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Rock in Rio celebra quatro décadas ‘por um mundo melhor’

Rock in Rio comemora 40 anos na edição de 2024 com iniciativas sustentáveis e ações socias para impactar a vida das pessoas

Crédito: Divulgação

Rock in Rio: impacto econômico gigante e ação de transformação social em comunidades carentes (Crédito: Divulgação)

Por Sérgio vieira

RESUMO

• Um dos maiores festivais do mundo, com 22 edições em 5 países, é também pioneiro em ações de ESG
• Reunimos aqui 40 ações sustentáveis do evento, liderado por Roberto Medina e sua filha Roberta
• Edição brasileira de 2024 celebra 40 anos do início do planejamento e terá caráter nostálgico
• Desde 1985, ano do primeiro show, festival já gerou 265 mil empregos diretos e indiretos
• Em 2002, mais recente edição brasileira, o Rock in Rio movimentou R$ 2,2 bilhões

 

No filme Bohemian Rhapsody, que conta a história do astro britânico Freddie Mercury, uma das cenas mais marcantes é justamente o momento em que a multidão canta, hiptonizada, a música ‘Love of My Life’, em janeiro de 1985, no Rio de Janeiro. Eram cerca de 300 mil pessoas conectadas com a energia dos integrantes da banda Queen. Aquela era uma reprodução de um dos momentos mais icônicos do Rock in Rio, festival de música criado por Roberto Medina, hoje considerado um dos maiores eventos do mundo e que celebra 40 anos na edição de 2024 (o planejamento do festival começou em 1984). Nesse período, o Rock in Rio inovou com iniciativas sustentáveis e ações sociais que viraram referência no País.

A DINHEIRO reuniu 40 ações sustentáveis realizadas ao longo da história do festival (veja em detalhes na arte abaixo), com iniciativas que dialogam com a agenda ESG. Algumas das ações tiveram caráter de vanguarda.

“Quando a gente começou a entrar na história da pegada de carbono, em 2006, isso só era feito na Copa do Mundo. Parecia algo sem nexo. Hoje todo mundo sabe a importância disso”, disse à DINHEIRO Roberta Medina, vice-presidente da Rock World (dona da marca Rock in Rio e The Town) e filha de Roberto Medina.

Foram 22 edições do Rock in Rio:
• nove no Brasil (1985, 1991, 2001, 2011, 2013, 2015, 2017, 2019 e 2022),
nove em Lisboa (2004, 2006, 2008, 2010, 2012, 2014, 2016, 2018 e 2022),
três em Madrid (2008, 2010 e 2012),
 uma em Las Vegas (2015).

Tão importante quanto os que estiveram no palco ao longo dessas quatro décadas é quem teve a oportunidade de pisar no solo da Cidade do Rock, hoje no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca. E desde que Ney Matogrosso começou a cantar ‘América do Sul’, o primeiro a soltar a voz na história do festival, artistas do pop e do rock, de novatos a superestrelas, não escondem a importância de participar de um evento da magnitude do Rock in Rio.

Banda Queen, de Freddie Mercury, fez em 1985 um dos show mais marcantes da história do festival (Crédito:Divulgação)

E, para o público, estar no festival é se sentir um pouco no universo Woodstock. Isso tudo desde o período em que a lembrança de um dia emocionante ficava no rolo da máquina fotográfica e na memória, e não nas redes sociais. “Show é muito parecido. Você encontra um monte deles no YouTube. Mas o diferente são as histórias de quem esteve no Rock in Rio”, disse Medina.

edição de 2024 terá um caráter nostálgico, já que, muito provavelmente, será a chance de várias gerações estarem juntas no gramado. Tanto é que hitmaker Lulu Santos, que tem suas músicas na ponta da língua de adolescentes e de adultos, é uma das atrações confirmadas para o ano que vem.

Também estarão por lá Imagine Dragons, Ed Sheeran, Ne-Yo, Joss Stone e Ludmilla, artistas já contratados.

E há muita gente envolvida para colocar de pé o festival, incluindo pessoas das comunidades, que têm oportunidades de qualificação profissional. Desde 1985, o festival já gerou 265 mil empregos diretos e indiretos. Durante todo esse tempo, mais de 11,2 milhões de pessoas passaram pela Cidade do Rock, que assistiram a 3.816 artistas em 130 dias de música.

Ao longo dos anos, os organizadores já investiram R$ 110 milhões em diferentes projetos, passando por temas como sustentabilidade, educação e música.

Somente na Amazônia, 73 milhões de árvores foram plantadas.

Também são superlativos os números que envolvem o impacto econômico do festival. Em 2022, foram movimentados R$ 2,2 bilhões nos dias do Rock in Rio, acima dos R$ 1,7 bilhão projetados inicialmente. Desde 2013, o festival tem a certificação ISO 20121 — Eventos Sustentáveis, selo que nem as Olimpíadas de 2016, também no Rio, conseguiram.

Roberta Medina, da Rock World (Crédito:Marco Sobral)

“Por um Mundo Melhor representa nossa consciência de entender que a gente faz parte de um projeto único que se chama planeta.”
Roberta Medina, vice-presidente da Rock World

Uma das novidades para a próxima edição é levar para o Rio de Janeiro uma importante ação que foi desenvolvida no ano passado em São Paulo, no The Town, que é a parceria com a Gerando Falcões no projeto Favela 3D, com ações na comunidade na Zona Sul paulista.

“Conversamos com o Edu Lyra [fundador e CEO do instituto] e teremos algo parecido no Rio, que é transformar a vida de uma favela. Ainda estamos analisando em qual lugar iremos desenvolver o projeto”, afirmou a executiva.

É por tudo isso que o Rock in Rio segue, 40 anos depois, com o slogan ‘Por um Mundo Melhor’. “A expressão representa nossa consciência, responsabilidade e compromisso de entender que a gente faz parte de um projeto único que se chama planeta. E a ação de cada um impacta no outro”, disse Medina, fã confessa de Bruno Mars. “Temos a missão de impactar positivamente as pessoas.” E ao som de muita música.