Arezzo coloca dois pés nos EUA
Por Hugo Cilo
Depois de se consolidar como uma das principais marcas de calçados da América Latina, a Arezzo vai dar início à sua operação de venda em mais de 35 estados americanos, além do primeiro espaço físico dentro da loja de departamentos Macy’s, na Herald Square, em Nova York. A marca terá uma pop-up store exclusiva com opções variadas dos clássicos da marca. ”A internacionalização da Arezzo acontece no ano que completa 51 anos e reforça a relevância dessa marca pioneira e tão inovadora, que agora expande a atuação e se conecta com ainda mais mulheres pelo mundo”, disse Luciana Wodzik, diretora da Arezzo. A grife chega ao mercado americano, segundo ela, com preços competitivos, após uma estratégia e estudo de mercado. “Com o posicionamento de uma marca que transcende gerações, as americanas e todos os turistas que visitam a cidade poderão encontrar os produtos tanto na loja física quanto no e-commerce da Macy’s.”
Marcas próprias superam R$ 100 BI
O mercado de marcas próprias está superaquecido, segundo dados do NielsenIQ. O segmento atingiu 23% do share global do varejo em 2022. Na América do Sul, a participação foi de 8,1%, o que torna a região com grande potencial de expansão, segundo Johnny Reitzfeld, idealizador, sócio-fundador e CEO da Amicci, maior marketplace de marcas próprias da América Latina. “Embora elas sejam estratégia de fidelização adotada por 21 dos 30 maiores supermercadistas, ainda há muitas oportunidades de crescimento.” No País, as marcas próprias faturaram mais de R$ 100 bilhões. Entre 19 e 21 deste mês, o setor promove o PL Connection, principal evento da América Latina do setor.
Negócios em alta, desocupação em queda
A recente divulgação da PNAD Contínua pelo IBGE indicou uma taxa de desocupação de 7,9% no trimestre encerrado em julho. A expansão da população ocupada em 1,3 milhão marca a menor taxa desde 2014. Ao mesmo tempo, relatório do Sebrae no primeiro trimestre de 2023 revelou um cenário em que os Microempreendedores Individuais (MEIs) se destacaram, representando 78,8% das novas empresas. Para Rafael Caribé, CEO da Agilize Contabilidade Online, os números demonstram a capacidade dos brasileiros de se adaptar. “O aumento na abertura de pequenos negócios, com destaque para os MEIs, contribui diretamente para a geração de empregos e a dinamização da economia.”
A reforma do BS2
O banco BS2, dono de R$ 5,3 bilhões em volume de ativos, já financiou R$ 600 milhões de obras espalhadas pelo País neste ano, chegando a um volume global de vendas de R$ 2,5 bilhões. A estratégia, como bom mineiro, foi de comer pelas beiradas. Sabendo que o setor de financiamento imobiliário é concentrado em cinco principais players (Caixa, Bradesco, Itaú, Santander e Banco do Brasil), o BS2 apostou em duas estratégias. A primeira, atender construtoras médias, como Patriani, Spin, Mabrem, Consciente Construtora e JBJ Incorporações. A segunda, focar em construções em locais como Goiás, Santa Catarina, Bahia e região metropolitana de São Paulo – bem menos concorridos que as capitais paulista e carioca, por exemplo.
Distrito Biotecnológico Made in Brazil
A Vesper Ventures, fundo venture builder com foco em biotecnologia avançada, criou um polo brasileiro de deep techs voltadas ao desenvolvimento de soluções nas áreas de saúde e do agronegócio. O distrito já recebeu investimento de R$ 15 milhões em infraestrutura e, em menos de dois anos, já atraiu recursos de mais de R$ 45 milhões da própria Vesper e de outros investidores parceiros. Localizado em Florianópolis, o polo abriga cinco biotechs que fazem parte do portfólio do fundo: Symbiomics, Inedita Bio, Reddot Bio, Aptah Bio e Futr Bio, focada em criar vacinas de mRNA. “A proximidade entre empresas favorece a troca de informações entre startups, cientistas e investidores dentro do nosso distrito, o que é muito enriquecedor”, disse Gabriel Mantovani Bottos, CEO da Vesper Ventures.
Em busca das soft skills
De olho no público adolescente, de 12 a 17 anos, Bruno Delfino largou uma cadeira na sede do Google, em São Francisco (EUA), para lançar a startup de educação Desígnio. A edtech oferece cursos livres, em português, voltados ao desenvolvimento de habilidades socioemocionais, com o objetivo de complementar a atuação do sistema de ensino tradicional. A chamada geração Alpha – primeira a crescer com amplo acesso à internet e a redes sociais – está à frente de uma demanda crescente por conteúdos educativos rápidos e atrativos. Com isso, a Desígnio atua no chamado “Edutainment”, termo em inglês que mescla as palavras educação e entretenimento. “A Desígnio se propõe a ajudar o jovem a desenvolver soft skills, a pensar fora da caixa. Para isso, optamos por uma linguagem mais humana e verdadeira, que se conecta com essa geração. Queremos oferecer uma forma de aprender que seja leve, divertida e comprometida ao mesmo tempo”, disse Delfino. “É sobre tudo aquilo que você gostaria de ter ouvido quando era jovem e que a escola tradicional não ensina.”
No clima do bilhão
Depois de superar a inédita marca de R$ 1 bilhão em faturamento em 2022, o Grupo Leveros, especializado em climatização e energia solar, com sede em Assis (SP), contabilizou crescimento recorde de 22% no primeiro semestre de 2023. Segundo o CEO, Tiziano Pravato Filho, os bons resultados vieram da reestruturação do modelo de negócio, que expandiu a atuação com lojas em modelo de franquia. As três primeiras foram abertas em Fortaleza, Salvador e Itapema (SC), mas o plano é estar presente em todas as capitais brasileiras nos próximos anos.