oferta de experiências exclusivas para os hóspedes.
Boa gastronomia, amenidades e sofisticação. Mais do que atendimento de excelência, a hospitalidade de luxo oferece ao hóspede uma experiência diferenciada elevando o conforto nos detalhes. Desde a pandemia, o turismo de luxo foi um dos primeiros segmentos a voltar. De acordo com levantamento do Anuário da Associação Brasileira de Viagens de Luxo (BLTA), elaborado em parceria com o Senac São Paulo, a taxa de ocupação nos hotéis de luxo passou de 52,5% em 2019, para 57,4% em 2021, mesmo com aumento de 37% no valor das diárias.
Com um público disposto, a Marriott International, uma das principais redes hoteleiras do mundo, retomou o plano de expansão das marcas de alto padrão, que inclui as históricas Ritz-Carlton e St. Regis, além das que prezam pelo lifestyle, como JW Marriott e W Hotels. Já são mais de 600 propriedades na categoria com 208 no pipeline.
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No Brasil, a companhia possui dois hotéis de luxo, ambos da bandeira JW Marriott (um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro), e prevê inaugurar outros quatro empreendimentos até 2026. A última inauguração ocorreu no ano passado.
O JW São Paulo reúne o conceito de bem-estar holístico e pretende ser um refúgio em meio à metrópole. Ocupando o mesmo edifício que já foi do Four Seasons na capital paulista, sua estrutura contempla cuidados com a mente e corpo e para isso oferece spa com serviços de massagem, sauna e tratamentos corporais e faciais, além de uma piscina coberta que pode ser usada 24 horas.
Na gastronomia, o carro-chefe é o restaurante Neto, comandado por Ícaro Rizzo. O restaurante é aberto ao público e busca inspiração nas tradições italianas da cidade, com pratos feitos com ingredientes locais, orgânicos e sazonais.
Conceito adaptável
Todo esse conceito presente no JW São Paulo será transportado em 2026 para Maricá, no Rio de Janeiro, com a inauguração de um dos primeiros hotéis all-inclusive da marca. A cidade também vai receber um Ritz-Carlton no mesmo ano. Ambos fazem parte do Projeto Maraey, que está construindo um complexo turístico e residencial na cidade.
A marca Ritz-Carlton existe desde o começo de 1900 e inovou na hotelaria ao oferecer banheiros privativos em cada quarto e padronizar o uniforme dos funcionários, garantindo mais formalidade no atendimento à época. Em 1998, a marca foi comprada pela Marriott e agora possui 116 propriedades no mundo.
Continuando a expansão brasileira da Marriott International, São Paulo e Gramado (RS) ganham a marca W em 2024 e 2025, respectivamente.
A bandeira tem a proposta de oferecer um luxo lifestyle, inspirado na cultura efervescente de Nova York. As propriedades e a experiência que o hotel oferece baseiam-se em música, design e moda, sempre buscando valorizar a cultura local. Isso garante uma decoração cheia de cores, e experiências como aluguel de roupas, e estúdio de música.
São 67 W Hotels pelo mundo e a futura unidade paulistana terá arquitetura inspirada na Amazônia. Segundo a diretora de vendas e marketing para América Latina e Caribe da Marriott International, Diana Plazas-Trowbridge, a rede está animada com a novidade e pretente manter a ampliação do portfólio para “continuar a crescer no Brasil”.
Mercado para a hotelaria de luxo no País existe, sobretudo em São Paulo, cidade que no início do mês ganhou sua segunda unidade do grupo Fasano.
A proposta da expansão da Marriott, contudo, inclui levar seus diferentes conceitos de luxo para todo o mundo. Entre os destinos que irão receber os novos hotéis estão Roma, Berlim e Riviera Maya, no México, além de cidades com maior apelo ao turismo de experiência. São os casos do Masai Mara, no Quênia, e de Goa, na índia, ambos com a bandeira JW Marriott, e de Macau, na China, que no terceiro trimestre deste ano receberá o W Hotel.
Para Rogéria Pinheiro, mentora de agencias de viagem e fundadora da RP-Travel Education, o segmento de luxo vem crescendo nos últimos dez anos e, com a pandemia, ganhou novo fôlego dado a necessidade de viagens mais exclusivas, com menos pessoas e o desejo reprimido do confinamento.
Passado esse momento, a tendência se mantém. “O olhar para o serviço e demandas individuais veio para ficar”, disse. “Todo mundo percebe um consumidor mais exigente, que entende o valor de bons serviços e produtos.” Com maior demanda, cresce o espaço para os produtos de luxo no turismo e a Marriott International se projeta para conquistar cada vez mais mercado no segmento de alto padrão.