O novo papel do engenheiro agrônomo na era digital
Laura Malàge: engenheira agrônoma e especialista na agtech SIMA (Crédito: Divulgação )
No ambiente dinâmico do agronegócio moderno, a função do engenheiro agrônomo como consultor está em constante evolução, impulsionada principalmente pelo progresso tecnológico e pela ampla disponibilidade de informações acessíveis. Em um contexto onde a inovação tecnológica ocorre rapidamente, é crucial que os profissionais busquem continuamente aprimorar suas habilidades técnicas. A segurança também é fundamental na interação entre o agrônomo e o produtor.
Ao empregar dados confiáveis e atualizados da propriedade, o engenheiro embasa suas decisões em evidências sólidas, o que fortalece a relação com a consultoria oferecida. A evolução tecnológica abre novas perspectivas para aprimorar a consultoria agronômica. Ferramentas modernas, como a da agtech SIMA (Sistema Integrado de Monitoramento Agrícola), representam um exemplo concreto dessa inovação.
Ela se baseia em informações precisas e confiáveis, utilizando recursos avançados de monitoramento em tempo real e análise de dados georreferenciados. Com isso, oferecem um serviço de alta qualidade, abrangendo desde o planejamento do plantio até o acompanhamento pós-colheita. A evolução na era digital demanda uma abordagem mais profissional e voltada para as necessidades do cliente, onde a credibilidade é estabelecida com base em informações sólidas e em uma comunicação transparente.
Ao adotar as inovações tecnológicas e aprimorar as habilidades interpessoais, os consultores estão capacitados para liderar a transformação do setor agrícola em direção a uma maior eficiência e sustentabilidade.
ROBÓTICA
Startup paranaense lança robô para agroindústrias
O Robios Cargo, da Human Robotics, é um robô de transporte de carga com capacidade de interação fabricado no Brasil. Ele conversa e sorri para os humanos, enquanto torna o transporte de cargas seguro e rápido, principalmente em ambientes fabris. Foi criado em Curitiba pela Human e é equipado com inteligência artificial e sensoriamento por meio de câmeras de profundidade e visão computacional. Pode ser chamado e enviado para qualquer ponto de uma indústria, seja por controle manual ou através de integração de sistema, permitindo o monitoramento em tempo real de seu trajeto. Globalmente, as projeções indicam que o mercado de robótica crescerá de US$ 25 bilhões em 2021 para até US$ 260 bilhões em 2030, segundo a empresa de consultoria BCG (Boston Consulting Group).
BIOTECNOLOGIA
Produção in vitro de espécies da Mata Atlântica
O acordo de Paris propôs que o Brasil plantasse aproximadamente 10 milhões de hectares de mudas para reflorestamento até 2030. Para alcançar essa meta, é necessário ampliar em pelo menos cinco vezes a capacidade atual de produção de mudas nativas, o que é praticamente inviável considerando os modelos produtivos atuais. A startup de biotecnologia IVGTech está desenvolvendo tecnologias de multiplicação in vitro e clonagem de mudas que conseguem acelerar essa produção. Recentemente, os pesquisadores da IVGTech desenvolveram protocolos para produção in vitro de espécies nativas como Jacarandá, Jequitibá Rosa, Ipê Roxo, Jatobá e Guaritá. Segundo Mariza Monteiro, bióloga e uma das fundadoras da startup, esses protocolos irão ajudar a replicar as mudas com qualidade e em larga escala. O trabalho da startup é feito atualmente sob demanda e sua estrutura é composta de laboratório e estufa matriz, que foram construídos a partir de investimento da venture builder WBGI, de cerca de R$ 1 milhão. Atualmente a produção é de 40 mil plantas/ano, mas deve chegar a 100 mil/ano até o final de 2024. O acesso ao mercado vem sendo feito em parceria com empresas especializadas em reflorestamento e restauração ecológica em escala e geração e comercialização de créditos de carbono.
HIDROPONIA
A tecnologia que reduz o desperdício
O Brasil está entre os dez países que mais descartam alimentos. Um estudo da MindMiners revelou que mais de 90% do desperdício alimentar ocorre na cadeia produtiva. Empenhada em mudar esse cenário, a Verdureira aposta em tecnologia em todos os seus processos para diminuir o desperdício de seus alimentos até a chegada às prateleiras dos mais de 350 supermercados parceiros de São Paulo, Campinas e Regiões Metropolitanas. No último ano, a Verdureira implementou a hidroponia “floating” em suas fazendas, sendo a primeira agroindústria a aplicar a técnica em grande escala no Brasil. Fundada há 29 anos em São Roque (SP), a menos de 60 km da capital paulista, a produção da Verdureira chega aos mercados em até 24 horas após a colheita. Em 2023, a empresa recebeu aporte de R$ 10,3 milhões da Baraúna Investimentos.
E-COMMERCE
Lab.f: o primeiro marketplace de serviços tecnológicos do setor agroambiental brasileiro
Mais de 3 mil serviços tecnológicos especializados oferecidos pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) e pelo Instituto Biológico (IB) estão disponíveis para serem contratados por empresas por meio da Lab.f, plataforma desenvolvida pelo Conexão.f, spin-off da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio (Fundepag), entidade que viabiliza projetos de pesquisa desenvolvimento e inovação no agronegócio e meio ambiente. Podem ser contratados serviços de análises químicas, físicas, microbiológicas, físico-químicas, sensoriais e microscopia. Na área de saúde animal, o Instituto Biológico (IB) está presente na plataforma oferecendo serviços de sanidade animal de técnica laboratorial, como identificação de ácaros e insetos, carrapatos e mais de 90 doenças em animais. A expectativa é que, para o segundo semestre de 2024, alguns serviços do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) já estejam cadastrados e prontos para consulta e orçamento.