Tecnologia

Highq: transformação digital no mundo jurídico

Ferramenta intuitiva vira um supergestor dos processos legais

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Entre as cinco grandes áreas da Thompson Reuters, a de serviços jurídicos responde pela maior fatia de receitas (Crédito: istockphoto)

Por Victória Ribeiro

Empresa global de conteúdo e tecnologia nascida em 1851 como agência de notícias econômicas, a Thomson Reuters segue cada vez mais ampliando seu portfólio de soluções para o mundo jurídico. Os profissionais da área estão entre os mais afetados pelas mudanças tecnológicas e as companhias têm ampliado a busca por melhorias nos custos e aumentos de produtividade. Adrian Fognini, diretor da Thomson Reuters para a América Latina, diz que esse segmento é ainda “conservador” quando se trata da adoção de novas tecnologias. E traça um paralelo entre a profissão e o Código Civil, que raramente sofre alterações. “Isso só será revertido quando os profissionais conseguirem enxergar o valor de sua adoção.”

É nesse contexto que a empresa aposta no HighQplataforma comprada há quatro anos e que tem entre seus objetivos facilitar a gestão de documentos e contratos, processos de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês), mediações e arbitragem.

Para Fognini, o HighQ ajudará os profissionais das áreas jurídicas a “atingirem essa compreensão”. O produto é adaptável de acordo com as especificidades de cada escritório de advocacia ou setores jurídicos das empresas e uma de suas principais vantagens, segundo o executivo, é a redução do tempo para resolução de processos complexos­ — como os do mercado de M&A, que envolve grandes bases de dados para serem analisados e, na ausência de ferramentas digitais, exige a mobilização de grandes equipes profissionais.

“Nesse ponto, vale falar da rentabilidade proporcionada pela plataforma, que reduz a necessidade de grande número de pessoas envolvidas nos processos”, afirmou.

Fognini destaca como outra vantagem o fato de a plataforma ser colaborativa, o que garante a transparência de modo on-line ou off-line. “Se um C-Level quer saber como está o processo de Due Diligence de uma aquisição, por exemplo, não haverá necessidade de contatar os líderes das áreas funcionais. A resolução pode estar a um clique de distância.”

Adrian Fognini Thomson: “A plataforma reduz a necessidade de ter um grande número de pessoas envolvidas nos processos” (Crédito:Gustavo Graf)

Em meio às soluções tecnológicas que envolvem grande circulação de dados altamente sigilosos e estratégicos, a segurança digital e os possíveis ataques ‘hackers’ estão entre as maiores preocupações.

Nesse sentido, o executivo afirma que o HighQ possui recursos avançados de segurança em que o cliente tem:
* garantia de não compartilhar espaço com outros clientes,
* criptografia de ponta a ponta,
* Digital Rights Management (DRM), que garante recursos avançados de segurança como marca d’água, impedimento de download, impressão, cópia e edição,
* além de logs de acesso separados por ações, para identificar quem acessou ou visualizou.

Atualmente, o HighQ possui 100 usuários de distintos portes na América Latina. Fognini acredita que os profissionais do segmento jurídico que utilizam as tecnologias para potencializar o trabalho terão vantagem competitiva em relação àqueles que não apostam nessa agenda. “Quem souber interpretar isso, e aproveitar essa agenda, vai colaborar para liberar o potencial do departamento jurídico”, afirmou.

Segurança

Hoje, entre as cinco grandes áreas da empresa, a de serviços jurídicos responde pela maior fatia de receitas. No primeiro semestre do ano, o faturamento total foi de US$ 3,3 bilhões (com as soluções de serviços legais entregando 42% desse montante: US$ 1,4 bilhão).

O resultado geral ficou 3% acima do primeiro semestre de 2022. O Ebitda entre janeiro e junho deste ano foi de US$ 1,3 bilhão (+15% sobre 2022), com a divisão jurídica entregando metade do resultado (US$ 663 milhões).

Na carta de apresentação de resultados do segundo trimestre, anúncio feito no começo de agosto, o CEO global, Steve Hasker, afirmou que o desempenho reflete o bom momento do portfólio da Thomson Reuters. “Apesar do cenário macro incerto”, disse.