EMS resolve gargalos em suprimentos, cresce e investe em responsabilidade social
Faturamento de R$ 5,8 bilhões no ano passado foi 11% acima do resultado de 2021, com destaque para a linha de genéricos, em que a empresa é líder de mercado
Farmacêutico, Higiene e Limpeza | EMS
Por Sérgio vieira
Maior laboratório farmacêutico do Brasil, a EMS, vencedora na categoria Farmacêutico, Higiene e Limpeza em AS MELHORES DA DINHEIRO 2023, registrou faturamento de R$ 5,8 bilhões em 2022, crescimento de 11,4% em relação ao ano anterior. O destaque foi o segmento de genéricos, área em que a companhia ocupa a liderança no País desde 2013. Foram comercializadas 238 milhões de unidades (caixas de medicamentos) de genéricos, o que representa 44% da receita da empresa. Ao todo, foram quase 400 milhões de unidades comercializadas.
Um dos fatores que explicam esse resultado foi a forma como a companhia conseguiu superar os desafios provocados pela pandemia da Covid-19, principalmente em relação à cadeia de suprimentos. “A gente veio evoluindo muito e teve um ótimo segundo semestre, se adequando bem à cadeia de abastecimento de estoques”, disse Marcus Sanchez, vice-presidente da EMS. “Como a indústria farmacêutica tem uma cadeia longa, a gente alocou tempo e dinheiro em supply chain.”
Sanchez diz que a empresa compreendeu rapidamente que era necessário aumentar o nível de estoques, já que por muito tempo houve falta de medicamentos. “A gente olhou para dentro de casa e entendeu bem essas questões. Isso nos ajudou muito a crescer.”
Um dos exemplos recentes é a amoxicilina, que registrou falta pelo Brasil, e a companhia conseguiu manter sua produção e abastecer os pontos de venda.
Na esteira da performance do ano passado, a EMS projeta um 2023 ainda melhor. A expectativa é crescer de 18% a 20%, investindo muito nas áreas de inovação, fábricas e portfólio.
Soluções inovadoras tiveram um papel fundamental nesse desempenho. Entre 2011 e 2021, a companhia aportou R$ 1 bilhão em seu maior plano de expansão fabril e em inovação para justamente sustentar o novo momento da empresa.
“Nossa empresa sempre foi a democratização do acesso à saúde, desde o início dos genéricos. E a gente investe muito nisso. estamos fazendo um trabalho bem robusto.”
Marcus Sanchez, vice-presidente da EMS
Os investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento da empresa giram em torno de 6% do faturamento (cerca de R$ 350 milhões em 2022, levando-se em conta a receita do período).
Segundo Sanchez, os aportes nos últimos anos têm sido até maiores, por conta da necessidade de inovação em pipeline futuro. “Isso faz muito sentido do ponto de vista diferencial e competitivo. A gente está acelerando os investimentos também em ampliação de fábricas pela necessidade do aumento da capacidade produtiva”, disse.
Hoje a EMS tem média mensal de fabricação de 70 milhões de unidades, somando todas as empresas do Grupo NC, controladora da EMS. No parque fabril de Hortolândia (SP), tem realizado ações de ampliação de plantas industriais, com mais duas fábricas e uma nova plataforma tecnológica.
O período também foi muito positivo no quesito lançamentos de produtos. Após a derrubada do parágrafo único do artigo 40 da Lei de Patentes, em 2021, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a EMS lançou a rivaroxabana, primeiro genérico da molécula disponibilizado no País, que é um anticoagulante indicado para prevenção de AVC, trombose e embolia.
Um tema que está muito além da performance corporativa. “Nossa empresa sempre foi a democratização do acesso à saúde, desde o início dos genéricos. E a gente investe muito nisso.”
Nesse sentido, Sanchez é cirúrgico ao dizer que a EMS conseguiu, literalmente, dar o remédio certo para cada uma das dores do setor farmacêutico. O resultado está estampado no balanço financeiro. “A gente está fazendo um trabalho bem robusto, de uma maneira ampla.”
Ele afirma que há uma complexidade em gerir uma indústria farmacêutica, já que são áreas muito distintas. Mas que na companhia eles conseguiram separar esses desafios para entender onde estavam indo bem para acelerar e onde precisavam de ajustes. “E tudo isso com um time extremamente competente. A gente está em um momento muito feliz. O número mostra o resultado alcançado e o objetivo é manter esse ritmo”, disse o vice-presidente, que é neto de Emiliano Sanchez, fundador da EMS.
E se a empresa investe muito, também devolve parte desse resultado à sociedade. A EMS realizou nos últimos anos investimentos da ordem de R$ 240 milhões em responsabilidade social.
“Nossa agenda é muito grande nesse tema, com ações na área cultural, esportiva, de meio ambiente e educacional. A gente apoia grandes projetos para encontrar quem já está fazendo a diferença.”
Marcus Sanchez, vice-presidente da EMS
Ele cita exemplos como o Hospital de Barretos e os projetos Amigos do Bem e Gerando Falcões. Na cidade Camaragibe (PE), por exemplo, a companhia destina R$ 1 milhão para o programa Qualiescola, em parceria com o Instituto Qualidade no Ensino, para especializar 60 professores em português e matemática e melhorar o nível educacional de 22 escolas, beneficiando 5,2 mil alunos. A parceria com o instituto já dura 16 anos, com 78 mil alunos atendidos e R$ 4,2 milhões aportados.
Uma preocupação com a sociedade que caracteriza empresas atentas ao futuro. Nesse sentido, o prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO 2023, segundo o vice-presidente, coroa todo o trabalho desenvolvido nas mais diversas frentes. “É uma honra gigantesca. Mostra que estamos no caminho certo e queremos continuar dando trabalho para a concorrência. Queremos sempre acertar mais do que errar.”