Aveia no centro da transformação
Por Lana Pinheiro
Ela é sueca. Ele, carioca. Em comum, o veganismo e o desejo de transformar a produção e o consumo de alimentos no Brasil para um modelo mais sustentável. Assim, Alex Soderberg e Felipe Melo criaram o Naveia. A marca, que surgiu como leite de aveia, expandiu o portfólio nos últimos meses.
Além de novos sabores da bebida, hoje estão disponíveis aos consumidores opções como creme de leite, leite condensado, chantilly, manteiga e creme de chocolate com avelã. Todos 100% veganos, usando o cereal que é adquirido de produtores agroecológicos da região Sul do País.
Para Soderberg, um modelo responsável em que a matéria-prima tem grande impacto social. “É mais uma linha de renda para os produtores, já que a cultura é de inverno e não compete com outras commodities.” Para os sócios do Naveia, o negócio tem se mostrado promissor.
Felipe Melo calcula que o crescimento médio é de 10% ao mês, o que se traduz em um faturamento mensal de cerca de R$ 2 milhões. “Pena que não é linear”, disse ele, ressaltando a necessidade da governança para manter o fluxo de caixa saudável. Além da empresa, o casal e sócios comemora um ano da Fazenda Naveia, área de 200 hectares de terras devastadas que compraram para reflorestar e construir uma floresta agroecológica.
O sistema de agricultura sustentável que mescla produção de alimentos com vegetação nativa começou a ser implementado com a plantação de mais de 50 espécies de árvores. Além de produzir alimentos com plano de agregar valor a eles — detalhes ainda a serem revelados — o casal quer influenciar os vizinhos produtores de leite a transformar suas propriedades.
“Vamos ensinar técnicas e benefícios da agrofloresta e no futuro, quem sabe, até garantir a compra de alguns alimentos que produzirem”, disse Melo.
“Não é a terra que é frágil. Nós é que somos frágeis. A natureza tem resistido a catástrofes muito piores do que as que produzimos. Nada do que fazemos destruirá a natureza. Mas podemos facilmente nos destruir.”
James Lovelock autor americano e ambientalista
Arte por árvores
Um grupo de oito profissionais de múltiplas áreas, de artes à tecnologia, se reuniu para usar a WEB 3.0 como meio de levantar recursos para plantar árvores. Assim nasceu Os Greenies, plataforma que vende arte digital no formato de NFT atrelada à meta de plantar 1 milhão de árvores na Mata Atlântica. Os valores dos NFTs seguem a estimativa de emissão de carbono definido pelo estilo de vida (para compras individuais) ou pelo tamanho da empresa (para aquisições corporativas). O interessado pode escolher sua peça dentro de uma coleção de 5.005 artes digitais, geradas em um processo que inclui AI generativa e certificadas.
Empregabilidade para refugiados
Com atuação global, 170 mil funcionários e especialista em customer experience, a Foundever olhou para a inclusão de refugiados como uma oportunidade social e de negócios. Com 643 emigrados contratados só em São Paulo, o CEO Laurent Delache (foto) destaca que o programa é prioridade na estratégia de ESG da empresa pois é bom para o imigrante refugiado, que tem acesso ao mercado de trabalho brasileiro; é bom para os colaboradores, pela oportunidade de se relacionar com outras culturas; e para o acionista, pois proporciona novas fontes de receita já que a Foundever consegue prestar serviços de atendimento em outras línguas. “Os venezuelanos contratados trabalham em espanhol, atendendo clientes e consumidores latino-americanos, na própria língua”, disse. “Isso faz muita diferença para o colaborador.” E cliente.
Puravida busca mais sustentabilidade
ESG é uma jornada e a Puravida, marca de suplementos alimentares, atua para acelerar a sua. A empresa está avançando na meta de ter mais mulheres em seu quadro com índices que internamente chegam a 46% na soma de todos os funcionários, 50% no recorte gerencial para cima e 25% na alta liderança. “Ainda queremos evoluir mais, especialmente na liderança”, afirmou Tiago Fontes Asprino, diretor de Gente e Gestão e ESG. A empresa, que faz parte do Sistema B, também soma 70% dos gastos com fornecedores locais e é 100% carbono neutro com selo Ouro no GHG Protocol, sistema mundial de quantificação de emissões.
Composição dos Conselhos
Os Conselhos de Administração e Fiscal são estruturas fundamentais na gestão das empresas, responsáveis pela tomada de decisões estratégicas e pela fiscalização das atividades empresariais. A composição dos colegiados, portanto, é tema relevante, uma vez que a diversidade de gênero, étnico-racial e de habilidades pode trazer benefícios para a empresa e a sociedade. Além disso, a transparência na composição da mesa pode aumentar a confiança dos investidores e da sociedade na governança corporativa das empresas. Por isso, é imprescindível ter um instrumento oficial que incentive e demonstre a diversidade de pessoas nos Conselhos de Administração e Fiscal das empresas listadas na B3, para assim atender a recomendação de diversidade e representatividade da nossa sociedade.