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Mobilidade: Watts promete mais motos elétricas

Produtora de veículos elétricos comprada pela Multi aumenta número de concessionárias e estruturação de fábrica em Manaus

Crédito: Divulgação

Motos, scooters e bikes são itens vendidos pela empresa fundada por Rodrigo Gomes(abaixo), que oferece ainda produtos da Atrio, casos de patins, patinetes e hoverboard (Crédito: Divulgação)

A história da Watts Mobilidade Elétrica teve início em 2018 com a importação de um ciclomotor chinês pelo empresário Rodrigo Gomes. E ganhou um capítulo mais do que especial em março do ano passado com a aquisição, por R$ 10,5 milhões, pelo grupo brasileiro Multi (ex-Multilaser), um dos principais players dos segmentos de eletrônicos e de informática, dono de faturamento de R$ 4,4 bilhões no ano passado. O projeto ganha agora plano de investimento de R$ 5 milhões para expansão de portfólio, ampliação da rede de concessionárias e linha de produção na Zona Franca de Manaus.

“A capacidade inicial será de 50 mil unidades, mas pretendemos fazer uma expansão rápida para que possamos chegar a 200 mil por ano”, disse à DINHEIRO o fundador da Watts e agora diretor comercial responsável pela unidade de Negócio de Mobilidade Elétrica do Grupo Multi.

Os produtos já desenvolvidos pela Watts, casos de motos, scooters e bikes — todos elétricos —, vão se juntar aos itens já comercializados pela Multi sob a marca Atrio, o que envolve minibike e patinete elétricos, patins e hoverboard (espécie de patinete sem o guidão), por exemplo.

O Grupo Multi tem uma planta na capital amazonense que está sendo estruturada para receber a produção da Watts, com previsão de inauguração no segundo semestre. Atualmente, os produtos são importados e distribuídos a partir do complexo industrial da gestora em Extrema, cidade no sul de Minas Gerais.

Empresário Rodrigo Gomes (Crédito:Divulgação)

250 mil reais é o aporte médio para a abertura de uma loja da marca. meta é fechar o ano com 60 unidades pelo Brasil

O movimento promovido pela Multi resultou também na reestruturação da rede de concessionárias com foco em uma nova fase do negócio. “Inicialmente, reduzimos a nossa operação de 21 unidades para sete, o que incluía um showroom em São Paulo”, disse o executivo.

O movimento reescalou gastos e foco. A expansão recomeçou em julho de 2022. A empresa fechou o ano com 23 unidades implantadas de um total de 45 contratos assinados.

Agora já são 40 concessionárias implantadas, e o plano é atingir 60 até o fim de 2023. “Nosso objetivo é chegar a todas as capitais até o término do ano.” O investimento em cada unidade parte de R$ 250 mil.

As motocicletas da Watts, a exemplo dos ciclomotores e das scooters, possuem o Certificado de Adequação à Legislação de Trânsito (CAT), o que possibilita o registro e o licenciamento de veículos junto aos órgãos executivos de trânsito de todas as unidades da Federação. “E já temos outras duas motocicletas que serão lançadas no início do segundo semestre [W160S e WS120].”

No caso da W125 (lançada em 2021), o preço varia de R$ 19,9 mil a R$ 24,9 mil dependendo da configuração. E a scooter tem custo inicial de R$ 10,9 mil.

Resultados ambiciosos

A integração ao Grupo Multi faz Gomes sonhar alto. O plano é fechar o ano entre os dez maiores emplacadores de veículos em geral e entre os primeiros colocados em eletrificados.

“As 50 mil unidades de motocicleta que pretendemos produzir em Manaus são um volume muito expressivo, o que já nos colocaria entre os cinco maiores emplacadores.”

O investimento próprio do fundador de quase R$ 1 milhão em 2018 para a importação de 100 ciclomotores da China se multiplicou por dez em apenas quatro anos.

E a Watts se mostra disposta a superar as adversidades para acelerar mais rápido, agora sob a energia do Grupo Multi. “Acho que o principal desafio para mobilidade elétrica ainda é conscientizar o próprio consumidor de que aquilo funciona, de que é seguro, e de que veio para ficar.”