O plano pré-fabricado da Tenda
Divisão de casas montáveis expande desenvolvimento de loteamentos próprios a Minas e ao Paraná via Alea, além de iniciar a construção em áreas de terceiros por meio da estreante Casapatio
Por Angelo Verotti
O alicerce foi montado entre 2020 e 2022. E, passado o período de estruturação, a Alea, divisão de casas pré-fabricadas da Construtora Tenda, anuncia plano de expansão. Além dos empreendimentos pelo interior paulista, a marca pretende fincar os pés em cidades do Paraná e de Minas Gerais. A intenção é aumentar a produção de 400 unidades no ano, como apurado no último período, para 10 mil até 2026, com aposta também na Casapatio, bandeira recém-revelada e responsável pela construção e venda de imóveis em loteamentos abertos.
“Já lançamos 11 projetos dos dois modelos desde 2020. São mais de 1 mil unidades”, disse à DINHEIRO Luis Martini, diretor de operações da Alea. “Este ano, a gente começa num volume realmente muito mais interessante. A intenção é fechar entre 1 mil e 2 mil casas. Até este mês já foram 265.”
O plano da Alea é explorar a capacidade total da planta de Jaguariúna (SP), que permite produzir uma casa por completo a cada 36 minutos. O diferencial está na industrialização fora do local do empreendimento (off-site) com o uso de tecnologia wood frame, que consiste na fabricação de painéis formados por materiais que, posteriormente, são transportados para os canteiros onde serão montados.
O tipo de construção é adotado nos Estados Unidos, no Japão e em países da Europa, como Alemanha.
A aposta no crescimento da produção dos modelos está baseada em dois fatores: expansão da área de atuação, com a inclusão de municípios ao sul de Minas Gerais (Poços de Caldas e Araxá, por exemplo) e ao norte do Paraná (Maringá e Londrina estão na mira), e na redução de 100 mil para 20 mil no número mínimo de habitantes por cidade para viabilizar o projeto. Com isso, o alcance passou de 129 municípios para 262.
“Com os testes, vimos que conseguimos ter o volume de vendas bastante adequado para a nossa viabilidade em cidades menores, como Iperó e Cerquilho”, disse.
Já foram lançadas unidades também em Leme, Mococa, Mogi das Cruzes, Santa Bárbara d’Oeste, Araraquara, Itapetininga e Boituva.
A aposta em condomínios fechados
O segundo pilar de crescimento foi a criação do Casapatio, uma nova marca focada em loteamentos abertos, diferentemente da Alea, que atua exclusivamente em condomínios fechados desenvolvidos pela própria bandeira.
No novo modelo são adquiridos lotes prontos ou feitas parcerias em loteamentos já aprovados. “O movimento acelera o tempo de lançamento de empreendimentos, além de reduzir os prazos de legalização de projetos de uma média de 24 meses para apenas dois dependendo da situação”, disse Martini. Os primeiros projetos do Casapatio foram lançados nas cidades de Luiz Antônio e Brodowski, na região de Ribeirão Preto.
As casas da Casapatio e da Alea são semelhantes: as unidades têm entre 44 e 47 m² construídos com dois quartos, sala, cozinha e banheiro – até o final do ano as plantas devem ganhar varanda e área de serviço interna. Na Alea, o terreno privativo da casa é de 90 m2. E na Casapatio a partir de 140 m2. O valor médio de venda é de R$ 165 mil (Casapatio) e R$ 180 mil (Alea) dependendo da cidade.
Os projetos estão enquadrados no Programa Minha Casa, Minha Vida.
“Do ponto de vista de renda familiar o nosso público vai de R$ 2 mil a R$ 7 mil. Mas a centralidade da renda está entre R$ 4 mil e R$ 5 mil.”
Luis Martini, diretor de operações Alea
O investimento realizado pela empresa de 2020 a 2024 deve superar os R$ 300 milhões. A expectativa é movimentar mais de R$ 1,7 bilhão por ano – em 2022 a receita líquida da Alea chegou a R$ 30,4 milhões, 59,4% superior ao resultado de 2021. O montante ajuda a incrementar o faturamento líquido de R$ 2,3 bilhões da Construtora Tenda no mesmo período.
Sem definir número de empreendimentos em vista para a temporada, o executivo afirmou que a proporção deve ser de 50% para cada modelo.
No caso da Casapatio, a empresa procura módulos de 50 mil m² a 100 mil m2 enquanto que na Alea a busca é por terrenos com metragens superiores a 100 mil m2. As casas de um loteamento ficam prontas normalmente em até quatro meses. Num ciclo normal de construção seriam de 12 a 18 meses.
“No nosso modelo, seja Alea, seja Casapatio, uma vez iniciada a obra é concluída com rapidez e com qualidade. Então você gera valor para todas as partes envolvidas. E o mais importante: o cliente recebe a chave mais rápido e para de pagar aluguel antes.”
Um alento para 5,9 milhões de famílias que ainda vivem o sonho de conquistar a casa própria.