Revista

Brasil passa de ano com boas notas

Crédito: Ricardo Stuckert / PR

Primeiro ano do governo Lula III conclui com conjunto de indicadores positivos (Crédito: Ricardo Stuckert / PR)

Por Celso Masson, Diretor de Núcleo

Perto de seu encerramento, 2023 tem sido um ano de vitórias para o governo Lula III e de estabilidade para a economia brasileira. Se havia algum temor quanto virarmos uma Venezuela, como acusavam oposicionistas, é bom reforçar que esse risco nunca existiu de fato — exceto pelos atos de 8 de janeiro em Brasília, que tiveram apoio de parte do Exército em uma tentativa repugnante (e, felizmente, frustrada) de ignorar o resultado das eleições presidenciais e de substituir a democracia pelo autoritarismo e pela barbárie. Superada a tentativa de golpe, o governo provou estar na direção certa, como afirmam as mais recentes pesquisas de opinião sobre a popularidade do presidente Lula. Na última pesquisa Genial/Quaest, sua aprovação chega a 54%. Segundo o PoderData, ela está em 46%. Divulgados na quarta-feira (20), os dois levantamentos revelam uma ligeira queda na confiança que a população deposita em Lula desde o início do ano. Para 2024, porém, prevalece o otimismo, e boa parte das razões para isso está nos indicadores econômicos.

A inflação deixou de ser uma ameaça e a previsão do mercado é encerrar o próximo ano abaixo de 4% — o que justifica a gradual queda nas taxas de juros, com a Selic reduzida a cada nova reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Com o PIB crescendo algo próximo a 3% este ano, o Brasil voltou a ficar entre as dez maiores economias, na nona posição, à frente do Canadá. Com isso, mais empregos formais têm sido criados. Segundo o IBGE, a taxa de desocupação ficou em apenas 7,6% no mês de outubro ­— o melhor resultado no País desde 2015.

Esse conjunto de indicadores positivos no primeiro ano do governo Lula III, somado à aprovação da Reforma Tributária, fizeram com que a agência de risco S&P Global Ratings elevasse a nota de crédito soberano do Brasil, de BB- para BB. A classificação se refere à capacidade de um país honrar os pagamentos de suas dívidas. O governo brasileiro deu uma prova de que é capaz de honrar seus compromissos ao anunciar a quitação integral, ainda em 2023, dos cerca de US$ 5 bilhões que devia a organizações internacionais, incluindo a ONU. Parte dessas dívidas se arrastava desde o governo Fernando Henrique Cardoso, na década de 1990. Se tornar adimplente tem um efeito quase simbólico, já que ser devedor não impedia a contratação de novos empréstimos e nem a atração de investimentos externos. Mesmo assim, é uma prova de que o governo quer ser visto como bom pagador.

Para o mercado financeiro, além dos dados macroeconômicos, o grande termômetro de que o ano tem sido bom é o Ibovespa. O índice que representa uma carteira ideal formada por empresas listadas na B3, a bolsa brasileira, superou os 132 mil pontos. Em dólares, a alta foi de 30,5% no ano. O valor mais alto das ações significa que as companhias de capital aberto vão bem. Caso isso se traduza em mais investimentos e contratações, há boas chances de que Brasil continue surpreendendo positivamente no próximo ano. É o que todos desejamos.