Celulares: pior número em uma década
Por Edson Rossi
Relatório recém-divulgado pela Couterpoint Research prevê que as remessas de smartphones em 2023 caiam 6% em relação ao ano anterior, para 1,1 bilhão de dispositivos. “A Ásia é um dos principais obstáculos para o crescimento positivo, já que a China experimenta declínios intensos”, afirmam os analistas da Counterpoint. As compras chinesas de smartphones, que no pico foram de 450 milhões de dispositivos por ano, encolheram para 270 milhões por ano. No meio da crise, porém, há quem encontre boa notícia. E neste caso é a Apple. O segmento premium do mercado, com dispositivos de preços mais altos, está resiliente. E em setembro a companhia americana deve lançar o iPhone 15.
Meta acelera na tradução automática
Na segunda-feira (22), a Meta (dona de Facebook, Instagram e WhatsApp) anunciou que vai acelerar fortemente no campo da tradução automática. O desafio é brutal e a empresa recorreu a um clássico da cultura geek – The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy (no Brasil, O Guia do Mochileiro das Galáxias), do inglês Douglas Adams, que criou um cult a partir de um programa de rádio do fim dos anos 1970 (e virou série de livros e game) — para tratar das dificuldades de programas de tradução. “Construir um tradutor de linguagem universal, como o fictício Babel Fish de O Guia do Mochileiro das Galáxias, é um desafio porque os sistemas existentes de fala para fala e fala para texto cobrem apenas uma pequena fração dos idiomas do mundo. Mas acreditamos que o trabalho que estamos anunciando é um passo significativo na jornada.” É com esse desafio que publicamente chega o SeamlessM4T, com reconhecimento de fala e texto para quase 100 idiomas. Junto do seu lançamento, foi anunciada uma licença de pesquisa para permitir que pesquisadores e desenvolvedores construam esse trabalho.
Baidu cresce forte. Adivinhe por quê?
Inteligência artificial é novamente a resposta para qualquer empresa de tecnologia que apresente resultados vigorosos. A chinesa Baidu é mais uma. O grupo, que oficialmente nasceu há 23 anos, traz origens num buscador inteligente desenvolvido por Robin Li (em 1996) dois anos antes de o Google nascer (1998). Li é ainda hoje o CEO da companhia, que atualmente entrega quase seis dezenas de produtos digitais. No trimestre encerrado dia 30 de junho e cujos resultados foram apresentados na segunda-feira (22), as receitas somaram US$ 4,7 bilhões (alta de 15% sobre o mesmo trimestre do ano passado) e o lucro foi de US$ 718 milhões (salto de 43%). “A IA generativa e modelos de linguagem ampla possuem imenso poder transformador em vários setores, apresentando uma oportunidade de mercado significativa para nós”, afirmou Li. A grande aposta do Baidu é a solução Ernie Bot, equivalente chinês ao ChatGPT. “Ao adotar uma mentalidade nativa de IA, estamos reinventando nossos produtos para experiências inovadoras e apoiar várias empresas.”
YouTube dá um bom recado
E se mexe para conviver com a IA
É preciso a coragem do primeiro passo. De certa forma foi o que o YouTube decidiu fazer. Na segunda-feira (21), em uma postagem-manifesto de três princípios, Neal Mohan (foto), CEO da companhia, tornou pública a preocupação de geração e distribuição de conteúdo criativo por meio de inteligência artificial (IA). Para isso, criou o Music AI Incubator do YouTube, para decidir sua abordagem em relação à IA. O grupo de trabalho terá artistas (Anitta é uma delas), compositores e produtores em parceria com o Universal Music Group.
Princípio 1
A IA está aqui e vamos adotá-la com responsabilidade junto de nossos parceiros musicais
“Os avanços na IA generativa não são mais uma promessa futura. Milhões de pessoas já o adotam em suas vidas diárias, desde encontrar informações úteis até aumentar a criatividade e a produtividade. E os criadores do YouTube, em particular, adotaram a IA para simplificar e impulsionar seus processos criativos. Somente em 2023, houve mais de 1,7 bilhão de visualizações de vídeos relacionados a ferramentas de IA no YouTube. À medida que a IA generativa revela novas formas ambiciosas de criatividade […] Nosso objetivo é fazer parceria com a indústria da música para capacitar a criatividade de uma forma responsável.”
Princípio 2
A IA está inaugurando uma nova era de expressão criativa, mas deve incluir proteções apropriadas e abrir oportunidades para parceiros musicais que decidirem participar
“Continuamos com nosso forte histórico de proteção do trabalho criativo de artistas no YouTube. […] Uma nova era de conteúdo gerado está aqui e nos dá a oportunidade de reimaginar e evoluir novamente. […] Continuaremos a investir na tecnologia baseada em IA que nos ajuda a proteger nossa comunidade de espectadores, criadores, artistas e compositores.”
Princípio 3
Construímos uma organização de confiança e segurança líder do setor e em políticas de conteúdo. Vamos dimensioná-los para enfrentar os desafios da inteligência artificial
“O potencial ilimitado da IA generativa exige uma abordagem cuidadosa que mapeie os limites expansivos da expressão criativa. Os sistemas generativos de IA podem ampliar os desafios atuais, como abuso de marcas registradas e direitos autorais, desinformação, spam e muito mais. Mas a IA também pode ser usada para identificar esse tipo de conteúdo […]. Nos comprometemos a escalar ainda mais esse trabalho.”