Tecnologia

Mergulho visceral em startups

Vivo aposta em incentivo ao ecossistema de empresas emergentes para diversificar receita, antecipar tendências e ampliar hub de inovação

Crédito: Divulgação

Gabriela Toribio, managing director da Wayra Brasil e Vivo Ventures: serviço forte e bons retornos (Crédito: Divulgação)

Por Victória Ribeiro

Com 20 anos de história e mais de 100 milhões de clientes no Brasil, a Telefônica/Vivo tem apostado no incentivo ao ecossistema de startups para diversificar receita, se antecipar às tendências, acessar novos mercados e desenvolver produtos além do convencional. Para isso acontecer, a missão fica por conta da Wayra, hub de inovação aberta da Vivo, e do Vivo Ventures, fundo de investimento focado em startups consideradas mais maduras. Ambas as iniciativas acontecem através do Corporate Venture Capital. Com a Wayra, a companhia tem 26 startups investidas com valor de mercado superior a R$ 2,3 bilhões. Já com o Vivo Ventures, três aportes foram realizados nas startups Klavi, Klubi e Digibee, que somam valor que ultrapassa R$ 1,6 bilhão. Juntos, os dois fundos já aportaram mais de R$ 67 milhões em startups. “Para a gente ter um serviço forte, é preciso gerar bons retornos. A gente busca investir em pessoas e negócios promissores. É um ciclo virtuoso”, afirmou Gabriela Toribio, managing director da Wayra Brasil e Vivo Ventures.

A ideia é que o faturamento da empresa dependa cada vez menos da prestação de serviços tradicionais. E nesse olhar para o futuro, Wayra e Vivo Ventures têm focado em inteligência artificial (IA) de dentro para fora e de fora para dentro. Inovação para gerar inovação. Isso porque a tecnologia é usada internamente para mapear tendências e facilitar processos com as empresas emergentes, muitas vezes sem balanço e constituição legal. E também como alvo, já que startups que desenvolvem soluções usando IA estão sempre no radar. “A IA é uma tecnologia atrelada a todas as nossas vertentes de investimentos”, afirmou Toribio. Um exemplo é o aporte da Wayra na Tachyonix, startup israelense que opera como provedora de aplicativos SAP pela combinação entre Low Code e IA generativa.

Outras áreas prioritárias de investimento englobam entretenimento, saúde, marketplace, energia, finanças e esporte. “Muitas vezes, a empresa não tem uma base de cliente como nós, mas possui tecnologia. Quando a gente se une, conseguimos fazer algo ainda mais relevante”, afirmou Toribio. Essa relação com startups rende cases de sucesso fora do core da telecom. A executiva explica. “Fizemos um produto com a Kluge, fintech de consórcio digital. Não somos operadores de consórcio, mas por sermos uma empresa digital, o canal fica por nossa conta.”

Para 2024, a expectativa é avançar com novas oportunidades. “Transição energética é uma delas”, disse Toribio. O olhar também deve ser direcionado a mulheres empreendedoras e pretas, além de outros tipos de diversidade.