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Punta del Este muito além do verão

Cidade do litoral uruguaio, onde brasileiros já são maioria dos turistas, lança plataforma para quem quer imigrar ou adquirir imóvel

Crédito: Divulgação

Vista aérea de Punta del Este, com o iate clube em primeiro plano: segurança e proximidade criam cenário favorável (Crédito: Divulgação)

Por Celso Masson

Assim como em Miami, a praia é apenas um detalhe em Punta del Este, o mais conhecido e badalado balneário do Uruguai. E assim como também ocorre em Miami, uma conjunção de fatores concorre para que a cidade se torne cada vez mais queridinha de brasileiros – e não apenas durante verão, quando recebe legiões de turistas. De uns tempos para cá, mais gente começou a considerar Punta como alternativa para uma segunda (ou terceira) residência.

Um termômetro desse interesse foi a alta procura por terrenos no condomínio de alto luxo Fasano Las Piedras, lançado pela incorporadora brasileira JHSF e que se tornou um enorme sucesso de vendas durante a pandemia de Covid-19, a ponto de ganhar uma segunda fase de expansão, com novos lotes, residências, vil as e estâncias.

Mas não é apenas o público de alta renda que busca endereço fixo em Punta. Seja para lazer ou investimento, um número crescente de brasileiros tem feito negócios imobiliários na cidade.

Prova disso foi o recente lançamento de um braço para clientes brasileiros da plataforma Viví em Punta. Seus fundadores são a advogada Francesca Magno, especialista em direito trabalhista e imigração do escritório Andersen, a agente imobiliária Alejandra Covello e o empresário Rolando Rozenblum, criador e CEO do International College, instituição de ensino voltada para a educação de estrangeiros.

“Somos uma equipe que tem como eixo os valores que fazem do Uruguai um país perfeito para se viver: estabilidade, segurança, garantias, hospitalidade, respeito pelo tempo e esforço de cada pessoa”, afirmou Magno em um evento realizado em Porto Alegre, no final de outubro, para lançar a plataforma oficialmente no Brasil.

Desde fevereiro, o site já recebeu mais de 100 mil consultas. Segundo Alejandra Covello, dona da imobiliária homônima, Punta está deixando de ser um resort de verão para se tornar uma cidade onde as pessoas vivem permanentemente.

O icônico hotel que ficou conhecido quando se chamava Conrad já reduziu a dependência do cassino para atrair hóspedes e foca cada vez mais em shows, visitas a vinícolas e em seu badalado beach club Ovo (Crédito:Divulgação)

SHOWS E VINHOS

Enquanto novos moradores vão chegando (desde 2021 foram solicitados mais de 25 mil vistos de residência), a infraestrutura hoteleira também se movimenta para reduzir a dependência da alta temporada com uma variedade de atrações ao longo do ano.

É isso que tem feito o diretor do icônico hotel Enjoy Punta, Javier Azcurra. À frente da propriedade que ficou famosa entre os brasileiros quando ainda se chamava Conrad, o executivo tem criado programações específicas para oferecer aos hóspedes mais que suítes com vista para o mar.

“Entramos no circuito mundial de grandes torneios de pôquer, com prêmios de até US$ 2 milhões, como o que faremos no início de dezembro, e criamos uma agenda de shows com cerca de 30 atrações por ano”, disse Azcurra.

Os brasileiros lideraram a ocupação do Enjoy Punta ao longo deste ano, com 34% do total – pouco à frente dos argentinos e bem acima dos uruguaios.

Para atender às novas exigências desse público, além de shows, foram criadas experiências como visitas às vinícolas da região. A ideia é reproduzir por ali o sucesso do enoturismo em Mendoza, na Argentina. Um case é a Bodega Garzón, em Maldonado, onde os visitantes brasileiros também são maioria.

Para quem não pretende ir até uma vinícola, basta atravessar a avenida em frente ao hotel e se jogar no OVO Nightclub, onde DJs residentes e internacionais garantem a fama de Punta no quesito balada.