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Carlos Lupi compra briga com bancos

Crédito: Antonio Molina

Previdência: no meio de um conflito entre governo e bancos privados (Crédito: Antonio Molina)

Por Paula Cristina

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, comprou uma briga com cachorro grande. Isso porque ele quer continuar reduzindo o teto dos juros para o crédito consignado para beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Desde de janeiro a taxa já caiu três vezes, sendo a mais recente no dia 15 de outubro, que colocou o limite em 1,8%. Um ano antes, o índice estava em 1,98%. Diante desta tendência de mais contração, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) diz que a medida prejudica os aposentados. A entidade diz que vem, de forma recorrente, alertando o ministro “sobre os prejuízos que ele tem causado aos aposentados, a partir das decisões que, sem amparo em análises técnicas, culminaram em reduções, de forma totalmente arbitrária e artificial, do teto de juros do consignado do INSS”. Segundo os bancos, a ação é marcada por “falta de responsabilidade com a política de crédito”. Isso porque reduzir na marra de um lado, estanca o crédito do outro. A Febraban diz que o volume de concessão, de maio a setembro de 2023, sobre um ano antes, caiu para R$ 29,7 bilhões (contra R$36,1 bilhões de 2022). Apesar da indicação de Lupi, a decisão final não é só dele. A redução precisa ser aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) e, segundo o Ministério da Previdência, as decisões são amparadas em estudos técnicos de Fazenda, Planejamento e Trabalho, além de seguir as orientações do Banco Central.