Do quase despejo à luta por moradia digna para as pessoas

Crédito: Ari Versiani/Ag.Ponto

Advogada Helen Fabíola de Moraes: perspicácia para construir uma nova realidade (Crédito: Ari Versiani/Ag.Ponto)

Por Sérgio Vieira

Um drama real hoje no Brasil: mais de 7 milhões de pessoas moram em locais inadequados, sem infraestrutura necessária e, em muitos casos, em condições precárias. E só quem viveu de perto o drama de quase ver sua família ser despejada por não conseguir pagar o aluguel, sabe o que significa ter acesso a uma moradia digna. A advogada Helen Fabíola de Moraes, uma mulher negra de 51 anos, filha de um advogado e de uma cozinheira, resolveu agir para mudar parte dessa realidade. Hoje ela é dona da holding Habita Brasil, formada pelas empresas Habita Reurb e construtora HB Brasil, que nesse ano devem gerar receita de R$ 50 milhões. “Isso, de certa forma, me estimulou a ter algo que pudesse fazer diferença na vida de alguém, sobretudo que beneficiasse pessoas de baixa renda”, disse.

Foi atuando em regularização fundiária que surgiu a necessidade da criação do Habita Reurb, em 2014. Logo depois, iniciou um trabalho de defesa da comunidade do Canaã, em São Paulo, que estava em processo de reintegração de posse. “Identifiquei a oportunidade de agir como mediadora entre a comunidade que desejava uma moradia digna e os proprietários das terras, que também mereciam receber por seus imóveis ocupados.” Em 2020, surgiu a construtora. A meta é chegar a 20 mil moradias entregues até 2030.

O próximo passo é internacionalizar o trabalho, com foco nos EUA, Portugal e Senegal. Helen planeja também a criação do HB Bank, para financiar imóveis populares. “Viajei a Dubai em busca de um grande fundo. A ideia é oportunizar o financiamento próprio direto com a incorporadora e construtora, facilitando aquele comprador que tem o sonho da casa própria.” Helen chegou lá. E para fazer a diferença na vida de quem mais precisa.

TRANSPORTE SUSTENTÁVEL
Um gigante do mar que substitui 715 caminhões

(Ari Versiani / Ag.Ponto; Ari Versiani)

A Norsul, uma das maiores empresas brasileiras de navegação, que alcançou 48% de participação no serviço de cabotagem em 2023, apresentou, durante a Intermodal South America, realizada em março, em São Paulo, a maquete do navio Pio Grande, usado no transporte de bobinas de aço entre os portos de São Francisco do Sul (SC) e Vitória (ES). A embarcação é capaz de substituir a função de cerca de 715 caminhões, com emissões significativamente menores de gás carbônico. Levantamento da companhia mostra que, ao comparar os lançamentos feitos pelo Pio Grande e pelas carretas necessárias para transportar as 30 mil toneladas (capacidade da embarcação), as emissões de CO2 pelo transporte rodoviário são 6,23 maiores. Os caminhões lançariam 2.222 toneladas de gás na atmosfera, 1.865 toneladas a mais do que o navio. “Somos pioneiros em nos reinventar, renovar a marca e a forma de atuar junto ao mercado. Hoje buscamos diversificar a nossa atuação. Somos muito fortes em granel, neogranel, celulose, produtos químicos e aço, e queremos oferecer a cabotagem, a nossa excelência, em outros negócios”, disse Fabiano Lorenzi, diretor comercial da Norsul.

ANTECIPAÇÃO DA META
Empilhadeiras eletrificadas e com menos emissões de CO2

(Ari Versiani / Ag.Ponto; Ari Versiani)

Líder nacional no segmento de lubrificantes, a Iconic vai deixar de emitir 200 toneladas de CO2 com a aquisição de 15 novas empilhadeiras em sua principal unidade produtiva de Duque de Caxias (RJ). Com investimentos que envolvem R$ 3,5 milhões, os equipamentos serão responsáveis pela movimentação interna de produtos na planta. Na fábrica de Osasco (SP), especializada na produção de aditivos collants e graxas, o investimento foi na ordem de R$ 900 mil para finalizar o processo de eletrificação das empilhadeiras. “A substituição das máquinas convencionais de combustão interna por empilhadeiras movidas à bateria elétrica proporcionará maior segurança operacional, maior conforto térmico e acústico em armazéns e áreas operacionais, além de eliminar completamente a exposição dos profissionais aos gases de combustão”, disse Márcio Aziz, diretor de operações da Iconic. Com todas as iniciativas, a empresa, que já tem 100% da energia elétrica oriunda de fontes renováveis e certificadas, vai alcançar em 2024 o objetivo de reduzir em 43% as emissões de gases de efeito estufa, seis anos antes do previsto.

GRUPO CATARATAS
O impacto positivo dos passeios

(Divulgação)

As empresas Paineiras Corcovado, que fica no Rio de Janeiro, e Marco das Três Fronteiras, em Foz do Iguaçu (PR), pertencentes ao Grupo Cataratas, receberam a certificação do Sistema B Brasil, que assegura as práticas relacionadas ao meio ambiente. A auditoria durou 12 meses e incluiu longo questionário nas áreas de governança, trabalhadores, comunidade, meio ambiente e clientes. “A nossa missão é aproximar os visitantes das belezas naturais para gerar experiências transformadoras que impactem positivamente as atuais e futuras gerações, incluindo nossos fornecedores, parceiros e comunidades do entorno”, disse Talita Uzeda, gerente de sustentabilidade do Grupo Cataratas.

ENERGY SUMMIT
Rio de Janeiro no roteiro da energia sustentável

(Ari Versiani / Ag.Ponto; Ari Versiani)

O Rio de Janeiro tem sido visto como o local mais promissor para startups na América Latina, segundo ranking Global Startup Ecosystem Report 2023. Nesse sentido, o Programa de Aceleração de Regiões Empreendedoras do MIT (MIT Reap) investiu, desde 2022, na formação de 900 empreendedores e garantiu a aceleração de 105 startups ligadas à energia no País. Um dos caminhos para potencializar a capacidade do Rio nesse segmento passa pelo Energy Summit 2024, principal evento de inovação e empreendedorismo em energia sustentável no mundo, que pela primeira vez será no Brasil. Serão mais de 70 horas de conteúdo entre os dias 17 e 19 de junho. “Teremos oportunidade de unir líderes e especialistas do setor energético global e montar um relatório para dizer onde queremos estar nos próximos 10 anos”, disse Hudson Mendonça, CEO do Energy Summit.