Tecnologia

Pizza Hut lança plataforma em busca de mais crescimento da IMC no Brasil

Pizza Hut anuncia plataforma própria de vendas on-line e espera triplicar faturamento até 2025. Receita do grupo IMC, operador da pizzaria no Brasil, foi de R$ 2,35 bilhões em 2022

Crédito: C41 Estudio

Pizza Hut possui 261 lojas que são beneficiadas por ferramenta agregadora de outros apps (Crédito: C41 Estudio)

Por Beto Silva

International Meal Company (IMC) vive o melhor de dois mundos. Ao mesmo tempo que passa por uma transformação em seus negócios, com aceleração da digitalização, a operadora das marcas, no Brasil, Frango Assado, Pizza Hut, KFC, Viena, Brunella, Batata Inglesa e Olive Garden comemora seu oitavo trimestre seguido de crescimento em faturamento.

No ano passado, as vendas da empresa bateram R$ 2,35 bilhões, 26,9% superior do que no período anterior. E quer mais. Para avançar, a aposta é na tecnologia. A companhia acaba de lançar uma nova plataforma que concentra as ações da Pizza Hut, com foco no consumidor.

Com ela, pretende triplicar a receita até 2026. O faturamento com a rede de pizzarias não é revelado separadamente, mas juntamente com KFC e outras marcas do grupo – exceto Frango Assado, a maior operação da IMC, e lojas em aeroportos –, bateu R$ 576,8 milhões em 2022.

A ferramenta é exclusiva da Pizza Hut inicialmente, mas a tendência é ser aplicada para as outras bandeiras. “É nosso primeiro produto digital desenvolvido 100% dentro de casa. É um diferencial competitivo”, disse Alex BX Pinto, CMO da IMC, ao observar que antes dessa plataforma a aplicação era da rede geral.

29%
foram as vendas digitais do grupo imc em 2022, volume 8,9% maior do que o registrado no ano anterior

O aplicativo da Pizza Hut visa agrupar as vendas e saber mais sobre os clientes e toda cadeia. Informações que servem para um direcionamento mais assertivo de promoções e atendimento. Em um mercado tão pulverizado como no Brasil, em que apenas 6% dos restaurantes são de rede, esse elemento é fundamental, na avaliação de Alex BX.

Joga a favor da estratégia da companhia o fato de as vendas digitais no ano passado terem alcançado 29%, um crescimento de 8,9% em relação a 2021.

A plataforma integra em um só ambiente:

• o app delivery,
• vendas por WhatsApp,
• call center, autoatendimento,
• leilão last mile (motoboys),
• upsell, serviços franqueados,
• customer care.

“Temos a experiência de compra muito mais fácil. Na primeira semana de uso a gente dobrou o que chamamos de taxa de conversão”, disse o executivo, sobre a entrada de pessoas no app que realmente efetivam a compra.

Isso ocorre pela aplicação de uma camada de inteligência artificial. “Os dados nos ajudam a ofertar melhor para o consumidor. É um motor novo que a gente não tinha anteriormente.”

Alex Bx Pinto, CMO da IMC: “É nosso primeiro produto digital desenvolvido 100% dentro de casa. É um diferencial competitivo”

Por meio da ferramenta, a IMC considera uma independência digital, já que tem em seu controle tecnologias e serviços integrados. A partir dela, clientes e franqueados terão acesso a diferentes canais, que juntos facilitam operação e custos, inclusive para o consumidor final.

Além dos benefícios para os clientes, o lojista tem benefícios ao ter centralizado em um mesmo ambiente todo o fluxo de pedidos.

“A inovação que aprimora a experiência do consumidor e que, ao mesmo tempo, otimiza os custos e etapas operacionais, é ponto central na atuação diária da companhia.”
Alex Bx Pinto, Cmo da IMC

Agregador

A operação das 261 lojas da Pizza Hut — ao todo o grupo possui 559 estabelecimentos — ganharam uma ajuda importante com a nova plataforma, que funciona como agregadora de outros aplicativos. Geralmente, uma pizzaria que tem vários canais de vendas e tem de abrir todos eles várias vezes para observar se há pedidos.

Isso não é mais necessário. Todos os apps estão em um único lugar. “A loja só tem de estar preocupada em produzir a pizza”, afirmou Alex BX.

Outra novidade para a loja é na definição da entrega. Hoje existem vários fornecedores de serviço de delivery e o aplicativo escolhe o melhor custo para operar, levando em conta onde está o entregador, a pizzaria e entrega. “É um processo complexo fazer tudo isso dar certo, mas estamos muito felizes com os primeiros resultados”, disse o CMO.

Seria então uma concorrência direta com o iFood e outros aplicativo de entrega? Na visão de Alex BX, não. Pois 70% das vendas do grupo ainda são presenciais.

“Queremos crescer no iFood e no nosso canal próprio. Não queremos canibalizar. Temos espaço para crescer em vendas em todos os canais”, disse o executivo, ao citar outro dado interessante: 40% dos pedidos de pizza no Brasil ainda são feitos por telefone, tamanha a pulverização do mercado. A tecnologia é o ingrediente para crescer nas vendas digitais.