Tecnologia

Medsystems, de equipamentos para estética, mira entrada na Bolsa de Valores

Com faturamento de R$ 830 milhões em 2023, empresa especializada em vendas de equipamentos estéticos mira listagem na bolsa com aquisições de novas tecnologias

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Brasil é o quarto maior mercado de beleza e cuidados pessoais, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Japão (Crédito: Freepik)

Por Letícia Franco

A conexão entre estética e tecnologia é mais uma das fórmulas de sucesso do mercado de beleza, que se mostra resiliente em meio a crises e prevê receita de US$ 580 bilhões até 2027, segundo a consultoria McKinsey. A tecnologia faz parte da beleza do negócio da Medsystems, empresa brasileira especializada em importação e venda de equipamentos para clínicas de estética. Fundada em 2002, a companhia está em uma nova fase, e aposta na aquisição de marcas de alta tecnologia para expandir seus negócios, além da curadoria de produtos e, então, se preparar até estar pronta para uma estreia na bolsa de valores nos próximos dois anos. Em 2023, a empresa registrou faturamento de R$ 830 milhões e estima-se o crescimento de 30% neste ano.

Um dos ingredientes dessa nova fórmula é a recente aquisição da Aeskins Pharmaceutical, empresa do segmento de preenchedores injetáveis.

Foi a primeira compra da companhia após um aporte de R$ 225 milhões da XP Asset Management na holding JL Health, na qual a Medsystems foi a maior responsável pela receita total de R$ 1 bilhão no último ano.

Novata no mercado, a Aeskins surgiu em 2021 e é representante oficial no País da linha Sofiderm, de preenchedores faciais e corporais à base de ácido hialurônico.

À DINHEIRO, Denis Regis, CEO da Medsystems, afirmou que “essa compra reflete no objetivo da empresa de crescer de forma orgânica e inorgânica, ampliando o portfólio de soluções tecnologicas”.

US$ 580 bilhões
é a estimativa de receita do setor de beleza até 2027

A combinação entre tecnologia e preenchedores – ativos em ascensão no mundo da estética —, é o primeiro passo de uma série de aquisições que a empresa deve fazer nos próximos anos.

Segundo Denis, a Medsystems tem em seu pipeline para análise uma carteira de 20 empresas de diferentes segmentos com objetivo de ampliar a presença no mercado. “É um caminho importante para o crescimento da marca, expandindo as ofertas além da curadoria de equipamentos e agregar novos produtos, desde preenchedores até dermocosméticos”, disse.

Essa estratégia é inovadora para a companhia.

Denis, que assumiu o cargo de executivo em março de 2020, afirmou que a curadoria para importações de equipamentos tecnológicos é a grande especialidade da empresa — até o momento.
Com fornecedores na Coreia, Itália, Israel, Alemanha e Estados Unidos, são cerca de 70 tecnologias em seu portfólio, com destaque para as linhas de laser e ultrassom, que foram pilares para o crescimento da empresa ao longo de duas décadas.
Em 2017, a Medsystems trouxe a tecnologia Ultraformer ao Brasil. Focado para lifting facial, o equipamento de ultrassom micro e macrofocado é utilizado por celebridades como Luan Santana e Simaria.

R$ 830 milhões
é a posição do brasil no ranking dos maiores mercados de beleza do mundo

MERCADO NACIONAL

O Brasil é uma das maiores potências na indústria de beleza global. Um levantamento da consultoria Euromonitor mostrou que o País é o quarto maior mercado de beleza e cuidados pessoais, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Japão.

Diante de um mercado forte e altamente competitivo, o executivo afirmou que o tíquete médio dos produtos comercializados pela marca é um desafio.

Os preços variam entre R$ 200 mil e R$ 1,3 milhão. “É um valor elevado para o mercado nacional e por isso acaba sendo um desafio na questão de vendas e crédito.” Além disso, ele disse que o Brasil não tem um mercado simples. “Levamos em consideração os diversos desafios políticos, econômicos e sociais no momento de importar tecnologias.”

Além da expansão por meio de aquisições, o executivo da Medsystems afirmou que outra estratégia é o fortalecimento do relacionamento com fornecedores clientes através da criação de um centro de relacionamento e conteúdo. “Vamos voltar a olhar para a aproximação com o público, compreendendo melhor as demandas do mercado e crescer”, disse Denis.

Para ele, a entrada na B3 é uma oportunidade para continuar expandindo, e que o momento agora é de maturação do negócio para atingir tal objetivo.

Dessa forma, a harmonização entre novos e antigos serviços chega com a promessa de realçar a beleza do negócio.