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V3rso, um novo formato de hospedagem muito além da hotelaria

Com foco em uma geração conectada, plataforma tecnológica V3rso, do Grupo Emiliano, pretende revolucionar a experiência de hotelaria de alto padrão

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V3rso e Emiliano: investimento em tecnologia para ajustar demandas (Crédito: Divulgação)

Por Raphael Calles

Muitas foram as mudanças e também os desafios do mercado de hotelaria nos últimos anos. Dados divulgados pela Hotelinvest, no relatório Panorama da Hotelaria Brasileira 2023, mostram que apesar da drástica queda na taxa média de ocupação que acometeu o mercado entre 2020 e 2021, o ano de 2022 fechou com números muito próximos ao período pré-pandemia. O levantamento também indica que, para 2023, a recuperação econômica, a perspectiva de crescimento do PIB e o controle da inflação deixam o mercado ainda mais otimista.

A última década também foi palco de pequenas revoluções no mercado hoteleiro. Teve disseminação de hospedagens de temporada por meio do Airbnb, práticas de imersão cultural provocadas por outros perfis de hotelaria, e até mesmo os recém-apresentados Glampings (campings de luxo) mundo afora. No entanto, nenhum dos perfis de hospedagem, especialmente os que se encaixam no mercado de luxo, se propôs a revolucionar a relação entre hotel, hóspede e staff.

A nova plataforma V3rso é criada com foco em uma nova geração de consumidores, os millenials. Esta geração deve representar 50% dos viajantes globais já em 2025, de acordo com o levantamento The Millennial Moment, do Financial Times.

V3rso é um braço de empreendimento tecnológico do grupo Emiliano, proprietário de dois hotéis de alto luxo, um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro, que visa atender aos anseios de um novo perfil de viajante que nenhuma plataforma se propôs a suprir até então.

“Surge a oportunidade para um modelo inteligente de hospitalidade que use a tecnologia como aliada e viabilize a melhor experiência, com o mínimo de fricção possível e maior flexibilidade”, afirmou Gustavo Filgueiras, CEO do V3rso e dos hotéis Emiliano.

A empresa entra em cena em empreendimentos imobiliários que mesclarão unidades residenciais e hoteleiras. “Faremos a gestão de condomínio e prestação de serviços para apartamentos residenciais, e gestão hoteleira em empreendimentos mistos. No fundo a percepção do cliente é a mesma, mas são estruturas jurídicas diferentes.”

Gustavo Filgueiras, CEO do V3rso e dos Hotéis Emiliano: “Surge a oportunidade para um modelo inteligente de hospitalidade que use a tecnologia como aliada” (Crédito:Divulgação)

Com três unidades já em desenvolvimento, São Paulo, Goiânia e Porto Alegre, o empreendimento visa unir flexibilidade e inteligência artificial para entregar uma experiência completa de hospedagem.

Por meio da plataforma de reservas, que estará disponível no segundo semestre de 2024, o hóspede poderá selecionar horário de check-in e check-out. “Dessa forma, ele foge das amarras tradicionais dos hotéis. Também poderemos oferecer horas adicionais de hospedagem com preços que variam de acordo com oferta e demanda”, disse Gustavo Filgueiras.

Além da experiência de horário de acesso diferenciado, a plataforma visa adequar o ambiente para o hóspede de acordo com seus costumes, por meio de inteligência artificial.

Sistemas de automação residencial serão integrados ao aplicativo de gerenciamento no dispositivo móvel do hóspede, que aprenderá seus costumes e passará a reproduzir suas ações automaticamente ao longo da hospedagem atual e futura. “Independentemente de onde ele fique hospedado, se for um empreendimento V3rso, ele terá essa facilidade”, afirmou.

Tudo no mesmo lugar

Com investimento de cerca de R$ 15 milhões, sendo aproximadamente R$ 11 milhões em tecnologia, V3rso elimina a necessidade de processos burocráticos, como check-in e check-out e até mesmo o uso de chaves físicas.

Além disso, a automação de processos e redução de equipe minimiza o custo total da operação em até 70%, o que permitirá repasse menor no valor médio da diária, previsto em cerca de R$ 650, valor cerca de 2,5 vezes mais acessível do que hotéis de luxo tradicionais.

No momento das vendas dos empreendimentos, as incorporadoras registraram um incremento de 30% no valor do metro quadrado dos imóveis. O início das operações deve começar em dezembro de 2024, em São Paulo. O grupo prevê potencial de expansão para mais de 100 unidades nos próximos dez anos.