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Caso Americanas: inocência tem preço?

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Americanas: credores questionam salvo-conduto que seria dado aos controladores (Crédito: Divulgação)

Por Editora Três

Varejista com dívidas declaradas de R$ 42,5 bilhões, a Americanas adiou pela quarta vez a divulgação das demonstrações financeiras de 2022 e da revisão do balanço de 2021. A empresa também está para apresentar seu relatório com a proposta de recuperação judicial (RJ). Em fato relevante divulgado nesta segunda-feira (13), a empresa afirmou ter sido “vítima de uma fraude sofisticada e muito bem arquitetada, o que tornou a compilação e análise de suas demonstrações financeiras históricas uma tarefa extremamente desafiadora e complexa.”

Enquanto aguardam a divulgação do balanço e do plano, há credores preocupados com algo que vai além da demora. Alguns já questionam o salvo-conduto que seria concedido aos principais controladores da empresa, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, conhecidos no mercado como Trio 3G.

Segundo um advogado que participa das negociações, eles poderiam ser beneficiados caso o plano de RJ siga conforme está se desenhando. Ele entende que a proposta é controversa. “Afinal de contas, inocência tem preço?”, questiona o advogado, para quem o plano em gestação penaliza muito quem quiser continuar investigando a fraude contábil na varejista.