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Americanas tem acordo com credores aprovado

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Americanas: na proposta, credores abrem mão de 50% a 80% da dívida (Crédito: Divulgação)

Por Edson Rossi

Na noite de terça-feira (19), a assembleia geral de credores da varejista Americanas aprovou o plano de Recuperação Judicial (RJ) da empresa. Entre os quase 1,9 mil votantes, a medida teve validação de 91,1% deles — donos de 97,2% da dívida de R$ 50 bilhões da companhia, entre eles os maiores bancos privados do País. O plano agora será submetido à Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

Na proposta, os credores abrem mão de 50% a 80% da dívida, e os pagamentos serão realizados entre quatro e 20 anos. Para os donos de opções de ações, o deságio proposto foi de 93%. O plano envolve o aumento de capital da companhia via emissões de novas ações. Serão R$ 12 bilhões para os principais acionistas e até outros R$ 12 bilhões para os bancos.

Com isso, o trio de bilionários Carlos Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles, hoje detentores de 30,1% da varejista, vão ampliar a participação para até 49,3%. Em um ano, o número de clientes da varejista caiu 15% entre dezembro de 2022 (49,1 milhões) e novembro deste ano (41,6 milhões). Na quarta-feira (20), as ações da empresa subiram 5,56%.

FMI OUTLOOK
Brasil volta a figurar entre os dez maiores

Divulgado na quarta-feira (20), o World Economic Outlook (outubro23) do Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que a economia brasileira crescerá duas posições entre 2022 e este ano, passando a ocupar o nono posto entre as maiores do mundo. Outra novidade confirmada é a ultrapassagem da Alemanha sobre o Japão, tornando o país europeu o terceiro maior do mundo.

O Japão foi a segunda maior economia do planeta entre 1968-2015 (excetuando a extinta União Soviética). Em 2016 foi superado pela China e agora cai para a quarta posição.

Globalmente, o mundo deve crescer 3% — as economias desenvolvidas, abaixo da média (+1,5%), enquanto países emergentes e em desenvolvimento, acima da média (+4,0%). O Brasil (+3,1%) ficará levemente acima da curva mundial. Já a inflação média anual do planeta será de 6,9% — ficará em 4,6% nas economias avançadas e em 8,5% nos demais países. O Brasil aparece 26 vezes no documento de 182 páginas.

Tirando as tabelas e referências formais (documentos), é citado meia dúzia de vezes. Em duas, o Banco Central brasileiro é elogiado. Na primeira delas (página 11), o documento diz que as taxas de juro reais pelo mundo continuarão elevadas mesmo com a expectativa de redução da inflação e que “as decisões na política monetária [de cada país] estarão menos sincronizadas, com BCs que realizaram o aperto alta de juros] com antecedência, como o Banco Central do Brasil, iniciando seu ciclo de flexibilização.”

Também foi destacada a adoção de um regime contínuo (em vez do ano civil) de meta de inflação a partir de 2025, “exemplo concreto de melhoria, ajudando a reduzir a incerteza e a melhorar a eficácia da política monetária”, decisão tomada este ano pelo Conselho Monetário Nacional (BC + ministérios da Fazenda e do Planejamento).

“Pode apostar que a maior parte da história econômica que você tem na cabeça está totalmente errada. O trabalho útil do historiador econômico é testar quais estão erradas e quais estão certas.”
Deirdre n. Mccloskey (1942),
economista americana nascida Donald Mcloskey, colunista da Folha de S.Paulo

PESQUISA
Aprovação a Lula cai 6 pontos

Pesquisa realizada pelo PoderData entre 16 e 18 de dezembro mostra que a avaliação positiva ao governo Lula caiu 6 pontos entre janeiro e o fim do primeiro ano de seu terceiro governo. A aprovação era de 52% e agora ficou em 46%, num empate técnico com quem desaprova seu governo (44%). Foram ouvidas 2,5 mil pessoas e a margem de erro é de 2 pontos. É o quinto levantamento do PoderData no ano – janeiro (52% de aprovação x 39% de desaprovação), abril (49% x 41%), junho (51% x 43%), setembro (48% x 45%) e o de agora (46% x 44%).

+46% -44% 

DONALD TRUMP
Colorado muda rumo da corrida

(Divulgação)

Em decisão inédita, a Suprema Corte do estado americano do Colorado decidiu, na terça-feira (19), que o ex-presidente dos EUA Donald Trump está inelegível para concorrer (apenas no estado) no pleito presidencial de 2024. A corte afirma que Trump cometeu o crime de insurreição. A decisão não vale fora do Colorado, mas pode abrir um precedente na corrida à presidência. Trump deve recorrer à Suprema Corte.

 

1,9 milhão
Número de crianças e adolescentes (5 a 17 anos) brasileiros em trabalho infantil. O percentual nessa população subiu de 4,5% (2019) para 4,9% (2022).