Revista

CPI: pizza à americana

Crédito: Ueslei Marcelino

Americanas: pizza a caminho? (Crédito: Ueslei Marcelino)

Por Paula Cristina

Se há uma forma de definir grandes negociações envolvendo política no Brasil seria “acabar em pizza”, um termo cunhado, lá nos anos 1960, pelo jornalista esportivo da Gazeta Esportiva Milton Peruzzi. Depois de uma crise na Sociedade Esportiva Palmeiras, os dirigentes fizeram uma reunião de 14 horas que terminou com a chegada de 18 pizzas grandes. No dia seguinte, Peruzzi cravou. “Crise do Palmeiras termina em pizza”. De lá para cá não foram poucas as oportunidades em que grandes eventos não resultaram em nada. O mais recente deles é a CPI que investigou o caso da Americanas, gigante do varejo que usou de uma contabilidade para lá de duvidosa e acabou escondendo um rombo de R$ 20 bilhões. Pois bem. A CPI durou quatro meses. Houve muita discussão ideológica e acusações. O relator, o deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), afirmou que houve fraude, mas não apontou culpados. A pizza, que já estava a caminho do Congresso Nacional, só não foi entregue ainda porque o ex-CEO Miguel Gutierrez enviou uma carta com 17 páginas dizendo que a gestão da empresa tenta colocar a culpa pela fraude na antiga diretoria para proteger o trio de acionistas de referência – Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira. Talvez alguém tenha que comer pizza fria.

(Lula Marques)

“Traidor da Constituição é traidor da pátria. (…) Temos ódio à ditadura. Ódio e nojo. Amaldiçoamos a tirania onde quer que ela desgrace homens e nações. Principalmente na América Latina.”
Ulysses Guimarães, (1916 – 1992) na promulgação da Constituição, dando novos contornos ao entendimento atual sobre o que é ser patriota no dia 7 de setembro.

Automotivo

Venda de carros cai, mas produção sobe

(Bruno Santos)

As vendas de veículos caíram 8% no mês de agosto, primeiro mês desde o fim do programa do governo federal de descontos no carro zero. Foram 208 mil unidades comercializadas, contra 226 mil no mês de julho. Ainda assim, agosto foi o segundo melhor mês deste ano em vendas, de acordo com os dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), divulgados na terça-feira (5). Agosto foi o primeiro mês sem efeitos claros do programa de incentivos do governo federal. Com os descontos, a média diária de vendas em julho chegou a 10,7 mil veículos. Em agosto, foram 9 mil vendas diárias. Já a produção cresceu 24% em agosto na comparação com julho, com 227 mil unidades.

 

R$ 1.200.000.000
Foi o maior envio de PIX em uma única transação desde que a plataforma começou a funcionar. O movimento foi feito em dezembro. Presentão de Natal!

 

China

Menos fôlego na China

Enquanto o mundo discute o papel da China na retomada da economia global, dentro do país asiático alguns sintomas mostram que não será tarefa fácil. O PMI do país, índice mensal que mede o nível de atividade dos serviços, atingiu 51,8 pontos em agosto, o menor patamar em oito meses. Segundo a S&P Global, a atividade empresarial chinesa caiu 2,3 pontos ante a julho, se aproximando dos 50 pontos, barreira que indica contração dos negócios. Com o resultado, economistas já especulam que o plano chinês de aproveitar o aumento dos juros nos EUA para se tornar a maior economia do mundo será mais difícil que o previsto em um primeiro momento.

Internacional

O nó argentino

Após ensaiar recuperação em 2022, o Produto Interno Bruto da Argentina deve encolher 3,0% este ano e 1,6% no próximo, prevê a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), em relatório anual divulgado na terça-feira (5). Apesar deste tombo localizado, o melhor desempenho do Brasil fez a projeção para a América Latina saltar de 1,2% para 1,7%. Para o próximo ano, a Cepal estima um incremento menor (1,5%) na região.