Estilo

Consumo de luxo: estudo identifica preocupação do brasileiro com sustentabilidade

A plataforma global Farfetch analisou o comportamento do consumidor brasileiro de luxo e encontrou dois perfis: os que buscam validação por meio da moda e os que aspiram status. Saiba o que eles esperam das marcas

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Modelo em campanha da Prada, que divide com Gucci e Dolce & Gabbana a liderança na preferência do consumidor (Crédito: Divulgação)

Por Celso Masson

Quem faz do consumo de luxo um estilo de vida prefere comprar lançamentos de marcas estabelecidas. Já os consumidores que estão se iniciando nesse mundo tendem a ser guiados pelo consumo de itens fashion reconhecíveis, que se encaixam em sua aspiração por status. Essas são duas das conclusões de um estudo realizado pela plataforma global Farfetch. Segundo a análise de dados das compras efetuadas no marketplace, o primeiro grupo de consumidores é formado pelos “entusiastas do luxo”, que buscam validação por meio da moda. O segundo, pelos “seguidores de tendências”. Algumas grifes, porém, se destacam como objetos de desejo de ambos: Dolce & Gabbana, Gucci e Prada.

Segundo o vice-presidente Latam da Farfetch, Renato Guerra, em relação ao que determina a escolha de uma marca está a preocupação com a sustentabilidade, impulsionada principalmente pelas gerações X, millennials e Z, que buscam mais informações sobre a origem e a ética dos produtos.

No ano passado, 27% dos clientes do marketplace compraram pelo menos um produto considerado consciente ­— um aumento significativo em relação aos 16% registrados em 2021.

“Os consumidores locais estão cada vez mais atentos às tendências globais e à sustentabilidade, enquanto também mantêm um apreço pelo luxo tradicional. Essa combinação torna o Brasil um mercado empolgante para as marcas de luxo globais”
Renato Guerra, vice-presidente Latam da Farfetch

Outro dado obtido no terceiro relatório anual de tendências de luxo consciente da Farfetch mostrou que a taxa de conversão (compra) é 10% maior para itens com atributos sustentáveis. Para Guerra, as marcas de luxo têm respondido a esse desejo, destacando preocupações sociais e ambientais em suas estratégias.

Renato Guerra VP Latam da Farfetch

O estudo reforça algo que já havia sido mapeado no relatório True-Luxury Global Consumer Insights, publicado em julho deste ano pela BCG x Altagamma. Os consumidores anseiam por orientação humana mais sólida, segurança e cuidado por parte das marcas, seja na experiência de compra on-line ou presencial.

Soluções

Fundada em 2007 pelo empresário português José Neves, que atuava no mercado de calçados, a Farfetch começou como um marketplace para boutiques de luxo.

Após o IPO da empresa na Bolsa de Nova York, em 2018, a participação de Neves no negócio foi avaliada em US$ 1,4 bilhão. Hoje, as unidades de negócios incluem as marcas Browns e Stadium Goods, a plataforma para o desenvolvimento de marcas de moda e o New Guards Group e a iniciativa Luxury New Retail, que atende clientes corporativos com recursos de e-commerce e tecnologia e inovações in-store.