Faltam mulheres no mercado financeiro
Por Paula Cristina
A disparidade salarial, de horas trabalhadas e cargos são bastante problemáticos para as mulheres no mercado de trabalho, mas a questão fica ainda mais acentuada quando avaliado o recorte no sistema financeiro. Levantamento do Centro de Estudos em Finanças da FGV colocou luz sob esse tema. No Brasil, apenas 11% dos profissionais certificados pela CFA (Chartered Financial Analyst) são mulheres, número que sobe para 18% na média mundial. “O fato é que no Brasil as mulheres trabalham mais e são menos remuneradas e reconhecidas no mercado financeiro”, disse Claudia Yoshinaga, coordenadora do Centro de Estudos em Finanças. O crescimento profissional também é mais tortuoso para mulheres, já que 30% delas estavam em cargos de analistas. “Só 7% afirmaram ocupar cargos de liderança”, afirmou Claudia. “As únicas subáreas em que mulheres são a maioria são as relacionadas a funções administrativas e de apoio”, afirmou a coordenadora. Nesses cargos, as mulheres são 10,7% contra 5,4% da parcela masculina. Com Tarciana Medeiros à frente do Banco do Brasil e Rita Serrano comandando a Caixa Econômica Federal, as primeiras mulheres em seus respectivos cargos, Claudia entende que o caminho começou a ser aberto, mas ainda é preciso um esforço maior, e conjunto, para que ele seja trilhado.