Empreendedores do Ano 2023

Empreendedores 2023/Indústria: Gilberto Xandó, o CEO que alimenta o emprego

Gilberto Xandó comanda a JBS, empresa que se tornou em 2023 a maior empregadora do Brasil

Crédito:  Claudio Gatti

Gilberto Xandó ocupou cadeira de destaque no Conselho de Administração da JBS. Ele ajudou a definir algumas das estratégias mais importantes da c: "Mais importante que a força desses empregos para a JBS é o que eles proporcionam para a economia do Brasil" (Crédito: Claudio Gatti)

Indústria: Glberto Xandó, JBS

Por Hugo Cilo

Por quase cinco anos, o executivo Gilberto Xandó ocupou cadeira de destaque no Conselho de Administração da JBS. Ele ajudou a definir algumas das estratégias mais importantes da companhia, hoje a maior processadora de carnes do mundo. Desde janeiro de 2022, no entanto, Xandó recebeu a missão de comandar a operação da JBS Brasil. Como CEO da companhia, passou a produzir mais do que proteína e se tornou o maestro da geração de empregos no País.

Sob seu comando, a JBS assumiu, pela primeira vez na história, a posição de maior empregadora do Brasil, com 151 mil funcionários. O feito se deu após um megaciclo de investimentos de R$ 8 bilhões, definido há três anos, em:
• expansão das fábricas,
• diversificação de portfólio,
• aquisições.

De janeiro a agosto, a empresa recrutou 7 mil pessoas, ultrapassando a rede varejista francesa Carrefour em número de carteiras assinadas. Uma performance que garantiu o prêmio na categoria Indústria da edição EMPREENDEDORES 2023.

Essa liderança da JBS deverá ficar ainda maior nos próximos meses. Outras 5 mil vagas serão preenchidas em 14 estados até o final deste ano, de acordo com o executivo.

“Há demanda por mão de obra em todas as nossas unidades no País”, afirmou em entrevista à DINHEIRO. “Vamos inaugurar fábricas e expandir nossas operações em todos os segmentos. Hoje estamos com uma estrutura de produção que dará conta do crescimento de uma década.”

A JBS Brasil, sob o comando de Xandó, não se tornou apenas a maior empregadora do País, como também conquistou posição relevante na geração de riqueza no PIB.

Pelos cálculos da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a companhia movimentou no ano passado o equivalente a 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Em cifras, foram impressionantes R$ 155,2 bilhões.

Com negócios que vão desde o core business da proteína animal até atividades como:
• couros,
• biocombustíveis,
• fertilizantes biológico,
• proteínas cultivadas.

No ano passado, a JBS incorporou ao grupo a BioTech Foods, uma das líderes mundiais em pesquisa e produção dos chamados alimentos do futuro. Esse nicho será, na avaliação de Xandó, um dos grandes vetores de crescimento de novos negócios no Brasil.

E tem sido sob a gestão dos Gilbertos (Gilberto Tomazoni como CEO global e Gilberto Xandó por aqui) que nos últimos anos a companhia se tornou um colosso de resultados recordes.

Em 2022, o grupo atingiu faturamento de R$ 375 bilhões em todo o mundo, alta de 6,9% sobre o ano anterior e o melhor balanço desde a fundação, em 1953, na cidade goiana da Anápolis.

Mas é nas mãos de Xandó que estão os maiores projetos de expansão. Isso porque, apesar de a JBS possuir uma imensa exposição global, com operações em mais de 190 países, 260 mil colaboradores e 330 mil clientes, é principalmente no Brasil que o grupo tem se consolidado como uma fábrica de empregos.

EXPANSÃO

Em outubro, a empresa oficializou a abertura da mais moderna planta da empresa em Rolândia (PR). O complexo, com duas unidades de produção para empanados e salsichas, vai empregar 4,5 mil funcionários.

A planta de Dourados (MS), a maior da companhia, também está em fase de ampliação e deve encerrar o ano com 6,5 mil colaboradores.

Também neste ano, Xandó cortou a faixa de inauguração de ampliações e reformas de suas operações no Mato Grosso, nos municípios de Juara, Diamantino e Confresa, que somaram 2 mil vagas formais. “Mais importante que a força desses empregos para a JBS é o que eles proporcionam para a economia do Brasil.”

Outra missão de Xandó tem sido conduzir a companhia pela maior transformação operacional de sua história: de uma produtora de carne para uma empresa de tecnologia em alimentos. É por isso que teve início a construção do JBS Biotech Innovation Center, o primeiro Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em proteína cultivada no País.

Previsto para o final de 2024, o empreendimento ficará no Sapiens Parque, em Florianópolis, e será o maior centro de pesquisa voltado para a biotecnologia dos alimentos no mercado nacional. O local receberá investimento de US$ 22 milhões, entre obras civis e aquisições de equipamentos, para a implantação dos laboratórios (fase 1) e da planta-piloto (fase 2), e terá uma equipe científica de 25 pós-doutores e especialistas em diversas áreas.

Com a ajuda do Brasil e de Xandó, a JBS registrou lucro líquido de R$ 572,7 milhões no terceiro trimestre, puxada no Brasil principalmente pela marca Seara. Nos dois trimestres anteriores, a companhia havia fechado o balanço no vermelho em razão de problemas de restrição de bovinos para abates nos Estados Unidos.

Mas um sinal da boa musculatura da JBS é seu avanço no resultado operacional, medido pelo Ebitda ajustado, que somou R$ 5,4 bilhões no trimestre, alta de 21%. A margem Ebitda de julho a setembro foi de 5,9%.

“Expandimos em praticamente todas as linhas de produtos e de plantas. Vamos seguir aumentando a capacidade de abate de suínos, de alimentos preparados, frescal, de defumados, presunto, apresuntado, salame e muitos outros”, disse Xandó. Tudo para continuar produzindo cada vez mais alimentos, empregos e resultados.