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Ranking: Grupo CCR é eleito a Empresa do Ano

Com foco na criação de valor sustentável, Grupo CCR pavimenta futuro com plano de investimento de R$ 33 bilhões nos próximos anos. Agenda prioriza transição para economia de baixo carbono e iniciativas no âmbito social que já impactaram 15 milhões de pessoas

Crédito: Germano Lüders

Na presidência do Grupo CCR desde abril deste ano, o português Miguel Setas foi eleito pelo Pacto Global da ONU no Brasil como CEO porta-voz do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 11 ­— Cidades e Comunidades Sustentáveis (Crédito: Germano Lüders)

Empresa do ano 2023 | Grupo CCR

Por Celso Masson

Em abril deste ano, quando assumiu a presidência do Grupo CCR, o executivo português Miguel Setas encontrou um ambiente animador. Os investimentos programados para 2023 somam R$ 8,2 bilhões ­— o que corresponde ao quádruplo da média anual investida pela companhia até 2022. Considerando todos os contratos de concessão vigentes, serão R$ 33 bilhões nos próximos dez anos. Ou seja: não faltam recursos e nem planos para sua alocação. “Vamos nos concentrar na execução assertiva dos nossos investimentos, na alocação rigorosa do capital para crescimento, no retorno atraente aos acionistas e na liderança ESG”, afirmou Setas em entrevista à DINHEIRO.

Se o futuro é promissor, por enquanto os 17 mil colaboradores hoje liderados por Setas podem celebrar as primeiras conquistas de sua gestão. Pelos critérios adotados no anuário AS MELHORES DA DINHEIRO, o Grupo CCR foi escolhido Empresa do Ano de 2023, além de merecer Destaque na Gestão em Sustentabilidade Financeira e de ter obtido a maior pontuação no setor de Serviços de Transportes.

Para conseguir essa tríade não basta ser uma companhia rentável, lucrativa ou com uma gestão eficiente. É preciso ter um olhar responsável para as pessoas e para o planeta. Um detalhe que fica evidente na estratégia do Grupo CCR para seguir crescendo. “É importante lembrar que todo esse investimento acontece em alinhamento com nossa agenda de transição para uma economia de baixo carbono”, disse o CEO. “Isso se reflete em alguns dos compromissos por nós assumidos, como abastecer 100% do consumo dos nossos modais com energia verde até 2025 e utilizar biocombustíveis em 100% de nossa frota leve no mesmo horizonte de tempo.”

Segundo o executivo, o Grupo CCR permanecerá focado nos segmentos em que já atua no Brasil:
rodovias,
mobilidade urbana,
aeroportos.

“Em rodovias, o objetivo é a execução rigorosa do investimento contratado e o crescimento seletivo em ativos novos e existentes”, disse. “Em mobilidade urbana, a prioridade é concluir os investimentos nos ativos em portfólio e a análise de um pipeline de oportunidades em capitais brasileiras.” Já no negócio de aeroportos, a meta é concluir os investimentos em ampliações e melhorias nos terminais adquiridos em 2022 e avaliar possíveis movimentos de consolidação na América Latina, onde já opera em três países além do Brasil.

“De maneira complementar, estamos considerando a criação de valor em negócios adjacentes, como a geração de energia renovável para o abastecimento das operações da companhia.” O Grupo CCR é o 40º maior consumidor de energia elétrica do Brasil. E aqui vale um histórico: Setas chegou ao Brasil para liderar a operação local da companhia de energia portuguesa EDP.

As metas de ESG da CCR não vislumbram apenas um horizonte distante.

No que se refere a fontes de energia renováveis, o aumento da capacidade fotovoltaica do grupo será de 100% até dezembro deste ano em relação à potência instalada em 2022.

• Na governança, o compromisso é preencher 60% das vagas abertas de média e alta liderança com mulheres ainda este ano.

• Na frente social, os projetos do Instituto CCR, que já impactaram mais de 15 milhões de pessoas desde 2014, estão sendo reforçados com novas iniciativas. A companhia é a maior patrocinadora no biênio 2023/24 do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Ela também garante acesso gratuito ao Museu do Amanhã, do Rio de Janeiro, toda terça-feira, e apoia a Fundação Casa de Jorge Amado, em Salvador.

“Como reconhecimento a essas iniciativas, a nota da companhia no MSCI ESG Ratings, um dos principais índices globais de ESG, foi elevada, em maio deste ano, de A para AA”, afirmou Setas.

Pacto Global

O executivo se destacou no meio corporativo ao implementar metas ambiciosas de ESG durante o período em que liderou a operação brasileira da EDP. Ao trocar o setor elétrico pelo de mobilidade, no início do ano, ele manteve a visão sobre como o mundo privado deve induzir a sustentabilidade.

“Para nós, isso tem um duplo sentido: a busca pela perenidade de nossos resultados e a qualidade do valor gerado, fazendo com que todas as nossas decisões de negócios sejam ambiental e socialmente responsáveis”, afirmou.

Não por acaso, no início de outubro, Setas foi anunciado pelo Pacto Global da ONU no Brasil como CEO porta-voz do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 11 (ODS 11) ­— Cidades e Comunidades Sustentáveis.

“Acreditamos que a mobilidade é um dos vetores fundamentais para a construção de cidades sustentáveis, por conectar as pessoas com temas tão importantes como educação, saúde, emprego e cultura”
Miguel Setas, presidente do Grupo CCR

O executivo prosseguiu: “E o Brasil, possuindo algumas das maiores metrópoles do mundo, tem um papel decisivo no avanço dessa agenda, já que o desenvolvimento local de modelos de mobilidade eficientes, sustentáveis e inclusivos, que lidem com a complexidade dos grandes agregados populacionais, pode gerar soluções replicáveis internacionalmente.”

Segundo Setas, o Grupo CCR deverá ter papel de destaque na COP 30, conferência do clima que será realizada daqui dois anos em Belém (PA). “Queremos não apenas fazer a nossa parte, mas também engajar outros players e ampliar o impacto de nossas ações”, afirmou Setas.

Pensando assim, a CCR lançou recentemente, em parceria com o Insper, o Observatório Nacional de Mobilidade Sustentável, cujo objetivo é disponibilizar uma robusta base de dados sobre mobilidade para, assim, estimular a produção de estudos acadêmicos e políticas públicas que promovam modelos seguros, inclusivos e sustentáveis.

Além dos compromissos nas áreas ambiental, social e de governança, tão em voga hoje em dia, é importante ressaltar que a empresa permite uma forma de transferência de renda que ajuda a desenvolver os municípios.

Isso porque parte da receita obtida pelas concessionárias é revertida em renda para as prefeituras vizinhas aos empreendimentos, a partir do repasse do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (Issqn). “Apenas no primeiro semestre deste ano, as concessionárias do Grupo CCR repassaram mais de R$ 230 milhões em impostos, que contribuem com o caixa dos municípios”, disse Setas.

O valor parece pequeno quando comparado ao que a companhia investe diretamente em obras de infraestrutura, mas acaba fazendo diferença no caixa de muitas cidades. “O Brasil é um país com dimensões continentais e necessidades de investimentos proporcionais ao seu tamanho”, disse Setas. “Todas as iniciativas estruturantes que promovam melhores condições de vida para os brasileiros, tragam mais oportunidades e gerem mais empregos são positivas.”

Para o executivo, o governo também tem feito sua parte, como mostram os bons resultados obtidos no primeiro semestre. “Com isso, ganha-se espaço e credibilidade para avançar em medidas de equilíbrio fiscal e em reformas necessárias”, afirmou. Líder em mobilidade, o Grupo CCR entende bem o significado de avançar.