Vinhos: o novo brilho do Sul

Enquanto as atenções dos apreciadores brancos e tintos se voltam para os terroirs da Serra da Mantiqueira e da Chapada Diamantina, vinícolas gaúchas seguem surpreendendo

Editora Três

18/08/23 - 12h51 - Atualizado em 18/08/23 - 15h13

Por Celso Masson

Há mais de uma década, projetos vitivinícolas criados nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste vêm comprovando que o potencial do País para a bebida vai muito além dos estados do Sul. A curiosidade por novos terroirs pode ter ofuscado zonas tradicionais, mas tanto a Serra Gaúcha e quanto a Campanha têm provado que ainda podem surpreender os apreciadores. Dois exemplos estão chegando agora ao mercado.

Fundada em 2002 em Bagé (RS), a Vinícola Peruzzo se destacou por espumantes de alta gama, mas também produz tintos de guarda no bioma Pampa, caso do Ícone Cabernet Sauvignon 2013 (R$ 300).

A mesma uva é usada em um rótulo mais acessível, cuja safra 2020 custa R$ 92. Possui notas de cravo, baunilha e café. Com 14% de álcool, acompanha bem cortes de carne com bastante gordura. A Perruzzo estará presente no Wine South America 2023, no mês de setembro, em Bento Gonçalves (RS).

Em Bagé, na Campanha Gaúcha, são elaborados bons espumantes e tintos como o elegante Cabernet Sauvignon (R$ 92) (Crédito:Divulgação)

Outro destaque recente é o ArteViva Camila Malbec 2021, criação de Giovanni Ferrari que homenageia a mãe de suas duas filhas. Traz a uva consagrada na Argentina que até pouco tempo não havia despertado o interesse de viticultores brasileiros.

No caso de Ferrari, seu toque pessoal está no uso da madeira. O vinho é fermentado em barricas eslovenas e envelhece por 16 meses em carvalho americano, francês e do Leste Europeu. Traz aromas de goiaba, especiarias e hortelã. Suculento e equilibrado, pede harmonização com charcutaria, aves e carnes. Custa R$ 180. Nos dois casos, é evidente o capricho dos produtores.