União de esforços para combater o assédio em eventos

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Bruna Milet, CMO da Sympla (esq. na foto) com Ana Addobbati, fundadora da Livre de Assédio: "Não é não" (Crédito: Divulgação )

Por Sérgio Vieira

A partir da aprovação de lei federal que estabeleceu o protocolo ‘Não é Não’, o setor de eventos tem se mobilizado para evitar casos envolvendo assédio contra mulheres. Maior plataforma de venda de ingressos e gestão de eventos do País, a Sympla firmou parceria com a consultoria Livre de Assédio para contribuir nesse processo e, juntas, criaram a cartilha digital Seu Evento em Dia com o Protocolo ‘Não é Não’: Como se Preparar?. O objetivo é fornecer suporte aos organizadores de eventos para que possam se adequar à nova legislação, já que o material digital oferece orientações práticas de como aplicar os protocolos exigidos na lei. Os números mostram o quanto esse problema precisa ser atacado pela sociedade de forma definitiva. Pesquisa Viver em São Paulo: Mulher aponta que 63% das paulistanas já sofreram algum tipo de assédio. Outro levantamento, chamado Bares em Assédio, mostra que 66% das mulheres já sofreram assédio em bares e baladas e 89% não denunciaram por acharem que não seriam acolhidas. “Temos a responsabilidade de ser uma referência positiva em nosso ecossistema. São mais de 336 mil produtores parceiros e a iniciativa vai além, pois o material estará disponível gratuitamente”, disse Bruna Milet, CMO da Sympla (esq. na foto). “O que a gente quer é aproveitar esse momento da nova lei federal para fomentar a cultura da prevenção ao assédio e de cuidado com a mulher em eventos”, afirmou Ana Addobbati, fundadora da Livre de Assédio. Chega de noticiar casos como o do criminoso Daniel Alves. Não há mais espaço para isso.

AMBIENTE INCLUSIVO
As mulheres que comandam a healthtech

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Com 54,5% dos cargos de liderança ocupados por mulheres e com várias ações de empoderamento, a healthtech carioca Leve Saúde tem se destacado na valorização feminina. A empresa possui mais de 71% de colaboradores do sexo feminino. Elas também foram maioria entre as promoções e contratações em 2023. Os números estão muito acima da realidade corporativa nacional, na qual, segundo o IBGE, em 2021 as mulheres ocupavam 37,2% dos cargos gerenciais de nível médio e sênior no Brasil, apesar de serem a maioria da população. Segundo a diretora de RH da Leve Saúde, Fabianne Salgado, a empresa precisou focar na contratação de mulheres para chegar a esses números. Para ela, o diferencial sempre foi a existência de um modelo acolhedor e inclusivo. “A Leve sempre foi um ambiente para a mulher se sentir segura do jeito que ela é e de proporcionar as melhores condições de trabalho, com ações como igualdade salarial entre pessoas com o mesmo cargo, estímulo e apoio durante a maternidade e possibilidade de crescimento e desenvolvimento profissional”, disse.

MAIS MULHERES NA LIDERANÇA
No topo das decisões da operadora de saúde

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Na maior operadora de saúde da América Latina, a Hapvida Notredame Intermédica, as mulheres ocupam 69% dos cargos de liderança. São quatro vice-presidentes nas áreas de Contas Médicas, Recursos Humanos, Regulação Odontologia e Marketing. O número representa 30,7% das cadeiras, bem acima da média do mercado, de 19%, segundo estudo da Talenses Group e Insper. No total, são 2.434 mulheres em posição de liderança, sendo dez diretoras, 368 gerentes, 1.113 coordenadoras, 939 supervisoras, além das quatro VPs. Uma delas em área estratégica da companhia é a head de Inovação Ana Carolina Cândido. “Com bastante foco, enfrentei uma série de desafios ao longo da minha trajetória profissional. Hoje, lidero com orgulho uma área estratégica que me permite conectar as principais metodologias de negócios, os conhecimentos científicos e tecnológicos para melhorar a entrega do cuidado de saúde”, disse. Além do plano de carreira com diretrizes para ascensão feminina, a empresa tem uma política de diversidade, de combate ao assédio e discriminação, e criou o Canal da Mulher para colaboradoras e clientes.

PRIMEIRA PRESIDENTE
A dona do azeite português no Brasil

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Pela primeira vez na história, a matriz brasileira da marca portuguesa Gallo, líder mundial em azeites, tem uma mulher na liderança. A executiva Cristiane Souza ocupa, desde janeiro deste ano, o cargo de presidente da companhia no País, no lugar de Filipe Gonçalves, que foi country manager entre 2019 e 2023, e agora assumirá outros desafios em Portugal, seu país de origem. Anteriormente, Cristiane ocupava a posição de diretora-geral da E-coa, uma spin-off da Unilever criada para atender pequenos e médios varejistas pela plataforma Compra Agora. Na Unilever, ela atuou como diretora de trade marketing, de estratégia de rota ao mercado e diretora de vendas. Ela é formada em administração pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e possui MBA em gestão empresarial pela FGV. “Estou feliz e honrada com o convite para este grande desafio. A partir de minha experiência profissional em gestão, varejo, e-commerce e bens de consumo, assumo o compromisso de equilibrar crescimento e rentabilidade da Gallo, marca que sempre admirei”, disse.

PLANEJAMENTO NOS NEGÓCIOS
O mundo também é delas

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Em um ambiente corporativo cada vez mais marcado pela presença de várias gerações trabalhando juntas em vários pontos do mundo, tem sido necessário que as empresas se preocupem em formar novas líderes e incentivar, ainda mais, as mulheres a ocuparem esses cargos. Para Leda Oliveira, CFO da AG Immigration, escritório de advocacia imigratória especializado na emissão de green cards, é necessário muito foco e a prática de algumas regras para conseguir ter sucesso no mundo dos negócios nos Estados Unidos. Além de usar erros como oportunidades e de nunca deixar de lado a humildade, é importante, segundo a executiva, focar no planejamento. “Do mesmo jeito que é preciso se planejar para iniciar uma vida em um novo país, também é necessário se organizar quando o assunto é uma nova empresa. Uma boa ideia de negócio não vive sem uma base sólida, e isso é planejamento.”