As melhores da Dinheiro 2023

A receita de sucesso da SLC: mais área plantada e muito investimento

Ampliação se juntou a mais aportes em maquinários, manutenção do sistema e na melhoria em infraestrutura

Crédito: Kelsen Fernandes

Decisões tomadas desde a pandemia levaram empresa a uma receita de R$ 7,37 bilhões, alta de 48,6% em relação ao registrado em 2021, e a lucro líquido de R$ 1,3 bilhão (Crédito: Kelsen Fernandes)

Agronegócio | SLC

Por Sérgio Vieira

Em um ano em que a agricultura brasileira mostrou força no mundo, justamente em um momento de quebra da cadeia de suprimentos, provocada em parte ainda pelos reflexos da pandemia da Covid-19 e pela guerra de Rússia e Ucrânia, a companhia SLC Agrícola, vencedora de AS MELHORES DA DINHEIRO 2023 na categoria Agronegócio, fechou 2022 com receita de R$ 7,37 bilhões, alta de 48,6% sobre o registrado em 2021 (R$ 4,96 bilhões), com lucro líquido de R$ 1,3 bilhão. Outro ponto significativo do período foi a ampliação em 45% na área plantada no ano-safra 2021/22.

O crescimento da área plantada da empresa ocorreu concomitantemente com a evolução da Covid-19 no País, o que resultou em queda nos preços internacionais em um primeiro momento, junto de problemas climáticos no Sul do Brasil, quando foi registrada quebra da safra de soja e milho.

“O mundo percebeu que não dava para deixar de produzir alimentos, ainda que com o avanço da Covid. Logo depois, os preços subiram. Com área maior de colheita e bom índice nas vendas, conseguimos garantir essa receita superior em 2022”, disse Aurélio Pavinato, CEO da SLC Agrícola.

Para o executivo, o resultado mostra justamente o tamanho do potencial agrícola do País. “Nossa força ficou muito clara, principalmente pelo fato de que a demanda global continuou consistente. E o agro brasileiro foi capaz de atender esse aumento da demanda. Com isso a gente acabou se beneficiando”, afirmou.

Na safra, a área plantada foi de 671 mil hectares. Na cultura de algodão, a área plantada saltou de 109,6 mil para 176,9 mil hectares (alta de 61,5%), na soja o crescimento foi de 46% (de 229,4 mil para 334,9 mil hectares) e no milho o incremento foi de 14,2% (pulou de 106,5 mil toneladas para 121,6 mil hectares).

No ano passado, a companhia comercializou 277 mil toneladas de algodão, 1,3 milhão de toneladas de soja e 784 mil toneladas de milho.

A safra 2021/22 teve registro de alta de custos, mas com um impacto menor do que ocorreu na safra seguinte, 2022/23, que foi colhida recentemente.

Os custos da safra anterior foram maiores, mas não muito expressivos, já que os aumentos de preços foram maiores que os custos. O reflexo maior foi em 2023, principalmente com o reflexo da guerra. Os preços dos fertilizantes estavam mais altos e vai refletir no resultado atual”, afirmou o executivo.

Perspectiva

Para consolidar a expansão da área agrícola, a SLC aportou investimentos da ordem de R$ 600 milhões em 2022. “Há também aportes em maquinários, de manutenção do sistema, e da melhoria em infraestrutura”, disse.

Pavinato acredita que, pelo ritmo desenhado ao longo deste ano, a perspectiva é também de um fechamento com números bem satisfatórios. “Em 2023, nossa expectativa é de um bom ano novamente, porque, apesar do aumento dos custos, vendemos dois terços da safra de forma antecipada, anterior à queda dos preços. E agora tivemos produtividade de algodão e milho. Esse conjunto de fatores vai acabar gerando um resultado muito positivo neste ano.”

O executivo também falou sobre práticas ESG na companhia, justamente em um segmento que já adota ações sustentáveis muito antes do termo ganhar projeção no País. “Essa é uma questão cada vez mais forte na SLC. Sempre tivemos preocupação em ser sustentáveis na produção agrícola, na conservação do solo e em todas as etapas”, afirmou.

“Com o fortalecimento do conceito ESG, a partir da reunião de Davos, em 2020, temos ampliado nossas ações. O pilar ambiental sempre foi muito forte. Agora estamos investindo muito no pilar social.”

“Com o fortalecimento do conceito ESG, a partir da reunião de Davos, em 2020, temos ampliado nossas ações. O pilar ambiental sempre foi muito forte. agora estamos investindo muito no pilar social.”
Aurélio Pavinato CEO da SLC Agrícola

Neste sentido, a SLC realiza processo interno de investimentos em educação, justamente para dar oportunidade de voltar aos bancos escolares aos que não tiveram oportunidade de concluir os ensinos fundamental e médio.

“Temos 414 colegas da empresa estudando no EJA (Educação para Jovens e Adultos), estudando nas nossas fazendas. E outros 176 já se formaram. Isso é um programa muito importante de crescimento”, disse.

“Também fazemos investimentos em educação nas comunidades em que estamos inseridos, em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Bahia e Maranhão, no interior desses estados, desde apoio às escolas, doação de livros e passando pela contratação de especialistas para ajudar no treinamento dos professores.” Nos programas educacionais, a empresa investe anualmente cerca de R$ 10 milhões.

No quesito ambiental, a SLC decidiu não mais expandir em áreas que são nativas. “Foi em 2020 que fizemos este tipo de ação. A partir daí, nosso crescimento ocorreu em áreas maduras ou áreas de pastagens”, afirmou Pavinato.

Outra meta importante, segundo o CEO, é que a empresa atinja a marca de carbono neutro até 2030 nos Escopos 1 e 2 — mais sob controle da empresa e parceiros —, com série de programas para reduzir emissões nos sistemas de produção.

Para Pavinato, a conquista do prêmio da DINHEIRO significa o reconhecimento do sucesso do plano de ação da companhia. “Representa a confirmação de um trabalho desenvolvido ao longo dos anos. Fruto de nossas ações e do foco sistêmico em ter alta eficiência e pilar ESG muito fortalecido. É a consolidação desse desempenho.”