ESG

A meta certificada da Ambev

Cervejaria é a primeira da América Latina a receber chancela das metas de redução de emissão de gases de efeito estufa.Plano é chegar a net zero até 2040

Crédito: Divulgação

Companhia hoje utiliza 98% da eletricidade a partir de fontes solar e eólica; programas socias são outro pilar importante da Ambev, que tem no projeto Bora, de inclusão finaceira, uma de suas iniciativas (Crédito: Divulgação)

Por Sérgio Vieira

E stabelecer metas ousadas ligadas a ações de sustentabilidade é uma coisa. Agora, receber uma chancela internacional de que tudo o que foi prometido é real e possível de ser cumprido, isso é para poucos. A gigante Ambev tornou-se a primeira cervejaria da América Latina a receber a aprovação de suas metas de redução de emissão de curto prazo pela Science-based Targets Initiative (SBTi). A certificação garante mais credibilidade à plataforma de ações estabelecida pela multinacional brasileira.

A missão da SBTi é ajudar no processo de aceleração das empresas pelo mundo para reduzir as emissões pela metade antes de 2030 e atingir emissões zero antes de 2050. “É a principal organização que valida as iniciativas de redução de gases. Isso significa dizer que, à luz da ciência, o nosso plano é bem robusto”, disse Carla Crippa, vice-presidente de Impacto e Relações Corporativas da Ambev.

(Lana Pinho)

A empresa promoveu, recentemente, o Sustainability Update, evento para atualizar o mercado sobre o andamento das estratégias ambientais que já haviam sido estabelecidas. Dessa forma, a Ambev se antecipa à divulgação do relatório de sustentabilidade, normalmente publicado em abril, e passa a ter mais um ponto de contato com investidores e players da cadeia, em novembro, destacando os avanços no período.

Um dos compromissos da cervejaria é ter, até 2025, 100% de suas bacias hidrográficas com mais qualidade e disponibilidade. Das 11, oito já estão avançando neste processo. Para isso, a empresa implementou o programa Bacias e Florestas, que atua na conservação do solo, florestas e vegetação nativa do País.

Já foram plantadas 1,9 milhão de árvores em áreas de alto estresse hídrico no Brasil, o que corresponde a 800 campos de futebol em área de reflorestamento.

Carla Crippa, VP da Ambev (Crédito:Marcia Oliveira)

“A SBTi é a principal organização que valida essas ações. isso significa que, à luz da ciência, nosso plano é robusto.”
Carla Crippa, VP de Impacto e Relações Corporativas da Ambev

Para o compromisso de alcançar a métrica de 100% de energia utilizada a partir de fontes renováveis, falta pouco. Hoje 98% da eletricidade já vem das fontes solar e eólica. Até aqui, são 13 instalações neutras em carbono concluídas pela empresa. Todas as essas ações têm contribuído para que a companhia consiga concretizar o plano de transição climática para alcançar a marca de net zero até 2040.

A Ambev também apresentou a meta de chegar a 100% do portfólio de embalagens retornáveis ou conceito reciclado (e não reciclável), o que significa que aquele produto está reutilizado, principalmente plástico, vidro e alumínio. “O maior desafio está no vidro, que tem uma cadeia mais complexa. Hoje estamos com 83% desta meta”, afirmou a executiva. “A gente tem na Ambev uma fábrica de vidros, que na prática é a maior recicladora da América Latina. Isso permite que a gente consiga garantir percentual grande de caco de vidro no processo produtivo.” No alumínio, o desafio já está 98% cumprido. A meta também é para 2025.

Na ação social, a companhia desenvolveu, no ano passado, a plataforma de inclusão produtiva Bora, que tem como principal missão dar novas perspectivas a 5 milhões de pessoas até 2032. Até aqui, 200 mil pessoas já foram atendidas.

Nas ações ligadas a conhecimento, empoderamento financeiro e conexões a Ambev movimentou o equivalente a R$ 37 milhões em renda para a ecossistema que compreende parceiros, fornecedores, pontos de venda e pequenos empreendedores.

Entre os exemplos de inclusão produtivas estão iniciativas de combate à fome e de abastecimento de água em periferias urbanas e territórios indígenas. Em um ano, a empresa conseguiu doar 1 milhão de refeições. “No caso dos entregadores do programa Zé Delivery, por exemplo, a gente ajuda com bolsas de estudo, garantindo mais oportunidades para estas pessoas”, disse Carla Crippa.

Nesse sentido, há a ação de inclusão de fornecedores negros, que já permitiu a entrada de 700 novos pequenos empreendedores na cadeia produtiva da Ambev. Somente neste ano foram R$ 160 milhões para estes fornecedores.

“Em 2020, a gente firmou um comitê externo para nos ajudar a traçar os objetivos de equidade racial. É importante esse avanço em todo nosso ecossistema.” Ações que mostram que, para a Ambev, o brinde só faz sentido se for para todo mundo comemorar. E com prosperidade.