Don Melchor ensina história do vinho para novatos e experts
Três opções de experiências privativas no casarão em que viveu o fundador da Viña Concha y Toro permitem descobrir os segredos de um ícone chileno — e até elaborar seu próprio vinho
Por Celso Masson
Lançado em 1987 para homenagear Don Melchor Concha y Toro, fundador da vinícola que leva seu sobrenome e hoje é a maior das Américas, com receita anual de US$ 1 bilhão e exportações para 140 países, o rótulo Don Melchor reflete a excelência na elaboração de um grande vinho.
Com predominância da casta cabernet sauvignon plantada em sete parcelas que formam 127 hectares de vinhedos em Puente Alto, terroir ideal para essa variedade, ele foi o primeiro vinho ícone do Chile e ajudou a estabelecer a reputação de alta qualidade da indústria vinícola do país no cenário global.
Seu caráter elegante é resultado de um trabalho exaustivo desde a videira até a mescla final, feita em Bordeaux, na França, pelo enólogo chileno Enrique Tirado em colaboração com o mestre francês Eric Boissenot. Um rigor a que poucos rótulos são submetidos.
Ainda assim, e apesar de acumular excelentes críticas ao longo dos anos, demorou até ser reconhecido com 100 pontos, o que só ocorreria na safra 2018.
Àquela altura, seu meio-irmão mais jovem, o Almaviva, joint venture da Concha y Toro com a família Rothschild e cujos vinhedos se localizam bem ao lado, já havia obtido duas vezes a pontuação máxima, nas safras de 2015 e 2017.
Conhecer a fundo a história desse vinho é o que propõem três programas oferecidos naquela que foi a residência de verão de Don Melchor, o sétimo Marquês de Casa Concha.
Em meio a um parque de 22 hectares reconhecido como Monumento Histórico Nacional do Chile desde 1971, é possível passear por entre alamedas de videiras, sentar à beira de um belo lago e até almoçar em uma das dependências de La Casona, como é chamada a construção que guarda a memória da família e da vinícola Concha y Toro.
O almoço harmonizado é uma das três experiências disponíveis a pequenos grupos, de duas a oito pessoas. Ao custo individual de 140 mil pesos chilenos (cerca de R$ 750) são servidos aperitivo, entrada, prato principal e sobremesa, harmonizados com vinhos premium da casa, desde um espumante até um fortificado.
WINEMAKER POR UM DIA
Para quem já conhece bem Don Melchor e deseja se aprofundar no conceito de elaboração do vinho, a pedida é a Colletor’s Experience (180 mil pesos chilenos), em que são provadas taças extraídas de três parcelas de vinhedos da safra atual, acompanhadas de uma tábua de queijos.
Mas o ápice é a Don Melchor Winemaking Experiente (280 mil pesos, ou R$ 1,5 mil), em que é possível elaborar sua própria versão da bebida, combinando proporções das sete parcelas e assim comparar sua mescla à escolha do enólogo Enrique Tirado para a presente safra. Depois, prova-se o vinho finalizado, que passou por um período de 15 a 18 meses em barricas de carvalho francês. Um programa voltado para o deleite de experts.