Quando a favela mostra força para a gigante Amazon

Crédito: Divulgação

Amazon: campanha publicitária em favela, realizada por agência criada no local (Crédito: Divulgação)

Por Sérgio Vieira

No Brasil, o poder de compra dos moradores de favela é gigantesco: nas 13 maiores comunidades, o potencial de consumo chega a R$ 7,9 bilhões. Somente em Paraisópolis, segunda maior favela de São Paulo, com 100 mil moradores, a movimentação anual chega a R$ 705 milhões. E foi justamente ali que a gigante Amazon, do bilionário Jeff Bezos, resolveu gravar sua mais recente campanha publicitária, que trouxe a mensagem de que seus produtos chegam em qualquer lugar do País. Todo o trabalho foi realizado pela agência de comunicação Cria Brasil, que surgiu dentro da favela. A empresa é comandada por Joildo Santos (foto abaixo), que mora em Paraisópolis. A Cria, que tem 22 profissionais (todos moradores de regiões periféricas), existe desde 2012 (quando se chamava Agência Paraisópolis), mas foi a partir da pandemia que, já com o novo nome, ganhou mais tração. “Vimos que poucas pessoas falavam com o público de favelas como a gente falava. E isso não estava na publicidade.” Para a publicidade da Amazon, que durou cerca de quatro meses, entre pré e pós-produção, foram chamadas 35 pessoas da comunidade. “É possível ter uma produção desse nível sem precisar sair daqui. Há muita gente qualificada nas favelas”, disse à DINHEIRO o CEO da Cria, que também é cofundador do G10 Favelas. “Essa campanha é um marco na nossa história. A favela é capaz de produzir muita coisa”, afirmou Santos, que projeta mais parcerias com grandes empresas. E tudo feito com o povo da favela.

(Divulgação)

OPORTUNIDADES
Formação e emprego a jovens de baixa renda

(Guto Garrote)

O Instituto Marina e Flávio Guimarães, mantido pelo banco BMG, firmou parceria com o Instituto Proa para gerar oportunidades a jovens de baixa renda. Os programas contemplam qualificação em Tecnologia de Informação e também Atendimento ao Cliente. Após a formação, os participantes são conectados com vagas de emprego. As inscrições para Tecnologia de Informação acontecem até o dia 3 de novembro e a de Atendimento ao Cliente, até janeiro de 2024. “Nós ficamos honrados em termos o Instituto Marina e Flávio Guimarães como um dos financiadores, apoiando a transformação da vida de milhares de jovens desde a formação até a empregabilidade”, disse Alini D’Magro (foto), CEO do Instituto Proa. Para participar é necessário ter entre 17 e 22 anos, estar cursando ou concluído o Ensino Médio em escolas públicas e morar na Grande São Paulo.

MOBILIDADE SUSTENTÁVEL
Carro elétrico da 99 terá recarga com desconto

(Divulgação)

A partir deste mês, os motoristas cadastrados no programa de incentivo ao uso de carros eletrificados da plataforma 99 vão poder recarregar seus veículos em estações Shell Recharge na cidade de São Paulo, com tarifa subsidiada de R$ 0,99 o KWh. A iniciativa é resultado de parceria entre a 99 e a Raízen Power, unidade de negócios ligada a soluções de energia elétrica renovável da companhia e licenciada da marca Shell Recharge no Brasil, Argentina e Paraguai, por meio da Aliança pela Mobilidade Sustentável. Os motoristas irão receber um voucher para realizar a recarga nas estações nos postos Shell pré-definidos, que serão validados por meio de aplicativo da startup Tupinambá. “Estamos muito felizes com a parceria com a Raízen Power porque podemos oferecer mais postos de recarga com custo reduzido em locais em que os motoristas parceiros não precisam desviar do caminho, aumentando a eficiência dos veículos eletrificados”, disse Thiago Hipolito (foto acima), diretor sênior de inovação e líder do DriverLAB na 99.

GERAÇÃO DE RENDA
Um estilista com olhar social

(Divulgação)

Impactados diretamente pela tragédia ambiental de Mariana (MG), moradores das comunidades de Regência Augusta e Povoação (ES) buscaram na arte o resgate da autoestima e do início de mudança de vida. Com mais de 30 anos de carreira, o estilista Ronaldo Fraga (à esq. na foto) foi o curador da coleção …E o que Dizem as Águas?, composta por produtos de moda, acessórios, utensílios domésticos e de decoração, além de gastronomia, entre outros. Como resultado da ação, iniciada em abril de 2022 e realizada pela Associação de Cultura Gerais (ACG), os artesãos das comunidades participaram de atividades com foco no fomento da economia criativa e geração de renda. Os produtos agora serão disponibilizados nas feiras locais e nas redes sociais dos artistas. “Uma das coisas preciosas que a gente levou para lá foi a estima das pessoas. Isso é muito mais importante do que qualquer indenização”, disse o estilista à DINHEIRO. “Fiquei muito feliz com o resultado apresentado por essas pessoas incríveis, que podem vislumbrar um futuro em uma terra arrasada.” Para ele, esse trabalho mostra que o conceito de moda é algo muito mais amplo. “A moda estava louca para se libertar da roupa. É preciso ter um olhar difuso para o desenho, para a obra. Projetos como esse tem feito o meu coração bater forte”, disse Fraga.

INCLUSÃO
Grupo Reckitt quer mais grupos minorizados

(Divulgação)

No ano em que celebra seu centenário de atuação no Brasil, o Grupo Reckitt, dono de marcas como Veja, Vanish, Sustagen, SBP, Jontex, entre outras, lança a cartilha de diversidade e inclusão no País. O material, distribuído para colaboradores e parceiros, tem como missão servir como um guia de diálogo, mudança de cultura e valorização do respeito. Nayran Cabral, líder do Comitê de Diversidade e Inclusão do Grupo Reckitt, diz que a cartilha é mais do que um guia. “É um marco do nosso compromisso em criar um ambiente de trabalho diverso, que amplia a participação dos grupos minorizados, respeita e valoriza cada indivíduo e gera impacto na sociedade”, afirmou. “Esse material reflete nossas ambições e nosso desejo de construir uma cultura que celebra a riqueza das diferenças que nos potencializam.” Entre as metas da companhia para 2023 estão a presença de 50% de mulheres na alta liderança, 48% de mulheres no total da companhia, 18% de pessoas negras na liderança e 33% de pessoas negras na empresa. O grupo também integra o Fórum de Empresas e Direitos LGBTQIA+ e realiza sessão específica sobre empregabilidade de pessoas trans, além de treinamento da área de Recursos Humanos para estimular a contratação deste público.