Tecnologia

Inclusão financeira com inteligência artificial

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Inclusão financeira pode ser corrigida por IA, diz 1dastapipe (Crédito: Divulgação)

Por Victória Ribeiro

As mudanças implementadas nos últimos anos no sistema financeiro, como Pix e open banking, têm ampliado o acesso a a serviços bancários. Mas isso não impede que muita gente ainda enfrente barreiras para obter crédito ou negociar melhor financiamentos. Uma pesquisa realizada pela 1datapipe, empresa do grupo americano Provenir AI focada em insights e análises de clientes, mostra que a inclusão, na verdade, ainda representa um desafio para economias emergentes como o Brasil.

O estudo aponta que 60% dos brasileiros já tiveram algum serviço negado pelas avaliações tradicionais de perfil. Para o CEO e fundador da 1datapipe, Carey Anderson, isso pode ser superado com uso de tecnologia. E não é apenas o tomador de empréstimo que sai ganhando. Toda a economia gira melhor. “Ao tornar o crédito mais acessível e personalizado para as diversas necessidades da população, é possível preparar o caminho para o desenvolvimento econômico”, afirmou.

A pesquisa revelou que 30% já tiveram ao menos um pedido negado quando solicitaram crédito bancário, 29% não puderam aumentar o limite de seus cartões e 28% não conseguiram obter empréstimos. Isso ocorre, em parte, porque as análises se limitam a dados que nem sempre traduzem a saúde financeira de quem precisa de crédito. Para a 1datapipe, isso pode ser corrigido com inteligência artificial e machine learning, que combinam dados tradicionais e alternativos para verificar os padrões de pagamento, transcendendo as limitações corriqueiras. “Enxergamos a necessidade de uma abordagem mais moderna e abrangente para avaliar os perfis financeiros”, disse Anderson.

Carey Anderson, CEOe fundador da 1datapipe (Crédito:Divulgação)

“Quando falamos de inclusão financeira, não estamos falando apenas de desenvolvimento econômico, mas sobre redução de disparidades sociais.”
Carey Anderson, CEOe fundador da 1datapipe

Com mais de 60 milhões de pessoas sem acesso a serviços bancários essenciais, o Brasil foi escolhido pela 1datapipe para ser o primeiro a testar o AI Living Identify. Inicialmente foram escolhidos sete bancos e quatro fintechs para validar o modelo.

As fontes utilizadas pela empresa vão desde instituições como Receita Federal e Tribunais de Justiça, até mídias sociais. Para a cientista de dados sênior na Provenir AI, Taisa Grein, quando analisa um perfil a empresa avalia o alinhamento com um grupo comportamental específico. “Comparamos o nível de serviços bancários do indivíduo com a média do grupo”, afirmou. Para Anderson, o resultado pode ter um efeito bem maior do que apenas permitir decisões de crédito em tempo real. “Quando falamos de inclusão financeira, não estamos falando apenas de desenvolvimento econômico, mas sobre redução de disparidades sociais.”