A jornada ESG dos shoppings no Brasil

Por Sérgio Vieira

Depois de se recuperar da crise provocada pelo isolamento social a partir da pandemia da Covid-19, o setor de shopping centers no Brasil tem focado em garantir a ampliação de boas práticas dos eixos ligados às áreas ambiental, social e de governança. E, para ter uma real situação de como está a jornada nestes temas, a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) realizou pesquisa com 62 estabelecimentos em todas as regiões do País. “Para os shopping centers, adotar boas práticas ESG implica não apenas na redução do consumo de recursos naturais, mas na melhoria da eficiência operacional, promoção da diversidade e inclusão, busca pela equidade e preocupação com as comunidades locais. São ações de longo prazo que vêm transformando de forma contínua o setor em um agente ativo na construção de um futuro mais sustentável e consciente”, disse Glauco Humai, presidente da Abrasce.

BIODIVERSIDADE
União Química refloresta Mata Atlântica e Cerrado

A farmacêutica brasileira União Química renovou a sua parceria com o Instituto Arvoredo para o plantio de 110 mil mudas em diversas áreas em Brasília. A ação de reflorestamento faz parte do programa Raízes da União, que celebra dois anos. “Vamos seguir o principal objetivo desse programa que é deixar um legado positivo para as atuais e futuras gerações. Estamos comemorando dois anos do Raízes da União. Mais do que restaurar o Cerrado brasileiro, estamos cuidando da maior biodiversidade do planeta”, disse Nirceu Tavares, diretor Jurídico Corporativo, Compliance e ESG da União Química. Lançado em 2021, o Raízes da União tem o objetivo de plantar 1 milhão de mudas nos estados de São Paulo e Minas Gerais e no Distrito Federal, onde estão as unidades industriais da companhia. As espécies escolhidas serão todas nativas dos biomas da Mata Atlântica e Cerrado. O programa também tem uma vertente educacional, capacitando educadores de escolas públicas. Em 2023, foram capacitados 2 mil professores, impactando cerca de 30 mil alunos.

INJUSTIÇA
Negros ganham menos. Até quando?

Uma realidade difícil de aceitar. Dados divulgados na quarta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que brancos receberam R$ 20 por hora de trabalho no Brasil em 2022. Esse número é 61,4% acima do valor recebido por pretos ou pardos (R$ 12,40). Esta diferença já foi maior (em 2012, brancos recebiam 69,8% a mais), mas a distância ainda é algo inaceitável e inexplicável. O grau de separação entre as faixas salariais está presente em todos os níveis de escolaridade, com distância maior entre brancos e negros com formação superior. As informações integram a Síntese de Indicadores Sociais do IBGE, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).

BELEZA NEGRA
O pacto PELA equidade racial da Farmax

A indústria de cosméticos e produtos de higiene pessoal Farmax decidiu avançar na jornada de ESG racial e assinou recentemente o Pacto de Promoção da Equidade Racial, que já tem 62 signatários no País. “Somos uma companhia voltada para o cuidado com todas as pessoas. Isso inclui o acesso a produtos específicos para peles negras, especialmente por meio da marca Negra Rosa. Mas vamos além disso, também desafiando a realidade social para criarmos uma empresa que promova o futuro que acreditamos”, disse Ronaldo Ribeiro, CEO da Farmax e também porta-voz do programa Liderança com ImPacto, do Pacto Global da Organização das Nações Unidas no Brasil (ONU). Hoje, do total de aproximadamente 1,1 mil colaboradores da empresa, 44% se declaram pretos ou pardos. A fundadora da Negra Rosa, Rosangela Silva, uma das lideranças na Farmax e uma das principais influenciadoras de beleza negra no País, considera emblemática a adesão ao Pacto. “Infelizmente ainda são poucas as empresas brasileiras que têm a coragem de assumir esse compromisso. É uma conquista importante”, afirmou.ngela.

ALGODÃO AGROECOLÓGICO
A moda sustentável da Renner

Presente em mais uma edição do Brasil Eco Fashion Week, em São Paulo, a Lojas Renner programou uma série de ações voltada a promover a moda sustentável. Entre elas, um desfile com peças do Repasse, o maior brechó on-line do Brasil, adquirido em 2021 pela companhia. O próprio estande da empresa, de 40 m2, trouxe esse conceito, produzido a partir de cilindros de papelão e de outros materiais sustentáveis. No espaço, foram expostas peças da Renner, Ashua e Youcom, feitas com algodão agroecológico. “Buscamos ser um agente de transformação do setor de varejo de moda, atuando de forma colaborativa com todos os elos da cadeia de produção. Estamos felizes em participar pela sexta vez deste evento que já é uma referência na área e proporcionar momentos que gerem valor e conhecimento para toda a sociedade”, afirmou Eduardo Ferlauto, gerente-geral de sustentabilidade de Lojas Renner S.A. e diretor-executivo do Instituto Lojas Renner.