Negócios

Bem-estar monetizado

Uma pesquisa global feita a pedido do Gympass ouviu mais de 2 mil profissionais de RH e líderes C-Level para medir o retorno do investimento em programas de qualidade de vida. Os resultados confirmam que a saúde se tornou central nas empresas

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"As empresas precisam entender que os investimentos em saúde, qualidade de vida e bem-estar são investimentos diretos nos negócios” Priscila Siqueira líder do Gympass no Brasil (Crédito: Divulgação)

Por Celso Masson

Para uma companhia que se autodefine como “maior hub de bem-estar corporativo do mundo”, nada mais apropriado que divulgar dados que comprovem a eficácia dos produtos e serviços que ela mesma oferece no mercado. Essa foi a premissa do Gympass ao lançar estudo ROI do Bem-Estar. Sigla para Return on Investment, o ROI é um indicador de quanto uma empresa ganha ou perde com cada investimento que realiza. Para confirmar a tese de que cada centavo destinado ao bem-estar traz retorno ao negócio, uma pesquisa on-line foi encomendada pelo Gympass à agência QuestionPro. Entre os dias 26 e 30 de janeiro deste ano foram ouvidos 2.078 gerentes, diretores e vice-presidentes de recursos humanos, além de líderes do C-Level em nove países: Alemanha, Argentina, Brasil, Chile, Espanha, Estados Unidos, Itália, México e Reino Unido. O estudo confirmou algo que parece óbvio, mas cuja importância vem crescendo desde a pandemia de Covid-19: as organizações não podem mais separar o desempenho de seus negócios do bem-estar de suas equipes. Para Priscila Siqueira, líder do Gympass no Brasil, os resultados deixam claro que “para administrar negócios e equipes de alta performance é preciso cuidar das pessoas”.
Alguns números da pesquisa são particularmente interessantes. Entre os líderes de RH ouvidos globalmente, 85% afirmaram que os programas de bem-estar diminuem o custo de atração e retenção de talentos e aumentam o engajamento das equipes. Para 78%, há redução também nas despesas com saúde. Se isso é verdade para o mundo, no Brasil os líderes de RH são ainda mais otimistas com os impactos dos programas de bem-estar nos resultados das organizações. Para 99% dos executivos C-Level essas iniciativas são importantes para a satisfação dos colaboradores, sendo que 90% consideram haver redução de custos e 85% disseram que ter foco em bem-estar cria vantagem competitiva. “As empresas que tiverem essa percepção terão sucesso no longo prazo e as que ignorarem essa realidade inevitavelmente ficarão para trás”, afirmou Priscila Siqueira.

PROGRAMAS E BENEFÍCIOS Vice-Presidente de Pessoas do Gympass, Renato Basso vai além. “Nós descobrimos que para a maioria dos funcionários o bem-estar é tão importante quanto o salário”. Segundo ele, o estudo forneceu não apenas dados que mostram como as empresas enxergam o tema e como também e insights para orientar suas ações práticas para a promoção do bem-estar — e até como monetizá-lo. “Empresas que priorizam a saúde e a felicidade dos colaboradores permitem que eles tenham a energia e o engajamento para se envolverem profundamente em suas atividades e entregarem melhores resultados”, disse Basso.

A metodologia do estudo dividiu as percepções em dois grupos: programas e benefícios. Fazem parte do primeiro desde o apoio à saúde mental até o horário de trabalho flexível, passando por aulas de ioga e meditação. Entre os benefícios estão assistência médica e odontológica, seguro de vida, previdência privada e folgas remuneradas. Segundo Priscila Siqueira, a pesquisa foi realizada no âmbito da estratégia de crescimento do Gympass para os próximos anos. Fundada em 2012, a plataforma funciona por meio de assinaturas mensais para oferecer acesso a uma rede global de cerca de 50 mil academias, incluindo aulas, instrutores e aplicativos como MyFitnessPal, Thrive Global e Headspace. “Nossa meta é saltar dos 250 milhões de check-ins realizados até agora para 1 bilhão nos próximos três anos”, disse Priscila.

Como o desafio é grande, ele exigirá da empresa argumentos que transcendam o senso comum de que promover o bem-estar é importante. Métricas que comprovam a eficácia do investimento ajudam. Dados coletados diretamente junto às empresas que oferecem o Gympass revelam taxas de retenção de talentos 43% melhores e até 25% menos custos com saúde por ano.

Desde o início da pandemia, além da preocupação com a saúde física, ganhou destaque também a saúde mental, com queixas crescentes de sobrecarga de trabalho, estresse e burnout. “Já não separamos os cuidados com a saúde física da saúde mental. Ambas devem fazer parte de qualquer estratégia de prevenção e de melhoria do desempenho das equipes.”