A transformação da Loungerie
Com previsão de abrir 100 lojas físicas em três anos, grife de moda íntima amplia portfólio e passa a vender produtos eróticos, cosméticos e perfumes de marcas como Carolina Herrera, Lâncome e Dolce & Gabbana
Por Lara Sant’anna
Quando foi criada, em 2009, a Loungerie se diferenciava em relação às outras marcas de moda íntima por suas características de exclusividade. Como o nome sugere, ela pretendia ser mais que apenas uma loja de lingerie. Queria ser um ambiente capaz de proporcionar uma relação mais próxima com cada cliente, tanto pelo atendimento mais personalizado quanto pela variedade de peças à venda.
A ênfase era na experiência de compra, com especialistas ajudando a encontrar o sutiã perfeito a partir das medidas das costas e do busto.
Com o tempo, o que parecia um detalhe para aproximar consumidoras da marca foi ganhando outros serviços. Há dois anos, foi lançado o chá de lingerie.
Em seu formato mais completo, ele permite à noiva fechar uma unidade (hoje são 86 lojas em todo o Brasil) apenas para suas convidadas. Há toda uma ambientação de festa, com música e espumante à vontade. Mais de 220 eventos desse tipo já foram realizados.
O sucesso da iniciativa é um indicador dos caminhos que a Lougerie pretende seguir para continuar crescendo. Segundo o CEO Eduardo Costa, as perspectivas são excelentes. “Costumo dizer que no final de 2024 a empresa será totalmente diferente do modelo original.”
Ele prevê que a receita aumente 15% este ano em relação a 2022, quando o faturamento atingiu R$ 350 milhões. Para os próximos três anos, a meta é abrir 100 unidades, principalmente franquias. Hoje elas são 41, além dos 45 pontos de venda próprios, incluindo outlets.
O plano de expansão da rede de lojas físicas prevê tanto cidades menores quanto shopping centers com posicionamento um pouco mais popular. O novo formato contempla lojas de apenas 50 metros quadrados, cerca de 30% da área das lojas do padrão atual.
Mas, segundo Costa, isso não irá afetar em nada o DNA da marca, que segue apoiado na qualidade do atendimento e na proposta de experiência para as clientes. Para conseguir isso em menos espaço, a Loungerie usará mais tecnologia, incluindo ferramentas de omnicanalidade. “É um conceito totalmente diferente de loja”, disse Costa.
Por isso, além da expansão de unidades, a marca está fortalecendo seus canais digitais. O e-commerce virou marketplace e recebeu o nome The Lounge.
A ideia, mais do que agregar vários vendedores parceiros, é ter produtos que a empresa considera parte da vida íntima feminina, explorando ao máximo a confiança que a marca já possui junto a seu público cativo.
Com isso, passam a fazer parte do portfólio:
* produtos eróticos,
* cosméticos,
* perfumes
* moda praia.
AEssa diversificação agrega à marca nomes como Carolina Herrera, Lâncome e Dolce & Gabbana.
Além do Produto
O marketplace também abre espaço para estreitar o relacionamento com as clientes a partir da produção de conteúdo, em um movimento que Costa entende ser importante para reforçar a percepção da marca.
“Se meu posicionamento está relacionado a provocar a mulher a expressar individualidade dela, eu preciso ir além do produto”
Eduardo Costa,CEO da Loungerie.
Segundo Costa, em um primeiro momento, a diversificação fica restrita ao site, mas a empresa estuda levar isso para as lojas. Com ferramentas de prateleira infinita, as clientes já podem conhecer a variedade de produtos, mas a ideia é que no futuro eles possam ser vendidos com estoque nas unidades.
Além disso, com a possibilidade que o consumo feminino apresenta e usando os marketplace como estudo de mercado, a Loungerie deve expandir seu portfólio próprio, entrando no segmento de eróticos e cuidados com a pele, por exemplo. “Não vamos lançar o jeans Loungerie, não faz sentido como posicionamento de marca, mas existem muitas categorias que têm fit e que a gente pode começar a trabalhar” afirmou. “Estamos no meio dessa transformação.”