O novo luxo segundo o Fairmont Rio
Ícone da hotelaria carioca, bandeira de luxo da rede Accor reinventa sua proposta de valor aos hóspedes com a oferta de experiências que vão muito além do tradicional
Por Hugo Cilo
Imagine a seguinte programação: você pousa no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, para aproveitar alguns dias de descanso na Cidade Maravilhosa. Logo no desembarque, um chofer o aguarda para te levar de carro de luxo até o hotel. Ao chegar para o check-in privativo, o concierge logo oferece um café da manhã em um Beach Club pé na areia, com vista para o Pão de Açúcar e o Forte de Copacabana. Depois do café, opções de aulas de ioga, massagem no spa ou passeios guiados em pontos turísticos da cidade, como o Museu do Amanhã e o Cristo Redentor, em horários ainda fechados para o público. Um tour só para você.
No fim da tarde, já no pôr-do-sol, um champanhe no restaurante do hotel, à beira da piscina, com música ao vivo e vista privilegiada para a orla da praia mais famosa do País. À noite, alta gastronomia, vinhos exclusivos e um luau único sob a noite carioca.
Toda essa descrição é o que propõe o tradicional Fairmont Rio, um dos mais conhecidos endereços da hotelaria carioca.
Inaugurado com show de Frank Sinatra, em 1980, como Rio Palace, passou a se chamar Sofitel Copacabana depois de adquirido pela rede francesa Accor, por cerca de R$ 450 milhões, e foi novamente rebatizado de Fairmont em 2019.
Mais do que hospedagem, o hotel quer se tornar referência em experiência. A estratégia chamada de Fairmont Experience, que reúne numa única reserva um combo de lazer, gastronomia e hotelaria, é a grande aposta para se diferenciar no concorrido mercado carioca.
Ocupação se expande
Ao que tudo indica, o plano criado durante a pandemia tem dado certo. Segundo o diretor do hotel no País, o sul-africano Michael Nagy, a taxa de ocupação, que historicamente era de 60%, já supera 65% neste ano, mesmo com diárias acima de R$ 2,5 mil.
“Entendemos que a hotelaria de luxo não se resume à sofisticação do quarto, como antigamente, mas está na proposta de experiências únicas para os clientes.”
Diretor do Fairmont Rio no País, o sul-africano Michael Nagy
Ele disse que, atualmente, 56% dos hóspedes são estrangeiros, mas que essa proporção vem caindo. “Durante a pandemia, com os brasileiros viajando mais dentro do País, ganhei um público potencial de 11 milhões novos clientes, que antes só tiravam férias no exterior.”
No ano passado, o Fairmont Rio faturou R$ 192 milhões, o melhor resultado da história e mais de 30% sobre a receita de 2019. Desde a aquisição pelo grupo Accor, o hotel já recebeu mais de R$ 1 bilhão em investimentos, entre aquisição, modernização e retrofit, segundo Nagy. “O hotel está ficando pequeno para tanta demanda e experiências.” Parte desse bom desempenho, além do aumento da procura por turistas, se justifica pela retomada dos eventos. Em 2022, foram 470 contratos assinados. “Neste ano, vamos superar esse número com folga.”
Bandeira centenária
Gucci da Hotelaria
A rede Fairmont tem buscado diversificar suas ofertas, além dos hotéis tradicionais. Lançou residências de luxo, oferecendo aos proprietários a oportunidade de desfrutar dos serviços e comodidades da Fairmont em suas próprias casas. Essa expansão para o setor imobiliário de luxo contribuiu para o sucesso financeiro da rede.
Para Nagy, esse caminho da experiência vale também para o Brasil. Ele considera que essa nova releitura do luxo, com base na experiência, torna o Fairmont Rio uma bandeira que seduz todos os públicos. “Se pudesse comparar com uma grife, o que estamos fazendo no Fairmont nos posiociona como uma Gucci na hotelaria.”