ESG

Sustentabilidade: o ousado plano 2030 da Bracell

Líder global na produção de celulose solúvel investe R$ 15 bilhões na fábrica mais sustentável do mundo no setor e amplia agenda estratégica ESG com 14 compromissos para os próximos seis anos, como redução de emissão de CO2 e aumento de área verde preservada no País

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Bracell, líder global na produção de celulose solúvel: plano robusto de sustentabilidade (Crédito: Divulgação)

Por Sérgio Vieira

Com um olhar voltado para os próximos seis anos. Essa tem sido a estratégia na área de sustentabilidade da gigante Bracell, líder global na produção de celulose solúvel. A companhia lançou recentemente seu plano de agenda estratégica de ESG para 2030, que inclui 14 compromissos e metas, divididos nos pilares de ações pelo clima, paisagens sustentáveis e biodiversidade, crescimento sustentável e de empoderamento das pessoas, ligado à área social.

“Sustentabilidade é algo central da atuação da empresa. Está na operação da companhia. Sempre foi assim”, disse à DINHEIRO Márcio Nappo, vice-presidente de sustentabilidade da Bracell. “E agora a gente decidiu ir além, com metas claras e quantificáveis.”

Neste projeto, a empresa pretende chegar a 230 mil hectares de vegetação nativa preservada em áreas públicas, além de manter unidades de conservação nos biomas Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga.

Também está no plano uma operação de economia de baixo carbono. O compromisso é de reduzir em 75% as emissões de carbono por tonelada de produto. A meta é de, entre 2020 e 2030, remover 25 milhões de toneladas de dióxido de carbono (MtCO2).

A Bracell está realizando testes com caminhões de grande porte 100% elétricos, que são abastecidos na unidade do interior de São Paulo (Crédito:Divulgação)

Para atingir esse objetivo, uma das ações será substituir toda a frota de saída por caminhões elétricos. “A gente sabe que logística é sempre um grande desafio. Para buscar soluções a isso, a Bracell está realizando, de maneira inédita no País, testes com caminhões de grande porte 100% elétricos. Além disso, eles são abastecidos na própria fábrica”, afirmou.

Ainda no planejamento para 2030, a empresa se comprometeu em reduzir em 47% o consumo de água por tonelada de produto e diminuir em 90% o envio de resíduos sólidos para aterros. “A questão do lixo é um dos grandes desafios atuais. É preciso acabar com a produção de resíduos e de enviar para os aterros”, disse.

Uma das estratégias está na construção de uma planta para fertilizantes, no interior paulista, com investimentos de R$ 2,5 bilhões, a partir desses resíduos sólidos, que deve entrar em operação em 2024.

Na Bahia, já há um projeto de compostagem com os resíduos, que servirão como fertilizante natural na plantação de eucalipto. No caso do resíduo inorgânico, a ideia é gerar blocos de cimentos, que serão disponibilizados para a construção civil, principalmente para as comunidades no entorno das operações da Bracell.

Márcio Nappo, vice-presidente de Sustentabilidade da Bracell (Crédito:Divulgação)

“Sustentabilidade é algo central da atuação da empresa. Está na operação da companhia. E agora a gente decidiu ir além, com metas claras.”
Márcio Nappo, vice-presidente de Sustentabilidade

REALIZAÇÕES

Se os planos para o futuro são ambiciosos, as ações já realizadas pela companhia neste segmento ratificam o compromisso ambiental da empresa de celulose. Em setembro de 2021, a Bracell inaugurou a unidade de Lençóis Paulista (SP), considerada a maior e mais sustentável fábrica de celulose do mundo, com investimentos de R$ 15 bilhões, o maior volume de recursos privados aportados no estado de São Paulo nos últimos 20 anos.

A capacidade de produção é de 1,5 milhão de toneladas por ano de celulose solúvel e até 3 milhões de toneladas de celulose kraft. “Ela opera com o que tem de mais moderno hoje no mundo nas questões de consumo de água, geração de energia, de emissões”, disse Nappo.

A fábrica, que é autossuficiente em geração de energia, consegue gerar 180 megawatts excedentes de energia limpa, que é integrado ao Sistema Nacional. A quantidade seria suficiente para abastecer uma cidade de três milhões de habitantes, o equivalente a mais de duas vezes o tamanho de Campinas (SP), por exemplo.

Em 2022, a empresa de celulose lançou o compromisso ‘Um-para-Um’, iniciativa pioneira no setor, que tem a proposta de garantir a conservação das áreas de vegetação nativa em tamanho igual às áreas de plantio. Para cada hectare plantado de eucalipto, a Bracell se compromete com a manutenção de um hectare de área nativa.

A meta será alcançada até o fim de 2025. “Para se ter uma ideia desse impacto, em 2023 chegamos a 70 mil hectares em áreas de conservação ambiental no estado de São Paulo dentro deste programa. Isso significa uma área que corresponde à metade do município de São Paulo”, afirmou o executivo. O acordo, válido por dez anos, também deverá ser realizado com os governos do Mato Grosso e da Bahia.

No pilar social, foram executados, apenas em 2022, 31 projetos sociais, com investimentos de R$ 4,4 milhões. Entre 2020 e 2022, foram mais de R$ 11 milhões aplicados e 340 mil pessoas beneficiadas direta e indiretamente. Para o futuro, a ideia é de aumentar em 20% a renda das famílias que participam de projetos de geração de renda da empresa. “Nossa missão é de gerar impacto positivo no clima, na natureza e nas pessoas.” O desafio está traçado.