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Instituto Ayrton Senna: pole position na corrida do impacto social

Há 30 anos, a organização conta com o apoio de empresas para melhorar a educação de mais de 37 milhões de crianças e jovens

Crédito: Divulgação

Ewerton Fulini, vice-presidente do instituto, destaca os trabalhoscnas áreas de pesquisa e inovação, mobilização e advocacy, e em projetos educacionais em larga escala (Crédito: Divulgação )

Por Letícia Franco

No automobilismo, o melhor lugar para a largada de uma corrida é na pole position. Um lugar que Ayrton Senna, tricampeão mundial de Fórmula 1, sempre gostava de estar nas pistas. Há exatos 30 anos, o instituto que leva o nome do piloto e ídolo brasileiro celebra muitas vitórias nas ações de impacto social. Desde a sua fundação em novembro de 1994, seis meses após a morte de Senna (1º de maio), a organização sem fins lucrativos dedicada à melhoria da educação de crianças e jovens atendeu mais de 37 milhões de estudantes em cerca de 3 mil cidades do Brasil, além de 250 mil formações destinadas a educadores. Tudo com o financiamento principalmente de empresas — entre elas Itaú e Lenovo. Para este ano marcante, o desafio é alcançar mais marcas na corrida pela educação.

No pódio do instituto, estão os trabalhos desenvolvidos nas áreas de pesquisa e inovação, mobilização e advocacy, e a disseminação de projetos educacionais em larga escala, o último como o grande troféu do projeto. “É uma entidade sustentável porque olhamos para toda a rede de ensino e atuamos com as habilidades técnicas, como disciplinas de português e matemática, e também as socioeducacionais”, afirmou à DINHEIRO Ewerton Fulini, vice-presidente do Instituto Ayrton Senna.

É nessa educação de ponta a ponta que ele se destaca, acelerando sua atuação ano a ano.

Em 2023, a entidade registrou uma arrecadação significativa, no valor de R$ 64,8 milhões, sendo R$ 34,6 milhões provenientes do marketing relacionado à causa, doações de pessoas jurídicas, vinculadas e de pessoas físicas.
A outra parte, de R$ 30,1 milhões, consiste em uma contribuição pontual da filantropa MacKenzie Scott, ex-esposa do fundador da Amazon, Jeff Bezos.
Com isso, foram investidos R$ 45 milhões em projetos, alcançando 723 mil estudantes e 38,8 mil educadores capacitados em suas plataformas digitais. Isso ao mesmo tempo em que a entidade passou por um dos períodos mais desafiadores.

Em decorrência da pandemia, foi necessário migrar projetos para o digital e enfrentar a regressão dos indicadores de aprendizagem no País.

Presidente do instituto e irmã do piloto, Viviane Senna trabalha para superar obstáculos históricos, como a alfabetização, recomposição de aprendizagem e o combate à evasão escolar (Crédito:Mauricio Lima/AFP)

PARCERIAS

Sem recursos públicos, o instituto depende da parceria com empresas para se manter desde a sua fundação, como o Itaú. Há 28 anos, a cada compra feita com o cartão Instituto Ayrton Senna Itaú, parte do valor é destinada para os projetos.

Ricardo Scussel, superintendente de Cartões do Itaú Unibanco, afirmou que “parceria une as estratégias de ESG e personalização do atendimento, e visa minimizar as disparidades educacionais e aproximar os clientes da causa”.

Além do banco, a organização conta com outras 46 companhias e uma projeção de captação de R$ 31 milhões em 2024.

O financiamento anual está estimado em R$ 38 milhões. Para Fulini, a celebração dos 30 anos é uma oportunidade para ampliar o leque de parceiros e atender cerca de 1 milhão de crianças e jovens. A Lei Rouanet também passou a financiar o projeto neste ano.

Instituto que leva o nome do piloto e ídolo brasileiro visa atender 1 milhão de crianças e jovens neste ano, quando completa três décadas de atuação (Crédito:Divulgação )
(Bruno Kelly)

Com mais empresas no grid, o instituto pode avançar ainda mais e cruzar a linha de chegada, reduzindo a desigualdade no acesso à educação e preparando crianças e jovens para o futuro.

A presidente do instituto e irmã do piloto, Viviane Senna, disse que “o trabalho não só visa superar obstáculos históricos, como a alfabetização, recomposição de aprendizagem e o combate à evasão escolar, mas também as novas habilidades, como as soft skills”. Para fazer o Brasil acelerar junto.