ESG

Retrofit em edifício icônico pode ajudar a revitalizar região central de São Paulo

Com o retrofit de um edifício inaugurado em 1939 no coração da capital paulista e abandonado há mais de uma década, Metaforma reafirma o compromisso com as boas práticas da construção ao mesmo tempo que promove a revitalização de uma área urbana degradada

Crédito: Divulgação

Projeção de como ficará o edifício após a reforma (Crédito: Divulgação)

Por Celso Masson

Ramos de Azevedo não viveu para ver de pé o Edifício 7 de Abril, inaugurado em 1938 no endereço do qual empresta o nome, no centro de São Paulo. Famoso por projetar marcos da cidade, como a Pinacoteca, o Mercadão e o Theatro Municipal, o engenheiro-arquiteto formado na Bélgica morreu em 1928. Só uma década mais tarde é que a capital paulista ganharia um de seus prédios mais significativos, concebido justamente pelo Escritório Técnico Ramos de Azevedo & Severo Villares.

Agora, uma nova fase desse ícone está prestes a ganhar vida a partir de um retrofit realizado pela incorporadora Metaforma. As obras de reforma e restauração ainda estão no início, mas a julgar pelas perspectivas ilustradas, o empreendimento que terá 274 apartamentos deixaria Ramos de Azevedo contente.

Não apenas porque o edifício, rebatizado como Basílio 177, devolverá à população uma obra-prima da arquitetura. Mas porque todo o projeto foi pensado para revitalizar uma área urbana que estava terrivelmente degradada — e se baseia em um compromisso com as boas práticas de sustentabilidade na construção que norteia a Metaforma desde que ela foi criada, em 2012.

Segundo o fundador e CEO da companhia, Bruno Scacchetti, de 43 anos, a escolha do edifício que abrigou a Companhia Telefônica Brasileira (CTB) se deveu a uma combinação de fatores. “Ele atendia aos nossos anseios por completo. Está bem localizado, tem um desenho muito atrativo, uma estrutura robusta, de concreto, e detalhes construtivos que o mantiveram em boas condições mesmo após ter sido desocupado, em 2010”, disse.

Além disso, o pé direito é elevado, com 4,4 metros — o que será preservado em 70% das unidades colocadas à venda. Isso porque parte do empreendimento ocupará uma torre nova, em que os pavimentos terão pé direito menor (de 2,75 metros) mas um atrativo adicional: serão envidraçados do chão ao teto. “Serão 80 tipologias distintas, com propostas e soluções para todos os gostos e necessidades, de pessoas que vivem sozinhas a famílias”, afirmou o CEO da Metaforma.

Bruno Scacchetti, fundador da incoporadora. Abaixo, uma das unidades decoradas: 80 tipologias em 274 apartamentos (Crédito:Israel Gollino)

Gastronomia

Com 50% das unidades já vendidas, a ocupação do edifício deverá refletir não apenas sua variedade de moradores como formar uma nova relação das pessoas com o bairro. O projeto prevê uma galeria com lojas e um food hall interligando as ruas Basílio da Gama e Sete de Abril.

“O foco será principalmente na gastronomia, mas envolvendo entretenimento, lazer e serviços”, disse Scacchetti. Além de a galeria trazer mais vida ao local, a Metaforma já interveio para resolver algumas omissões do poder público, da iluminação à coleta de lixo.

“Montamos um projeto socioambiental para atender às pessoas em situação de rua e a questão sanitária”, disse o incorporador. “Com o calçamento limpo, as pessoas passaram a circular ali de novo. E aí vai virando uma bola de neve invertida, o que é positivo para a cidade e gera valor para o ativo”.

(Divulgação)

Por falar em valor, o metro quadrado está entre R$ 13 mil e R$ 14,5 mil. Preços atraentes para a região central de São Paulo e mais ainda para um prédio com retrofit a cargo do escritório Metro Arquitetos, que já atuou com Paulo Mendes da Rocha e assina a ampliação e reforma do Museu de Arte de São Paulo.

O paisagismo, de Ricardo Cardim, terá elementos da vegetação nativa que ocupou a área há 300 anos, incluindo um jequitibá-rosa que será plantado na praça central.

E para quem acha que é impossível estacionar por ali, a garagem terá 80 vagas e um hub de mobilidade para atender quem não pretende usar carro próprio. “Estamos propondo uma inovação da incorporação imobiliária, considerando a realidade global e o olhar para o futuro, com preservação ambiental e a valorização social, além do resultado econômico do projeto”, afirmou Scacchetti.

Que sirva de modelo para mais incorporadoras.