Pernambucanas na economia do bem

Crédito: GABRIEL REIS

Sergio Borriello, CEO da Pernambucanas, está no comando de mais uma frente de negócios da companhia. Esta, porém, além de lucro mira responsabilidade ambiental e social. Batizado de Voltei, o programa de venda de roupas usadas foi instaurado por três motivos. “Primeiro, porque o mercado está se tornando grande e não queremos ficar de fora”, disse o executivo à DINHEIRO. O segundo, é que as plataformas de digitalização necessárias estavam já prontas.

“E, finalmente, por conversar com nossa agenda ESG”, disse Borriello. Na plataforma omnichannel, a consumidora cria sua sacola digital com fotografias das peças que quer vender ou doar e, em seguida, as entrega em uma das lojas da marca. Cada peça vai para a triagem, conserto, higienização e venda no e-commerce ou app. Os donos das peças recebem 50% do valor de cada item em dinheiro ou um valor pouco maior como cashback nas lojas Pernambucanas. Podem ainda escolher doar a venda ao Bazar do Gerando Falcões, de Eduardo Lyra. “Com o apoio do Voltei, o Falcões ganhou uma capilaridade de mais de 400 lojas que funcionam como ponto de coleta de peças doadas”. Hoje o estoque do Voltei gira em torno de 20 mil peças por mês. Quando chegar a 50 mil a iniciativa pode ganhar espaço nas lojas físicas. Mas a meta de Borriello é movimentar 150 mil peças/mês.

Papo Responsável

Divulgação

Caroline Siqueira, sócia-fundadora e VP do Grupo Steel Home, falou à coluna sobre a construção a seco, sistema que traz solução para um dos principais problemas da atividade: o resíduo. A empresa já soma mais de 300 mil m² em obras no País e R$ 160 milhões em faturamento.

O problema do resíduo
“A construção civil é a principal geradora de resíduos do mundo. E, ainda que não tenhamos dados confiáveis, sabemos que grande parcela do descarte não é feita de maneira correta. O impacto ambiental é grande, e o financeiro também”

A origem da empresa
“Meu pai tinha uma empresa de galpões industriais. Eu e meu irmão crescemos ali até que ele foi aos Estados Unidos e voltou encantado com essa tecnologia que usava aço como a principal estrutura na construção civil. Um modelo a seco e inteligente. Trouxemos o sistema para cá”

Alternativa
“Nos países de primeiro mundo a construção a seco já é bem representativa. Neste modelo, podemos usar wood frame (madeira) ou o steel frame (aço) como a estrutura. Aqui no Brasil, usamos o aço. Toda a estrutura é modular e sai pronta de fábrica. Além de gerar um volume de resíduo irrisório porque tudo é feito sob medida, o tempo da obra cai a um terço”

Negócios
“Verticalizamos o negócio. Hoje somos 12 empresas. Entre elas, uma fábrica de 50 mil m² em Santo André (SP), uma indústria de chapas cimentícias na Bahia, um banco e lojas de materiais de construção”

Indústria
Iochpe-Maxion aumenta governança ESG

Gabriel Reis

Com mais de 17 mil colaboradores de 49 nacionalidades trabalhando em 32 plantas de 14 países, a Iochpe-Maxion está focada em melhorar sua performance ESG. Listada na Ise-B3, índice de sustentabilidade da bolsa de valores do Brasil, a líder mundial na produção de rodas automotivas acaba de assinar compromisso com a Science Based Target (SBT) reforçando o compromisso de ser carbono neutro até 2040. Além disso, o diretor de RI Luis Fernando Abreu disse à DINHEIRO que trouxeram Gabriela Buononato para cuidar da agenda e atrelaram 5% do bônus dos executivos às metas ESG. Mas nem tudo são flores. “Os critérios e metodologias dos ratings são pouco claros; e, dentro de casa, coletar e uniformizar os dados são os grandes desafios.”

Recursos Humanos
Licença-paternidade de 90 dias

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Classificada como a 6a maior empresa biomédica global com faturamento líquido de US$ 58,05 bilhões e dona do produto Botox, a farmacêutica AbbVie começa a adotar a licença-paternidade de 90 dias na América Latina, incluindo o Brasil. “Muitos ainda associam a função de cuidar às mulheres. Esta iniciativa demonstra como podemos mudar esse viés”, disse Flavio Devoto, vice-presidente da empresa para a região. No Brasil, o grupo tem cerca de 1 mil funcionários, sendo 50% homens. O programa é retroativo para quem se tornou pai de janeiro para cá e é acessível para adoções, incluindo as feitas por casais homoafetivos.

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“O Brasil, último país a acabar com a escravidão, tem uma perversidade intrínseca na sua herança, que torna a nossa classe dominante enferma de desigualdade, de descaso” Darcy Ribeiro, antropólogo, historiador, sociólogo, escritor e político brasileiro (1922-1997)