O retorno de Michele Chiarlo
Depois de um tempo fora do mercado brasileiro, vinícola da região do Piemonte retorna com rótulos de até R$ 1,8 mil
Por Celso Masson
Inaugurado no verão de 2003 na área externa da Cantina Michele Chiarlo, na região italiana do Piemonte, o Art Park La Court chamou a atenção por sua proposta de transformar a paisagem agrícola em um local onde o trabalho árduo no campo e a criatividade artística encontrassem o perfeito equilíbrio. Passados 20 anos, ele provou ser bem mais do que uma exposição temporária ou um museu a céu aberto.
É parte da identidade da vinícola e também uma metáfora dos vinhos que ela engarrafa. Para Michele Chiarlo, que em 1956 fundou a vinícola com seu nome, cuidar da paisagem, da arte e da comunidade é um compromisso, assim como a sustentabilidade. Desde 2011, a empresa integra o Viva Sustainable Wine, que monitora e avalia toda a cadeia produtiva a fim de identificar e desenvolver ferramentas para um modelo de vitivinicultura de baixo impacto sobre os recursos naturais.
Tudo isso se soma ao cuidado para elaborar grandes vinhos, que a Casa Flora passou a importar recentemente dentro de um esforço para elevar a qualidade de seu portfólio e oferecer rótulos de maior valor agregado.
Tanto assim que dois deles, os Barolos Cerequio 2015 e Cannubi 2017 custam R$ 1.789,90 cada, no e-commerce da importadora. Mas nem todos estão nessa faixa.
A linha completa, apresentada pelo gerente global de exportação da Michele Chiarlo, Adam Verona, inclui três brancos que partem de R$ 182,90 (caso do Palás Moscato D’Asti) e seis tintos, dos quais o mais acessível é o Barbaresco (R$ 473,90).
Todos são muito elegantes, mas se o orçamento permitir, vale investir no Cannubi, nome de um vinhedo de 1752 e é considerado o mais prestigiado da denominação Barolo. Com estágio de 24 meses em barricas, repousa ao menos um ano na adega antes de chegar ao mercado. “Isso deixa os taninos sedosos e os aromas mais intensos”, disse Verona.