Finanças

Marketplace para o produtor rural, E-agro tem crédito e seguro

Desenvolvido em parceira entre inovabra e IBM, marketplace E-agro leva soluções financeiras, produtos e serviços para todo o ecossistema do agronegócio brasileiro. Lançamento coincide com proposta do governo para agricultura de baixo carbono

Crédito: Divulgação

Plataforma usa IA e machine learning para promover maior rentabilidade ao produtor rural (Crédito: Divulgação)

Por Celso Masson

De um lado, o inovabra, ambiente de inovação do Bradesco. De outro, a gigante de tecnologia IBM. Juntos, criaram o E-agro, marketplace voltado para o produtor rural com soluções de crédito, seguros e apoio à gestão para a cadeia do agronegócio brasileiro. Aberta para quem não é cliente do banco, a ferramenta se baseia em inteligência artificial cognitiva e machine learning para facilitar a experiência do usuário.

Segundo o vice-presidente America Latina da IBM Consulting, Carlos Rivelle, foram empregadas tecnologias disruptivas para tornar a interação intuitiva e dinâmica, “gerando oportunidades concretas para quem atua em um dos setores econômicos mais importantes do País”.

Vice-presidente do Bradesco, José Ramos Rocha Neto afirmou que o E-agro irá ampliar a inserção do banco na produção rural. “Avançamos concedendo crédito aos agricultores e temos hoje um universo potencial de mais de 2 milhões de produtores rurais que integram a cadeia do setor brasileiro que mais cresce”, disse Rocha Neto.

Com mais de R$ 100 bilhões aplicados na atividade, o Bradesco é o maior banco privado na concessão de crédito para o agronegócio.

Uma das propostas do E-agro é conectar produtores a parceiros que representam as principais categorias de fornecimento da cadeia do agro no País. Do segmento de máquinas agrícolas estão na plataforma os fabricantes Massey Ferguson, Jacto, Stara e Valtra. De insumos e implementos, Boa Safra Sementes, DSM Tortuga, Neogen, Nitro e Latina Seeds. O setor de serviços e apoio à gestão está representado por Agrosmart e Sapiens Agro. A previsão do banco é reunir mais de 50 parceiros na plataforma até o final deste ano.

Com isso, segundo a head do E-agro, Nadege Saad, a demanda do produtor por compras digitais tem crescido.

“O E-agro chega para atender essa tendência, de auxiliar, fomentar e promover maior rentabilidade ao produtor rural”
Nadege Saad, head do E-agro

Segundo ela, toda a cadeia do agronegócio terá acesso a crédito para produção agrícola, pecuária, empréstimo pessoal, e algumas modalidades de seguros. Também será possível contratar a Cédula de Produto Rural (CPR) digital de forma totalmente on-line, um serviço inédito no mercado.

José Ramos Rocha Neto, VP do Bradesco: “Crescemos concedendo crédito aos agricultores e temos hoje um universo potencial de mais de 2 milhões de produtores rurais” (Crédito:Maurino Borges)

Microcrédito e inovação digital

O anúncio do E-agro foi feito pelo Bradesco na segunda-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, e coincidiu com a participação de figuras públicas em solenidades promovidas pelo agronegócio.

Primeiro foi o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que na segunda-feira esteve no Seminário COOP de Economia, realizado em Guaxupé (MG) pela Organização das Cooperativas Brasileiras em parceria com o Sistema Ocemg, de cooperativas do estado de Minas Gerais.

Sua palestra teve como tema Crédito Rural e Plano Safra. Campos Neto falou sobre os mecanismos financeiros que estimulam competitividade do setor e aproveitou para fazer a defesa da estratégia de juro alto adotada pelo BC para conter a escalada de preços.

“Passamos por um momento difícil de inflação global, em que precisamos aumentar os juros, mas é importante também ver as outras agendas, como o Pix, o microcrédito e a inovação digital”, afirmou Campos Neto.

“Pela primeira vez na história, o Brasil tem inflação muito menor que o mundo desenvolvido.”

Plano safra

No dia seguinte, o presidente Lula e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, marcaram presença na maior feira de tecnologia agrícola e negócios do Nordeste, Bahia Farm Show.

Diante de instituições que representam o agro regional, especialmente na cadeia do algodão, o Governo Federal anunciou o complemento de R$ 3,6 bilhões, via BNDES, nos recursos destinados ao Plano Safra 2022/2023.

Fávaro afirmou ainda que o governo irá reduzir as taxas de juros para o produtor que aplica boas práticas agrícolas em sua propriedade. “Será um Plano Safra ABC (Agricultura de Baixo Carbono), e o produtor não vai precisar fazer nada diferente. Quem tem CAR (Cadastro Ambiental Rural), quem faz uso de defensivos biológicos e faz plantio direto, por exemplo, já é um agricultor de baixo carbono”, afirmou o ministro.

A proposta do governo ainda está sendo desenhada e prevê redução de até 3% nas taxas de juros, de acordo com as boas práticas adotadas. Seria também oportuno o Bradesco levar em conta o mesmo critério para reduzir as taxas de financiamento nos produtos oferecidos no E-agro.