Crédito rural (mas só para quem não desmata)
Por Paula Cristina
A companhando as práticas bancárias da Europa, o cerco para oferta de crédito a produtores rurais que atuam em áreas desmatadas ilegalmente começa a se fechar. A associação que representa os bancos, Febraban, estudava o tema havia meses e bateu o martelo. Já entraram na nova métrica Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco, Santander e outras 17 instituições financeiras. Pela nova regra, elas exigirão dos seus clientes um sistema de rastreabilidade e monitoramento até dezembro de 2025. Ou seja, só terá empréstimos quem cumprir a exigência. O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antônio Camardelli, disse que os bancos deveriam adotar a mesma métrica para todos os clientes. “O que não dá é para terceirizar um problema de todos”, disse. Em nota, a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) informa estar preocupada com a exclusão de empresas menores do processo produtivo sem acesso ao financiamento. “As empresas têm interesse de se adequar, mas precisam ter condições.” Para mediar esse impasse entrou em cena o BNDES,
que aderiu ao novo protocolo e será o balizador para que as empresas rurais que não se enquadrem nas premissas consigam se adaptar, se preparar e voltar ao radar dos bancões.