Os milhões que movem a Top Rio Real Estate

Por Angelo Verotti

A venidas Vieira Souto, em Ipanema, e Delfim Moreira, no Leblon. Dois dos endereços mais tradicionais do Rio de Janeiro e vitrines do mercado de alto luxo brasileiro. Símbolos de status da elite carioca e palcos dos sonhos de imobiliárias responsáveis por intermediar negócios, ou melhor, imóveis que movimentam milhões anualmente. É o caso da Top Rio Real Estate. A empresa fundada em 2004 pelo carioca Ruy Moura tem no currículo a marca de 20 coberturas vendidas nos dois logradouros, além de outras imponentes propriedades na Zona Sul da capital, e de prestigiados destinos na serra e no litoral fluminense. “Posso afirmar que das dez maiores vendas imobiliárias do Rio, seis foram intermediadas pela Top Rio Real Estate”, disse Moura, sócio-proprietário e também corretor de imóveis.

A experiência da empresa em negócio triplo A se evidencia a cada temporada. O Valor Geral de Vendas (VGV) anual tem ficado em média em R$ 150 milhões. No mês passado, a imobiliária comercializou uma cobertura, por R$ 65 milhões, na Avenida Vieira Souto.

“Somos líderes em coberturas entre Ipanema e Leblon. No ano passado, vendemos outra, de R$ 60 milhões, na mesma região”, afirmou o empresário, ao destacar ainda a comercialização recente de uma casa, por R$ 40 milhões, no Jardim Pernambuco. O minibairro no Leblon reúne aproximadamente 150 mansões de luxo, algumas com mais de 1 mil m², dentre elas a considerada a mais cara do Brasil, avaliada em R$ 220 milhões.

“Posso afirmar que das dez maiores vendas imobiliárias realizadas no Rio de janeiro, seis foram intermediadas pela top rio real estate.”
Ruy Moura, sócio-proprietário

Alguns negócios ficaram marcados na história da imobiliária, como o imóvel residencial mais caro negociado até hoje por ela, por R$ 75 milhões, na Vieira Souto.

Há pouco mais de dois anos, a Top Rio Real Estate foi a responsável também pela venda do último terreno na Avenida Delfim Moreira para a construtora Gafisa.  O negócio saiu por R$ 55 milhões.

No local está sendo construído empreendimento residencial com o custo de R$ 100 mil o metro quadrado e previsão de entrega em 2024.

A empresa também se destacou ao longo das décadas por intermediar transações em condomínios ícones e exclusivos como Juan Les Pins, no Leblon, e Cap Ferrat, em Ipanema, ambos inaugurados nos anos 1970.

Apesar do sucesso na capital, as investidas da imobiliária ocorrem em outras regiões fluminenses. São os casos de Itaipava, distrito de Petrópolis, e Angra dos Reis. É no município litorâneo onde está situada a residência mais valiosa do atual portfólio: R$ 120 milhões.

“Angra dos Reis e Itaipava tiveram valorização nos imóveis de cerca de 80% nos últimos três anos, e muitos clientes aparecem em busca de casas em condomínio e terrenos nas regiões”, afirmou Moura, ao destacar também a comercialização de ilhas. “Vendemos mais de dez. Os preços superaram os 10 milhões de dólares.” A cidade de Armação de Búzios e a vila de Mangaratiba também fazem parte da área de atuação da Top Rio.

Nem mesmo a distância em relação à capital é empecilho para a concretização de um negócio. Em determinadas situações a empresa chega a fretar um helicóptero para levar clientes em potencial, muitos deles estrangeiros — portugueses, ingleses e americanos principalmente —, para conhecer os imóveis. Também há uma forte preocupação com a segurança. Por isso a imobiliária faz uma pesquisa prévia antes de agendar qualquer visita.

O tíquete médio dos produtos comercializados pela empresa é de R$ 15 milhões. No altíssimo luxo o preço do m² pode superar facilmente os R$ 50 mil.

Segundo o sócio-proprietário, a adoção do home office aqueceu os negócios no pós-pandemia. Por isso, Moura revelou uma procura grande de clientes provenientes do interior de São Paulo, Mato Grosso e Goiás.

Mas nem tudo são flores. Além da defasagem nos preços dos imóveis, a concorrência de produtos de alto luxo dentro e fora do Brasil “dividiu o bolo”. Países como Portugal e Estados Unidos caíram no gosto dos endinheirados brasileiros no exterior, enquanto São Paulo e Balneário Camboriú são os centros das atenções no País.

Além disso, a imobiliária tem concorrentes de peso no mercado de alto luxo na Cidade Maravilhosa, caso da Marcus Cavalcanti Imobiliária, com mais de 40 anos de mercado e onde Moura chegou a trabalhar.

O prestígio da Zona Sul fica evidente em consulta ao site do Sindicato da Habitação (Secovi) do Rio. Em 2022, o m² residencial de um apartamento tipo em Ipanema e no Leblon saía por R$ 20,4 mil e R$ 22 mil, respectivamente, bem acima da Lagoa, em terceiro lugar e na mesma região, que custava R$ 16,8 mil o m².

Já nos imóveis coberturas os preços saltavam para R$ 23,2 mil o m² em Ipanema e R$ 22,2 mil no Leblon. Neste caso, a Gávea aparecia em terceiro lugar, com valor de R$ 16,8 mil, seguida pela Lagoa, em quarto, com R$ 16,4 mil.