Eletromidia: a sólida expansão da única adtech brasileira na B3
Com crescimento de 71,4% da receita líquida no primeiro trimestre de 2023, Eletromidia tem valor de mercado de R$ 2,2 bilhões
Por Victor Marques
Dados consolidados do primeiro trimestre deste ano, divulgados no começo de junho pelo Cenp-Meios, mostram que houve investimento de R$ 3,7 bilhões em compra de mídia no Brasil. O resultado mostra alta de 7,7% sobre o primeiro trimestre do ano passado.
O Cenp-Meios consolida informações de três centenas de agências de publicidade. Neste bolo, como historicamente acontece no Brasil, o meio TV Aberta lidera (R$ 1,7 bilhão e 46,3% do share). Na sequência está a Internet (R$ 1,2 bilhão e 33,9% de participação) — divididos em displays, redes sociais, sites de buscas e outros. No terceiro posto vem a Mídia Exterior (R$ 313 milhões, com 8,4% de share). É neste último quintal que briga a Eletromidia, única adtech brasileira negociada na B3 — na terça-feira (6) seu valor de mercado estava em R$ 2,2 bilhões.
Para o CEO da companhia, Alexandre Guerrero, a Eletromidia é uma referência global. “Somos hoje uma das maiores plataformas digitais do mundo”, disse o executivo à DINHEIRO.
O ano passado foi um festival de resultados positivos. A receita líquida somou R$ 800 milhões (+ 92,4% sobre 2021), o Ebitda ajustado chegou a R$ 251,8 milhões (+ 190,3% sobre 2021) e o lucro líquido atingiu R$ 105 milhões (impressionantes 754% de alta sobre o ano anterior).
E neste ano o foguete continua acelerado. No primeiro trimestre, receita líquida foi de R$ 187 milhões (+ 71,4% em relação a 2022); o Ebitda ajustado, R$ 50,6 milhões (+ 442,3%); e o lucro líquido, R$ 3,5 milhões (+ 155,6%). Segundo o CEO, o ano de 2023 celebra a retomada plena de circulação, sem as restrições da pandemia, assim como grandes eventos. “O Lollapalooza, por exemplo, é um evento muito importante para o nosso negócio”.
753,8% Alta no lucro líquido em 2022 sobre o ano anterior
A empresa atua no segmento conhecido pela sigla Dooh (de digital out of home, ou mídia exterior digital), e contempla qualquer espaço destinado a divulgação de informação e publicidade espalhado por locais de grande concentração ou passagens de pessoas — isso engloba quatro segmentos: ruas (como pontos de ônibus), transporte (metrôs, trens), edifícios e shoppings. E neles o universo de inovações é infinito.
Para Guerreiro, propriedades da publicidade estática continuarão a ser interessantes para alguns casos, como a adesivação de um trem, mas o digital deve dominar totalmente um futuro não tão distante. “O digital já representa 70% da nossa plataforma”, afirmou. “Pretendemos avançar cada vez mais nesse meio.”
AQUISIÇÕES
Como exemplo disso, a empresa ganhou no fim do ano passado a concessão para trabalhar 108 relógios digitais na cidade de Recife. Outras concessões por Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador e Brasília também terão foco no digital, mas a modalidade não será exclusiva.
O crescimento tem sido muito mais por M&A, como o realizado no fim de 2021, quando realizou a aquisição da empresa Moohb, que atuava na cidade de Campinas (SP). A transação foi avaliada em R$ 40 milhões.
Com 63,7 mil faces publicitárias, bons resultados, além de uma estratégia que pensa no futuro da companhia e como ela se encaixa nas necessidades do mercado brasileiro, a Eletromidia traçou um plano de crescimento que deve mantê-la como a maior adtech brasileira por muitos anos.