A incrível jornada de mover milhões de pessoas todos os dias
Maior empresa de infraestrutura de mobilidade do Brasil, Grupo CCR expande sua atuação além das concessões de rodovias, trens, metrôs, barcas e VLT. Com a gestão de 20 aeroportos, chega a outros três países da América Latina
Serviços de Transportes | Grupo CCR
Por Celso Masson
Presente em 230 cidades de 13 estados brasileiros, o Grupo CCR extrapolou as fronteiras do País e agora tem negócios espalhados pela América Latina. Bem mais que administrar estradas (são 3.615 quilômetros de rodovias por onde circulam cerca de 2,5 milhões de veículos diariamente) e serviços de mobilidade urbana que transportam 3 milhões de passageiros todos os dias, o grupo agora é também gestor de aeroportos, inclusive no exterior.
Segundo o CEO Miguel Setas, o ano de 2022 foi marcado por dois cenários bastante relevantes e que impactaram significativamente os resultados da companhia. “O primeiro foi a retomada das atividades presenciais, com consequente aumento do volume de pessoas transportadas nos modais de mobilidade urbana, e, também, do tráfego de veículos nas rodovias administradas pelo grupo”, afirmou.
O segundo, ainda de acordo com o CEO, foi o início de novos negócios. “Na divisão de aeroportos passamos a administrar 15 novas unidades dentro dos Blocos Sul e Central, além de Pampulha”, disse, referindo-se ao terminal que fica no centro de Belo Horizonte.
“Na Mobilidade Urbana, assumimos a concessão das Linhas 8 e 9 de Trens Metropolitanos de São Paulo. Em Rodovias, iniciamos a operação da CCR RioSP.” Essa expansão acelerada, em paralelo à eficiência da gestão, garantiu ao Grupo CCR o título de campeão em Serviços de Transportes do anuário AS MELHORES DA DINHEIRO 2023.
Talvez não seja coincidência que essa conquista — assim como a de Empresa do Ano nesta mesma edição — coincida com o momento em que o Grupo CCR esteja alçando novos voos, inclusive para fora do Brasil. Há quase um século, ficou famosa uma frase do então presidente da República Washington Luís: “Governar é abrir estradas”. O ano era 1928, e o presidente participava da inauguração da primeira rodovia asfaltada do País, a Rio-Petrópolis.
Milhares de quilômetros de estradas foram construídos no Brasil desde então — e o Estado permaneceu por décadas como o grande financiador das obras de infraestrutura rodoviária do Pais, além de administrar a operação da malha. Até que, em 1995, foi promulgada a Lei 8.987/95, que dispunha sobre o regime de concessão do serviço público.
Primeiro marco para possibilitar a entrada do capital privado no setor rodoviário no País, teve um impacto tímido no início. Foram concedidos quatro trechos de rodovias federais e a Ponte Rio-Niterói, o que representou um total de 858,6 quilômetros no modelo ROT (Reabilitação-Operação-Transferência), que prevê investimentos em ampliação e posterior operação e manutenção.
Esse novo marco legal permitiu a criação do Grupo CCR, fundado em 1999 com a missão de contribuir para a melhoria da infraestrutura e da mobilidade do País. Para o atual CEO da companhia, rodovias bem administradas garantem uma vasta gama de retornos positivos à sociedade. “Estimulam o desenvolvimento social das regiões vizinhas — ao favorecer o deslocamento de produtos, serviços e pessoas, além de atrair novos empreendimentos — e reduzem as perdas decorrentes dos acidentes de trânsito, seja com internações, tratamentos e indenizações”, afirmou.
Segundo Setas, por meio de ações de engenharia, manutenção, conservação rodoviária e educação, a CCR reduziu em 90% o índice de mortalidade das rodovias sob sua administração (quando comparado ao início do período de concessão) e em 63% o índice de acidentes.
Avançar nos indicadores de redução de mortes e de acidentes nas estradas exige educação. Entre outras ações que empreende nesse sentido, no ano passado a CCR lançou o Movimento Afaste-se, que visa conscientizar os motoristas a reduzirem a velocidade e mudarem de faixa sempre que visualizarem uma situação de atendimento na pista, de modo a evitar novos acidentes. Recentemente, as outras duas maiores concessionárias de rodovias do Brasil se juntaram a essa iniciativa e o movimento se estende por mais de 11 mil quilômetros de estradas brasileiras.
“Se entendermos que há oportunidades em negócios estratégicos para o grupo, criaremos condições para participar, mas buscaremos um crescimento rentável e sustentável.”
Miguel Setas CEO do Grupo CCR
Enquanto seguia melhorando as condições das estradas brasileiras, o Grupo CCR capturou oportunidades de negócios em outras áreas ligadas à mobilidade. Em 2006, a companhia liderou o consórcio vencedor da primeira Parceria Público-Privada (PPP) do Brasil para a operação e manutenção da Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo.
De lá para cá, a atuação em mobilidade se tornou estratégica para o crescimento do grupo, com cinco empresas (operando na Bahia, no Rio de Janeiro e em São Paulo) que fazem a gestão de 124 estações de metrôs, trens, VLT e barcas.
Alçar novos voos foi uma consequência natural. Em poucos anos, o Grupo CCR se tornou um dos maiores operadores de aeroportos do Brasil, com 17 em nove estados, além de três concessões internacionais: em Quito, no Equador; Juan Santamaría, na Costa Rica; e Curaçao.
“Esses ativos são as principais portas de entrada para os respectivos países e representam, para a CCR, além da diversificação de nosso portfólio, uma oportunidade de geração de valor em regiões economicamente importantes da América Latina e com características complementares ao Brasil”, afirmou.
Mesmo depois de consolidar sua atuação em concessões de rodovias, mobilidade urbana e aeroportos, a companhia segue em busca de novos horizontes. “Porém, como passamos por um crescimento intenso desde 2020, seremos seletivos em nossas escolhas”, afirmou o CEO. “Se entendermos que há oportunidades em negócios estratégicos para o grupo, criaremos condições para participar, mas buscaremos um crescimento rentável e sustentável.”