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Carros elétricos: Chery amplia presença no país

Marcas Omoda e Jaecco, pertencentes ao grupo chinês, confirmam importação de três modelos a partir de 2024

Crédito: Divulgação

Omoda C5 chegará ao País para concorrer com o Honda HR-V e o Jeep Renegade. Jaecco J7 terá pela frente o Jeep Compass e o Toyota Corolla Cross (Crédito: Divulgação)

Por Angelo Verotti

O mercado brasileiro de veículos eletrificados bate recordes consecutivos. Em outubro, por exemplo, o segmento atingiu a venda mensal recorde de 9,5 mil unidades leves, alta de 114% na comparação anual (4,4 mil). Já no acumulado de 2023 foram comercializadas 67 mil, aumento de 73% em relação aos primeiros dez meses do ano passado (38,6 mil) e de 36% sobre o volume total da temporada (49,2 mil). E os negócios devem crescer ainda mais no ano que vem com a chegada de outras duas marcas chinesas ao Brasil: Omoda e Jaecco, pertencentes ao grupo Chery.

“Estamos muito felizes por anunciar oficialmente nossa chegada ao mercado brasileiro, e este é apenas o começo”, afirmou Shawn Xu, CEO da Omoda-Jaecoo e vice-presidente da Chery International. “O Brasil é um parceiro estratégico para a nossa operação global e sabemos do seu potencial.”

As duas montadoras estão executando um grande plano de expansão global e já estabeleceram suas bases em mercados como a própria China, Europa e Estados Unidos. De acordo com a corporação, a Omoda deve chegar em mais de 30 países até o final de 2024. Já a Jaecoo vai estrear em mais de dez.

Omoda e Jaecco atuarão de forma conjunta para disponibilizar três modelos aos clientes. Os carros que virão ao Brasil ainda não foram confirmados, mas o planejamento é trazer três SUVs.

Seriam um modelo da Omoda — provavelmente o C5, que chegaria para concorrer com Honda HR-V e Jeep Renegade — e dois da Jaecoo — J7 (com tamanho de Jeep Compass e Toyota Corolla Cross) e J8 (Chery Tiggo 8). Os veículos devem ter versões híbrida (leve e plug-in), e 100% elétrica.

(Divulgação)

Segundo a empresa, os modelos da Omoda, que significa moderno, oferecem experiência de condução confortável para motoristas e passageiros com seus recursos tecnológicos, como:
• sistema de frenagem inteligente,
• sistema avançado de assistência ao motorista,
• assistente de permanência em faixa, além de outros atributos.

A Jaecoo é uma nova marca off-road que pretende liderar uma nova tendência off-road urbana. Com requintes de luxo, os designs dos veículos foram projetados em parceria com os times do Reino Unido, Alemanha e outros países, estabelecendo um novo padrão para SUVs urbanos todo terreno.

“O Brasil é um parceiro estratégico à nossa operação global e sabemos do seu potencial .”
Shawn Xu, CEO da Omoda-Jaecoo

Shawn Xu, CEO da Omoda-Jaecoo (Crédito:Elie Bekhazi/GIMSQAT)

Nem mesmo a retomada da cobrança do imposto de importação sobre carros elétricos, a partir de janeiro do ano que vem e já publicada no Diário Oficial da União, mudou os planos das montadoras.

Omoda e Jaecoo disseram que a medida “não impacta a chegada das marcas ao País”. Com a aceleração da globalização das bandeiras e a confirmação de veículos para o mercado brasileiro em 2024, a operação conjunta já investe no País com a formação da equipe.

ESTRUTURA

O plano conjunto das bandeiras inclui a abertura de 40 concessionárias no Brasil, que iniciarão a operação no ano que vem e terão o logotipo das duas marcas. O passo seguinte será a produção nacional, para que vire um hub para atender toda a América Latina. A intenção é substituir modelos comercializados em mercados como Argentina e Chile que são importados da China.

A Chery pretende produzir veículos no Brasil em 2025 e a meta é usar a fábrica em Jacareí (SP), que foi inaugurada em 2014 e pertence igualmente à bandeira e à Caoa, representante dos chineses no Brasil.

O projeto inclui negociação com a sócia, com quem vive uma relação estremecida, para voltar a operar o complexo, hoje fechado. A planta no interior paulista foi a primeira do grupo fora da China. Caso não haja um acordo, a Chery não descarta construir uma planta no País.

O advento de Omoda e Jaecco ao Brasil reforça a aceitação aos carros chineses pelo consumidor brasileiro nos últimos anos.

Diferentemente de algumas bandeiras que naufragaram no mercado nacional, como Geely e Lifan, outras já apresentam desempenho satisfatório.

Considerando apenas as que vendem no Brasil, Caoa Chery, GWM, BYD e JAC comercializaram entre janeiro e outubro 40 mil unidades, quase 25% a mais em comparação ao mesmo intervalo do ano passado, antes da estreia da GWC no País, ocorrida este ano, e com a BYD ainda em início do processo de importação de veículo — a marca adquiriu a fábrica da Ford em Camaçari, na Bahia, em outubro deste ano e começará a produção em 2025.

Já a GWM comprou a planta da Mercedes em Iracemápolis (SP) e iniciará a fabricação de modelos no ano que vem. Ao que tudo indica, o fôlego asiático está apenas no início.