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Queijos e vinhos sim; aditivos, não – o segredo da Casa Vivá

Com uma carta que supera 1 mil rótulos naturais e menu confiance com harmonização às cegas, Casa Vivá se torna o endereço gastronômico do momento em Porto Alegre

Crédito: Divulgação

O gaúcho Cristian Silva: em busca de aromas, descobriu vitivinicultura orgânica (Crédito: Divulgação)

Por Celso Masson

Depois de 20 anos trabalhando em grandes projetos de infraestrutura, o empresário gaúcho Cristian Silva tomou a decisão de fazer do vinho sua principal ocupação. O ano era 2017. “Meu interesse era apenas como bebedor, já que a minha família nunca teve ligação com essa área”, afirmou. Por isso, o primeiro passo foi estudar. Quando descobriu produtores da Serra Gaúcha dedicados à vitivinicultura orgânica, sua vida mudou de vez. “Eu me apaixonei pelas expressões de aromas e sabores dos vinhos de baixa intervenção, que não usam aditivos químicos”, disse. “Só depois descobri que eles são também mais saudáveis. Como bebia bastante, resolvi investir na produção”.

Ainda hoje sem um vinhedo próprio, ele passou a comprar uvas de agricultores que cultivam de maneira orgânica e alugou uma vinícola que estava desativada em Caxias do Sul.

Sua primeira safra foi em 2020. Na mais recente edição do Guia Adega de Vinhos/Brasil, seu Chardonnay 2022 foi eleito o melhor da Serra do Sudeste.

A produção de 6,2 mil garrafas chega ao mercado no ano que vem, com a marca Casa Vivá Vinhos Naturais. Casa Vivá é também nome de uma loja de queijos e vinhos que ele abriu em Porto Alegre e que há cerca de dois meses ganhou um novo endereço, agora também com restaurante.

Os proprietários Cristian Silva e Kelly Bavaresco, e as prateleiras lotadas de garrafas. Tudo natural (Crédito:Divulgação)

Instalada em sobrado histórico, o local se tornou uma atração gastronômica da cidade. Já recebeu famosos como Caetano Veloso e Miguel Falabella, o que também gerou exposição na mídia local.

Além das tábuas de queijos e embutidos de primeira linha, ele e a esposa, Kelly Bavaresco, elaboram menus harmonizados de quatro a nove etapas.

“No ato da reserva eu pergunto se há alguma restrição alimentar e um tema para orientar as escolha dos vinhos. A partir daí, criamos os pratos e servimos as bebidas às cegas. Só depois revelo os rótulos.” A experiência básica, com cinco vinhos nacionais, parte de R$ 390 por pessoa. Mas o céu é o limite, já que há mais de 1 mil rótulos na carta da Casa Vivá.