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Com produção de conteúdo, startup Curta cresce no mercado da economia criativa

Projetando receita de R$ 30 milhões em 2024, startup brasileira gerencia carreira de produtores de conteúdo e projeta alcance mundial por meio de inteligência artificial

Crédito: Unsplash   |  divulgação

Redes sociais viraram palcos de influência e expressão e se tornaram um mercado em rápido crescimento, com grandes nomes, cifras e espaço para quem quer apostar na economia criativa (Crédito: Unsplash | divulgação)

Por Victória Ribeiro

Segundo dados da consultoria independente Oxford Economics, o YouTube injetou um total de R$ 4,55 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022. Os números refletem a transformação das redes sociais em palcos de influência e expressão. Um mercado em rápido crescimento, com grandes nomes, cifras e espaço para aqueles que querem apostar na economia criativa.

Fundada em 2021 por Pedro Gelli, conhecido no YouTube pelo canal geek Gelli Clash, junto aos sócios Vitor Rabello e Lucas Continentino, a Curta é um dos exemplos de negócio que tem olhado para essa transformação.

Com foco na gestão de carreira de produtores de conteúdo, expandindo os horizontes e parcerias dentro desse novo modelo de negócio, a startup acumulou faturamento de R$ 18 milhões em 2023, número quatro vezes maior que o registrado em 2021, de R$ 4,5 milhões. “O mercado de influência é um mundo de possibilidades, mas ainda é muito marcado pelo amadorismo”, disse Pedro Gelli, sócio-fundador da Curta.

A startup agencia hoje 45 influenciadores que, juntos, atraem mais de 260 milhões de inscritos e 2 bilhões de visualizações mensais.

Em menos de um ano, a Curta reuniu grandes nomes do YouTube como Lipão Gamer, Jazzghost, Área Secreta, Skorpion, Cherryrar e Robin Hood Gamer, considerado o maior criador da plataforma no Brasil em 2021 e atualmente com 20,7 milhões de inscritos.

Como estratégia, a Curta funciona por meio do modelo partnership, em que os influenciadores que fazem parte do time tornam-se automaticamente sócios do hub. “Queremos que os produtores de conteúdo sejam protagonistas”, afirmou Gelli.

“O marketing de influência é um mundo de possibilidades, mas por ser incipiente, também é marcado pelo amadorismo.”
Pedro Gelli, sócio-fundador

Quanto à monetização, a empresa adota uma abordagem diversificada, com sete linhas de receita que funcionam em três P’s: publicidade, produtos e produção.

Embora a publicidade seja a principal fonte de receita, Gelli afirma que a startup está sempre focada em diversificar para garantir uma fonte de renda estável e fortalecer a marca dos produtores de conteúdo. Um exemplo é o licenciamento de produtos de influenciadores que são vendidos em marketplace próprio e em outros 1,5 mil pontos de venda físicos. “No ano passado, movimentamos mais de R$ 10 milhões só com a venda de bonecos personalizados”, disse Gelli.

A partir da esquerda, os sócios Vitor Rabello, Lucas Continentino e Pedro Gelli, da Curta. Estratégia baseada em três P‘s: publicidade, produtos e produção (Crédito:Divulgação )

Apesar do rápido crescimento da startup, o executivo acredita que o mercado brasileiro ainda engatinha com relação a compreensão sobre o potencial da “economia criativa” para alavancar publicidade. Ele ilustra essa afirmação com a discrepância entre o RPM (receita por mil visualizações monetizadas) no Brasil e nos Estados Unidos.

“Nos EUA, a média de RPM de games, que é a minha área de atuação, gira em torno de 4 a 5 dólares a cada 1 mil visualizações. No Brasil, o valor gira em torno de 70 a 80 centavos”, disse Gelli. Mesmo com a diferença, o influencer destaca a durabilidade do impacto gerado por criadores de conteúdo nesta rede social em comparação com outras, ponto que motivou a startup a focar na plataforma.

“Muitas marcas estrangeiras focam mais no YouTube, porque entendem que o nível de engajamento é mais perene.” Para 2024, o plano é alcançar os R$ 30 milhões em faturamento.

O caminho já vem sendo traçado e, de acordo com Gelli, inclui a inteligência artificial. O novo plano, que já está em ação, utiliza a tecnologia para realizar a dublagem dos vídeos produzidos pelos influenciadores em outros idiomas. Além de exportar o bom humor típico dos produtores de conteúdo brasileiros, a ideia é aumentar o número de possibilidades.

“É como se estivéssemos dobrando nosso time, mesmo permanecendo com a mesma equipe”, afirmou o sócio-fundador. A longo prazo, a ambição é que a Curta alcance o posto de unicórnio, empresas avaliadas em US$ 1 bilhão. Para isso, Gelli se mostra confiante com relação a mudança de percepção do mercado. “O marketing de influência não é o único que não é indispensável, mas definitivamente é uma ponta do marketing que não deve ser deixada para trás ou ser esquecida.”