Incorporadora Moura Dubeux prevê melhor ano de sua história

Por Allan Ravagnani

Prestes a completar 41 anos de existência, a incorporadora Moura Dubeux (pronuncia-se Dubê) projeta que 2024 será superior ao ano de 2023, até então o melhor de sua história, após se recuperar da turbulência pós-pandemia, além do cenário de inflação e juros altos que afetaram todo o mercado imobiliário. Horas antes de protocolar a prévia operacional na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o CEO Diego Villar e o CFO, Diogo Barral, conversaram com a DINHEIRO sobre os resultados recentes, planos futuros e a filosofia da empresa, ambiciosa, porém pés no chão.

• No primeiro trimestre de 2024, o grupo realizou três lançamentos nos estados da Bahia, Alagoas e Ceará, que totalizam um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 348,7 milhões, montante 39% maior ao do mesmo período de 2023.
• Em vendas, foram 768 unidades que somaram R$ 418 milhões no período, saldo 13% superior na comparação anual.
• O indicador Vendas Sobre Oferta (VSO), que aponta a velocidade das vendas após o lançamento, ficou em 46,6%, quarta alta seguida, mantendo o patamar acima de 40% há 15 trimestres.

“Mostra que a empresa está sendo assertiva nos projetos e lançamentos”, afirmou Barral. A companhia também realizou a compra de quatro terrenos em 2024, aumentando seu landbank para 61 unidades, com valor de R$ 8,8 bilhões.

Listada na B3 sob o ticker MDNE3, a incorporadora conquistou a liderança do mercado imobiliário para alta e média renda na região Nordeste apostando na entrega de produtos diferenciados, segundo Diego Villar. “Todo o desenho do planejamento estratégico foi baseado no propósito de melhor produto, melhor experiência aos clientes, e na nossa meta de rentabilidade”, afirmou o CEO.

A companhia adota dois modelos no negócio.
• O de incorporação, assim como as maiores empresas do setor no Brasil, no qual a empresa compra o terreno, faz o lançamento, constrói e vende as unidades aos clientes, cobrando 30% de entrada e financiando o restante com o banco.
• E o de Condomínio Fechado, que permite maior personalização do projeto — e que diferencia a Moura Dubeux das outras construtoras listadas na B3. Neste sistema, os compradores desenvolvem o projeto junto com a empresa e vão pagando todo o custo da construção no decorrer das obras. Isso reduz despesas bancárias e de marketing para a companhia e deixa o metro quadrado cerca de 10% mais barato para os compradores.

Além dos apartamentos de luxo para moradia, localizados nas áreas nobres e avenidas beira-mar das principais capitais, a empresa diversificou os negócios apostando em outras duas linhas:
• A Beach Class, que oferece estúdios e apartamentos “pé na areia” para veraneio em famosos destinos turísticos no litoral nordestino,
• e a Mood, empresa do grupo voltada para famílias com renda em torno de R$ 15 mil mensais, com imóveis de R$ 300 mil a R$ 500 mil.

“Tudo somado leva a empresa ao mercado que orbita R$ 2 bilhões ao ano, sempre mantendo o endividamento baixo e o foco na rentabilidade”, disse Villar. Essa política é o que mantém a empresa focada em ampliar sua fatia no mercado que domina e evitar expansões para outras regiões. “Nosso único plano de expansão é de ser conhecido nacionalmente, e reconhecido como uma das melhores do Brasil no setor, atuando no Nordeste.”

A grande expertise na região gera à companhia uma vantagem. “Nordeste é o segundo maior mercado do País. Tem as praias mais lindas ”, disse Villar, além dos riscos de expandir para regiões com culturas diferentes e concorrentes já estabelecidos.

“Nosso foco está em tirar o melhor da região que estamos”, afirmou Villar, citando que são raros os casos de incorporadoras manterem rentabilidade atuando em praças tão diferentes.

Entre as peculiaridades dos produtos da região estão as preferências:
• pela posição em relação ao sol,
• varandas amplas,
• esquadrias e garagens generosas,
• materiais resistentes à oxidação e maresia,
• além de climatização em todos os ambientes.

Dessa forma a Moura Dubeux constrói suas quatro décadas de história.